domingo, 2 de outubro de 2011

Ler Ayn Rand...II

Ler Ayn Rand nos dias de hoje, no limiar do colapso de uma civilização, é imensamente enriquecedor, e é meu desejo popularizar mais as suas ideias junto de quem me lê (sem que abdiquemos em pensar pela nossa própria cabeça...). Ayn Rand é autora de novelas de grande sucesso, tais como Atlas Shrugged (literalemente significa "Atlas encolheu os ombros") esta novela que se encontra entre as mais longas escritas por algum escritor, foi também a última novela escrita por Ayn Rand antes de se dedicar em pleno à filosofia. Esta obra retrata a luta entre duas escolas de pensamento opostas
  • razão-individualismo-capitalismo
  • misticismo-altruismo-coletivismo.
Ayn Rand

No pensamento de Ayn Rand, as sociedades actuais encontram-se reféns do pensamento místico e coletivista, herdados das políticas nazistas e estalinistas que, embora aparentemente derrotadas no desfecho da Segunda Guerra Mundial, são na verdade as ideologias dominantes. As ideologias que foram apoderadas pelos vencedores, por melhor se ajustarem aos seus desígnios de domínio. Estas ideologias coletivistas absorveram o que melhor se sabia sobre o funcionamento da mente humana, descobrindo mecanismos muito simples para o controlo das massas. Descobriu-se que a "propaganda", poderia ser subsituída de outra roupagem, a chamada publicidade, o marketing, a televisão e a rádio, os comentadores oficialmente eleitos pelos regimes para alardearem as suas "opiniões" sobre o estado da nação.



Os ideólogos desses sistemas coletivistas rapidamente se aperceberam quanto fácil é tornar refém de uma corporação todo um país e uma população tratada como "gado humano", que pode ser sacrificada como se fossem animais, ou abaixo de animais, porque o que desde tempos primordiais se mais exalta é o sacrifício a deuses com forma animal. A "corporação" que controla o aparelho de Estado, é constituída por empresários e políticos que não aceitam as regras do jogo económico livre, em que o mais dotado e o que mais trabalha é que ganha. Não, eles têm que viciar as regras do jogo, manipulando o aparelho do Estado para benefício próprio, e nesse "jogo" arrastam todos os demais empresários, que sendo perdedores, passam a ser pequenos e médios empresários, actualmente no limite da insolvência. É impossível a longo-termo manter economias sãs, fortes, e ao serviço do bem-estar das populações.
Sacrifício humano no antigo Egipto.

É difícil não compreender este mecanismo simples, mas que por ser tão simples, acaba por não passar pela cabeça de muita gente que sistematicamente continua apoiando os partidos que são os "guardiões brutais" deste sistema corporativista, herdeiro do nazismo e do estalinismo, por mais estranho que tal pareça...
Ora, Ayn Rand compreendeu perfeitamente todo este mecanismo e, numa entrevista datada de 1959(!) perguntaram-lhe, "A senhora prevê uma ditadura e o colapso económico dos Estados Unidos" e ela respondeu que sim, que seguindo o caminho que se seguia, não se pode esperar outra coisa. Veja a entrevista aqui.
Para finalizar, e em jeito de desafio para os meus leitores, aqui deixo uma reflexão da Ayn Rand:
"



Everybody seems to agree that civilization is facing a crisis, but nobody

cares to define its nature, to discover its cause and to assume the

responsibility of formulating a solution. In times of danger, a morally

healthy culture rallies its values, its self-esteem and its crusading spirit to

fight for its moral ideals with full, righteous confidence. But this is not what

we see today. If we ask our intellectual leaders what

are the ideals we should




fight for, their answer is such a sticky puddle of stale syrup—of benevolent

bromides and apologetic generalities about brother love, global progress and
universal prosperity at America’s expense—that a fly would not die

for it or in it.
".

Agora, ouçam o que Ayn Rand tem a dizer sobre o propósito da vida (clique aqui), sobre a pornografia e a opressão dos mais fracos (clique aqui), sobre os monopólios (aqui).

Como referi no princípio do texto, não se trata de seguir cegamente o pensamento dos outros. O que é fundamental é compreendermos que temos de aprender a pensar com lógica com a nossa própria inteligência e coração...Continuarei a falar dela em futuros textos.
AZ

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Boa tarde, encontrei este blog porque estava à procura de "Fountainhead" de Ayn Rand traduzido para português mas não consigo encontrar nem sei se há traduzido. Sabe onde posso encontrar?

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    1. Olá Ana! Confesso que não sei onde possa encontrar a tradução portuguesa e gostaria de a ter. Se encontrar o pdf do livro, por favor, avise.

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    2. Este livro pode ser encontrado em português sob o título "A Nascente".

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