quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Banco HSBC lava dinheiro da droga e suporta a al-Qaeda...

[Vivemos em sociedades dominados pela Banca, acima da lei, capazes de fazer toda a espécie de patifarias. David Cameron disse não querer tocar no HSBC porque é demasiado importante para a economia, que a podia desestabilizar mais. Isto é uma verdadeira vergonha e vai deixando cada vez mais claro o que na verdade estamos vivendo e que um dia vai ter que ser avaliado e punido pelos cidadãos a uma escala global, já que dos governos, vendidos a essa gente, nada podemos esperar de bom, apenas estão aí para os proteger e alimentar à nossa custa!...AZ]

Cartéis de drogas mexicanos lavaram bilhões de dólares por meio de operações no HSBC nos EUA por causa de seus controles frouxos, uma investigação concluiu.O chocante relatório feito por um comitê de Senado dos EUA também afirmou que o banco britânico prestou serviços a alguns credores na Arábia Saudita e Bangladesh - que se acredita terem ajudou a financiar a Al-Qaeda e outros grupos terroristas.O escândalo de hoje forçou o director do banco a renunciar em frente de uma subcomissão do Senado dos EUA.David Bagley, que tinha sido chefe do HSBC grupo desde 2002, deixou o cargo antes da Segurança Interna e Assuntos Governamentais da subcomissão após seus resultados foram publicados.É mais um duro golpe para a reputação do setor bancário após o escândalo sobre a manipulação da taxa de empréstimo interbancário Libor.Na audiência, o presidente da subcomissão, senador Carl Levin disse que a cultura do HSBC de cumprimento com a lei, havia sido "pervasively poluída por um longo tempo".Hoje, o banco disse em um comunicado: "Nós vamos pedir desculpas, reconhecer esses erros, responder por nossas ações e dar o nosso compromisso absoluto com a fixação que deu errado."
Gangsters mexicanos da Gang Sinaloa são presos. O relatório concluiu que o HSBC, que está entre os 10 maiores bancos em os EUA, transferiu bilhões de dólares de sua filial no México para os EUA. Isto aconteceu apesar dos avisos de que tais montantes podem envolver recursos de drogas.As autoridades americanas acreditam que cartéis das drogas lavavam dinheiro através da divisão do banco nos EUA entre 2002 e 2009. Carl Levin, presidente do painel de investigações do Senado, disse: "Na era do terrorismo internacional, a violência das drogas nas nossas ruas e nas nossas fronteiras, e do crime organizado, a travagem dos fluxos de capitais ilícitos que suportam essas atrocidades é um imperativo de segurança nacional". Levin também criticou a agência federal que supervisiona as operações do banco norte-americano, dizendo que "toleraram" fracos controles do HSBC contra a lavagem de dinheiro. O banco acrescentou que mudou a sua administração e mudou-se para reforçar a sua conformidade com as regras legais para evitar a lavagem de dinheiro. O Departamento de Justiça dos EUA está conduzindo uma investigação criminal sobre as operações do HSBC, mas não disse se o banco está em negociações liquidação.

Leia mais:
http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/news/money/4433704/.html ixzz2GHpiXH8L

Serviço Nacional de Saúde-Não há dinheiro?

Jorge Freitas Seabra

Conselho Nacional para o Serviço Nacional de Saúde
da Ordem dos Médicos
 
 
 
Sustentabilidade do SNS – Não há dinheiro? 
 
Os custos e a alegada insustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm constituído a espinha dorsal d a argumentação usada por governos e partidos da área do poder para justificarem os cortes orçamentais que hipotecam o desenvolvimento do SNS, servindo de explicação para a contínua retirada de direitos aos cidadãos.
Na realidade, as transferências do Orçamento de Estado para o SNS têm vindo a diminuir drasticamente, sendo os governos muito criativos na invenção de múltiplas e enviesadas formas de o sub-financiar.
Se em 2010 foram transferidos do Orçamento de Estado para o SNS 8.848 milhões de euros, em 2012 essa verba diminuiu para 7.107 milhões, um corte de cerca de 20% (19,7%) -  fonte: SNS – Orçamento de Estado 2012, Ministério da Saúde.
Contudo, o facto de sucessivos governos terem desenvolvido políticas fiscais laxistas ou favorecedoras das grandes empresas cotadas em Bolsa e desviado enormes somas para apoio a investimentos de prioridade mais que discutível - BPN e BPP, BCP, SIRESP, submarinos, “perdão fiscal” às mais valias da PT, do BES, da Jerónimo Martins, “off-shore” da Madeira, auto-estradas em excesso, contratos ruinosos nas PPP, “rendas” abusivas na energia, etc., - mostra que a apregoada insustentabilidade financeira do SNS, não pode ser, dessa forma, justificada, existindo muito dinheiro malparado que daria, caso as escolhas políticas fossem outras, para assegurar, sem dificuldade, o presente e o futuro do SNS.
De resto, quer no plano nacional, quer no internacional, não foi a bancarrota do “Estado Social” ou o custo dos serviços por ele prestados, a causa da crise em que o mundo e o país mergulharam. Na realidade, foi a falência do sistema financeiro, originada por uma política de desregulação que estimulou investimentos não produtivos de elevado risco e crédito armadilhado para estimular o consumo, a causa do previsível e inevitável “crash” que, depois, os mesmos interesses egoistas fizeram repercutir sobre toda a economia. A grave situação actual foi desencadeada por esse desastre financeiro que governos cúmplices procuraram e procuram encobrir, tapando buracos e “imparidades” com dinheiros públicos, que depois dizem faltar à sustentabilidade dos direitos sociais.
Em Fevereiro de 2008, depois de anos de apregoada insustentabilidade financeira do National Health Service inglês, o governo britânico injectou, sem hesitação e num piscar de olhos, 73 mil milhões de euros (aproximadamente o valor total da “ajuda” do BCE-FMI a Portugal) para “salvar” o Northern Bank que a especulação bolsista da administração levara à falência.
Em Portugal, enquanto se corta no Ensino e na Saúde, perdoa-se aos acionistas da PT 270 milhões de euros que deviam pagar ao fisco, gastam-se 5 a 7 mil milhões de euros só para safar um banco (BPN), que depois se vende por 40 milhões, gastam-se mais 450 milhões para “salvar” o BPP (ou alguns dos seus accionistas) que acabou por fechar deixando os depositantes mais crédulos de bolsos vazios. Retiram-se mil milhões de euros ao SNS, mas pretendeu-se dar 800 milhões de euros às grandes empresas, cortando a taxa social única (TSU) que os trabalhadores teriam de compensar,. A Caixa Geral de Depósitos, que gastou dinheiro no socorro ao BPP e ao BPN (que o estado tem de repor), há pouco recapitalizada com fundos da “ajuda” da troika, corta os empréstimos aos cidadãos e às pequenas e médias empresas mas financia os Mellos em centenas de milhões de euros para completarem a aquisição da Brisa (os mesmos Mellos que continuam a investir nas Parcerias Público-Privadas da Saúde ocupando o vazio criado com o sub-financiamento do SNS).
Confirmando que o problema não se centra na (in)capacidade financeira ou na insuficiente produção de riqueza mas sim numa opção ideológica facciosamente monetarista ao serviço de interesses dos donos da banca e das grandes empresas, as mesmos instituições (Comissão Europeia, BCE, FMI) que afirmam, nos media, a dificuldade ou impossibilidade de resolver os problemas da dívida soberana dos preguiçosos países do Sul, dolosamente apelidados de PIGS, retirando direitos (nomeadamente na Saúde) aos seu povos, encontraram a forma rápida de “dar”, discretamente, só em Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012, um milhar de mil milhões de euros (1000 de mil milhões) à banca.
Sublinhe-se, a propósito da grandeza dos números, que o total de apoios à banca europeia, era, segundo afirmou Durão Barroso ao Parlamento Europeu em Setembro de 2011, de 4.600 mil milhões de euros, o que, somado aos recentes acrescentos, eleva essa ajuda a um total fabuloso de 5.600 mil milhões de euros, (7 a 10 vezes o fundo de estabilidade europeia - ESM, a “grande bazuca” contra a especulação recentemente aprovada, cerca de 15 vezes o valor total da dívida grega e 71 vezes a “ajuda” concedida a Portugal, uns “míseros” 78 mil milhões, metade dos quais irão ser devolvidos em juros e comissões). 
Então não há dinheiro?...
“Há e não há! É uma questão de prioridades. Há para umas coisas e não há para outras...” - como disse o (tão ignorado pela TV) Prof. Bruto da Costa, prestigiado economista, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo oficial da Igreja Católica:
De facto, a pergunta correcta não é se há dinheiro. A questão que deve ser posta aos portugueses é se querem continuar a gastar o dinheiro que têm a “salvar” os accionistas do BPN e do BPP, a pagar mais uma auto-estrada aos Mellos, a comprar submarinos que nem os compromissos da NATO obrigam, a dar muitos milhões em “rendas” às PPP e às empresas de energia, a perdoar impostos à banca e às famigeradas Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), ou se, pelo contrário, acham melhor gastá-lo em investimentos produtivos e no financiamento do SNS e de outros serviços sociais do estado.
Dez caças F-16 comprados em 1994 e que nunca chegaram a sair dos caixotes onde ainda hoje permanecem, representam “só” 600 milhões de euros abandonados a um canto, constituindo um paradigmático monumento ao despesismo delirante e terceiro mundista dos nossos rigorosos governantes que tão facilmente acusam os portugueses de viver acima das suas possibilidades e o SNS de ter um custo insuportável.
Apesar dos alegados desperdícios dolosamente empolados pelos governos das últimas décadas que sobre eles montaram outra das vertentes da argumentação justificativa do apoio prestado aos grandes interesses privados, o Serviço Nacional de Saúde continua a constituir um dos maiores avanços alcançados pela democracia em Portugal, tendo colocado o país no pelotão da frente dos melhores cuidados de Saúde (12º do mundo em 2001, segundo a OMS) permanecendo ainda, e apesar de todos os ataques desferidos, como um serviço público eficaz e com boa rentabilidade (cada vez menor, é certo).
A celebrada “empresarialização” dos Hospitais, que inoculou o pior da lógica da organização privada no seio do serviço público, trouxe consigo uma “criativa” concorrencia de números e práticas de obscuro rigor, perseguindo lucros virtuais construídos na falsidade das estatísticas, a que acrescentou, simultaneamente, uma cascata de medidas regulamentadoras que insuflaram o desvio administrativista e burocrático da gestão hospitalar.
Esse caminho perverso, quase sempre redundante e supérfluo, sobrepôs-se à prioridade natural dos objectivos clínicos, multiplicando administradores, assessores e outsourcings, fazendo disparar os custos sem melhorar  a qualidade dos serviços.
O ataque às Carreiras Médicas, que asseguravam e validavam a progressão técnico-científica dos médicos e a estruturação hierárquica dos Serviços, desvalorizou a avaliação inter-pares substituindo-a por nomeações e contratos isolados, tornando o exercício da prática médica mais precário e fragmentado, mais dependente de regras irracionais e de números ilusórios. Assim se foi também menorizando a formação e a investigação clínica, tornando mais difícil a criação do espírito de equipa facilitador do trabalho multidisciplinar. Com a necessidade de contratação de empresas externas, muitas vezes para assegurar unicamente as urgências, fez-se aumentar, sem proveito, os gastos do Estado no SNS, pondo em risco a sua qualidade e o seu futuro.
Apesar disso, os custos do SNS português permanecem (ao contrário do que é apregoado), em valores significativamente baixos, quando comparados com outros países europeus. Embora o cidadão português seja dos que mais gasta do seu bolso - 24% dos gastos em Saúde são custos directos com medicamentos, saúde oral e outros (fora do SNS) -, o gasto médio em Saúde por habitante é, em Portugal (1.627 euros), muito inferior ao da Espanha (2.139), metade da Alemanha (3.221), Suécia (3.335) e França (3.370) e três vezes menos que nos USA (5.227) e Luxemburgo (5.438) dados recentes fornecidos pelo Eurostat e referentes a 2008.
Só no contexto virtual criado pela Tutela e pelos media, é que o SNS - apresentado como estando sempre em crise - vive acima das suas (nossas) possibilidades, num país preguiçoso e sem dinheiro. Por isso, segundo a Tutela, há que fazer pagar o cidadão que procura o sistema público, e que o usa por vezes mal (devido à desorganização da ligação dos cuidados primários com os diferenciados), encaminhando-o para as Urgências, engarrafando os seus acessos, o que estimula a conflitualidade e o descontentamento.
O “cliente” menos informado é, assim, através dos media que constantemente atacam o serviço público de Saúde, instrumentalizado e atirado às bichas das Urgências e dos SAP, ou desviado para a privada a pretexto dos tempos de espera de consultas e intervenções cirúrgicas que a Tutela faz gala em lamentar nos telejonais, nunca ter dado mostras de querer, verdadeiramente, resolver esses problemas dentro do SNS. Aliás, diga-se em abono da verdade, que se a Tutela os já tivesse resolvido, teria solucionado o essencial, e não haveria nenhuma oportunidade de negócio para a grande privada que, provavelmente, nem sequer existiria.
Como o SNS conquistou um lugar incontornável no núcleo de direitos alcançado pela democracia portuguesa, não há ainda, no amplo espectro partidário português (mesmo entre os mais ortodoxos apoiantes do neoliberalismo monetarista de Milton Friedman do nosso governo), quem assuma publicamente ser contra ele. Todos afirmam defender o SNS e tudo o que fazem, quando no poder, é justificado pela busca da sua sustentabilidade ou do seu aperfeiçoamento. Seguindo essa tática, a resposta da Tutela tem sido sempre a de mostrar preocupação com o “caos” e o “problema” da Saúde, dedicando-se a “aperfeiçoar” medidas “salvadoras” do SNS, que, na realidade, mais o foram afundando, agravando os seus problemas, aproveitando a deixa para fazer o cidadão pagar, de forma pedagógica, “aprendendo” assim que a Saúde custa dinheiro.
Tornou-se pois, necessário que o cidadão se habitue a pagar. Pagar a alguém, pagar por cada acto, por cada episódio, por cada consulta. Como na privada. Ou melhor, como na grande privada, porque a pequena é já hoje uma realidade quase inexistente não passando, na maioria dos casos, de consultórios-franchizing das companhias de seguros que pagam cada vez pior o trabalho médico (30 euros brutos ou menos por cada consulta de especialidade). De fora, restam apenas franjas sobrantes que ainda alimentam, em alguns profissionais, o sonho de uma medicina liberal, numa profissão que cada vez mais se proletariza (no mau sentido do termo, infelizmente).
É a grande privada que se tem expandido exponencialmente, ocupando espaço criado pelo progressivo desabamento do SNS causado pelas medidas tomadas pela Tutela “para o consolidar”. É ela a grande vencedora deste jogo de sombras. É ela também que se apropria dos maiores lucros (é o negócio mais lucrativo, a seguir ao das armas – Isabel Vaz /BES Saúde, dixit).  A grande privada que, paradoxalmente, só sobrevive e acumula lucros com a baixa remuneração da maioria dos profissionais e a contribuição decisiva de subvenções e apoios estatais, conhecidos e desconhecidos, directos e indirectos, através das PPP, dos sub-sistemas, das transferências de doentes como a ADSE, Min.Justiça, SIGIC, dos cheque–cirurgia, das convenções, das assessorias, tirando mais dinheiro dos bolsos dos contribuintes que voltam a pagar o que já descontaram para o SNS.
A Constituição assegura um SNS tendencialmente gratuito e proíbe o co-pagamento? Pois há que fazê-lo tendencialmente pago! Como? Nada melhor do que criar taxas ditas “moderadoras”, porque moderar não é constitucionalmente proibido. O estranho, nessas taxas “moderadoras”, é que também são cobradas análises, colonscopias, gastroscopias, broncoscopias, como se isso fosse escolha (ou abuso) do doente, viciado em picadelas, exames invasivos e operações, e não actos só possíveis de executar por prescrição médica.
Na realidade, as taxas “moderadoras” têm outro papel: o de indiciar um co-pagamento progressivo que atenue a diferença com o preço da privada e crie a habituação de que os cuidados de Saúde não são um direito inerente a qualquer cidadão e um serviço pré-pago. As taxas são, de facto, um duplo pagamento contrário ao espírito e à letra da Constituição (como toda a gente sabe), e só o contorcionismo jurídico de um Tribunal Constitucional partidarizado as conseguiu encaixar no seu espírito solidário e “tendencialmente gratuíto”.
O actual governo assume despudoradamente querer reformar o “Estado Social”, abandonando o dever de garantir, por igual, o direito de todos os cidadãos à Saúde, substituindo-o por uma política caritativa e assistencialista ( a devolução, pelo SNS, de duas dezenas de hospitais às Misericórdias e a campanha de um “cortejo de oferendas” para construir uma ala pediátrica de um grande hospital público, são apenas dois símbolos desse retrocesso). Assim se procura dar aos “pobres”, o pouco que resta de um Orçamento de Estado virado para os negócios e para as negociatas, a que se juntam as sobras de um “mecenato” que as grandes empresas quiserem dispensar com o dinheiro que lhes é poupado nos impostos, e a quem, todos nós, depois, devemos ficar servilmente agradecidos.
Sublinhe-se que nada há de mal ou criticável na prática médica individual e privada da Medicina. Um médico pode e deve, em qualquer sistema (público ou privado), exercer com honestidade e eficiência a sua profissão. Mas a privatização dos cuidados de Saúde, como forma organizativa que tem em vista o lucro, não é barata nem eficaz e contém em si mecanismos perversos que facilitam e estimulam a distorção, a falta de rigor e a má prática.
A evolução técnica e a multidisciplinaridade da medicina moderna, obrigam a um aumento de escala dos investimentos, que não pode (nem deve) ser combatido, já que tal implicaria um recuo na capacidade e/ou no nível assistencial. Contudo, esse contínuo desenvolvimento pode e deve ser efectuado, com vantagem, no seio de um sector público não lucrativo, centrado no benefício da população e não no interesse dos accionistas, de forma a não deixar largos sectores populacionais sem cobertura, entregando-os a sistemas assistencialistas sub-financiados e de má qualidade. A experiência negativa dos USA é uma boa prova das inúmeras desvantagens da liberalização e privatização da Saúde (cara e com enormes desperdícios), em que os inúmeros centros de excelência convivem com milhões de cidadãos sem assistência, ou com direitos à Saúde limitados e degradados.
Poder-se-á concluir, pois, que o estrangulamento do SNS que as medidas governamentais e da troika implicam, são o acentuar de uma política que, de há muito, procura limitar o seu papel de grande e dominante serviço público prestador de cuidados de Saúde. Essas medidas não são justificadas por qualquer défice na sua sustentabilidade económica presente ou futura. Na realidade, elas representam apenas uma opção ideológica concreta, que defende interesses estranhos ao bem-estar da população, contrariando o desígnio constitucionalmente consagrado de um SNS universal, solidário e tendencialmente gratuito.
Há contudo, um largo consenso que se pode e deve construir na defesa cidadã do SNS, contra a política da troika e dos grandes interesses que sequestram o governo e o país, construindo um futuro que derrote o falso fatalismo do “não há alternativa”, posto em voga por Margaret Tatcher, primeira responsável da brutal fragilização do prestigiado National Health Service inglês.
A intransigente oposição à desestruturação do SNS português, como serviço público cumpridor dos preceitos constitucionalmente instituídos, deve assumir-se como o campo transversal, abrangente e pluripartidário onde os médicos portugueses e a sua Ordem se devem posicionar, na defesa dos seus direitos, dos direitos dos doentes e de todos os cidadãos do país.
 
 
                                                                     Jorge F. Seabra
                                       Membro da Comissão Nacional da OM para o SNS

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A verdade escondida por trás do escândalo do BPN


Imagem removida pelo remetente.Imagem removida pelo remetente.
 
 

 
 
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Iniciativa para uma auditoria cidadã à dívida

Com o crescente aumento da consciência colectiva sobre a origem e os prossecutores desta abominável tragédia da nossa "civilização", será cada vez mais difícil não acontecer um volte-face no panorama mundial.
Em Portugal, há uma cidadania que se comece a mexer, vejam este blogue

Iniciativa para uma auditoria cidadão à dívida!
AZ
 

Ciclo de conferências "Emigração no Séc. XXI"

Ciclo de conferências sobre o tema “Emigração no séc. XXI”

 
Serão oradores os melhores especialistas da atualidade.
 A NOVA DIÁSPORA PORTUGUESA - EMIGRAR NO SÉCULO XXI  
21 de Dezembro de 2012Vale de Azevedo: O mercado de arrendamento em Londres;
7  de Dezembro de 2012Dias Loureiro: Abrir uma conta e investir em Cabo Verde;
12 de Dezembro de 2012José Sócrates: O financiamento das ppp, com recebimentos em off-shores;
19 de Dezembro de 2012Vítor Constâncio: Ler os sinais do presente para antecipar o futuro;
9 de Janeiro de 2013Duarte Lima: Jurisdições internacionais e conflito de competências;
16 de Janeiro de 2013Luís Figo: Não há almoços grátis;
23 de Janeiro de 2013Fátima Felgueiras: Brasil, riscos e oportunidades;
30 de Janeiro de 2013Joe Berardo: Preparar o regresso, apostar na cultura;
6 de Fevereiro de 2013Isaltino Morais: Técnicas avançadas de recursos judiciais.  
O acesso é gratuito mas com número de lugares limitado.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Corrupção no ensino privado

[Corre nas redes sociais. AZ]
Reportagem da TVI (até admira!!) sobre mega corrupção de parasitas do polvo PS/PSD (para variar) no ensino secundário privado. Se quer saber porque está farto de trabalhar e não percebe porque o estado não se aguenta com os impostos que paga veja um exemplo do sorvedouro monstruoso do seu dinheiro.... e do meu.: http://www.tvi.iol.pt/programa/3008/videos/128753/video/13754874/1 (este vai ser mais um CASO para ocupar as prateleiras dos tribunais)

Momento Zen-Gaspar regressa aos mercados...


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O que diz Olafur Grimssom, Presidente da Islândia (este sim, Presidente)


Como somos hoje vistos pelos Angolanos...

[É um texto curioso, embora entristeça o tom racista que o impregna, pretendendo rebaixar um povo submetido a duros constrangimentos, que só é pobre nos seus líderes políticos, mas a sua história é rica, milenar. Desesperados estamos quase todos na Europa, até a maior potência do mundo, os EUA. E Angola continua sendo hoje, quase 40 anos volvidos, um país com uma população pobre e inculta, dominado por uma plutocracia militar sem pudor algum. Vive dos diamantes e do petróleo, e o petróleo todos sabemos ser uma fonte de energia que tem agravado a poluição e o aquecimento global. Mal se pode viver em Luanda e quem aí trabalha, o faz por necessidade, não por prazer. Portugal não é sequer pobre em recursos, tem uma terra arável razoável, recursos minerais apreciáveis, uma beleza natural que é apreciada pelos estrangeiros, e potencial humano que baste. Enfim, que estou eu fazendo aqui, rebatendo um texto que no fundo revela sentimentos inferiores, e o que vai na mente de alguns angolanos intelectualóides...AZ]

Artigo de um Jornal de Angola.
8.11.12

Privilegiados contra desesperados
Texto de Rui Ramos

Milhares de portugueses desesperados formam diariamente filas intermináveis nos Centros de Emprego e outros largos milhares ainda é noite e lá vão para Alcântara na tentativa esperançosa de conseguir um visto para Angola, a nova Terra da Promissão.
O povo português é tradicionalmente um povo pobre, povo de olhar o chão para ver se encontra centavos, tostões ou cêntimos. Mas de repente votou num poder que lhe abriu as portas do paraíso artificial. Desatou a contrair empréstimos para comprar primeira, segunda e terceira habitação, carros para cada membro da família, computador para cada membro da família, cão para cada membro da família, um telemóvel por cada operadora para cada membro da família.
Os bancos fizeram o seu trabalho de casa, deram empréstimos a cada membro da família, deram cartões de crédito, cinco para cada membro da família, até bebé tem cartão de crédito e empréstimo bancário em Portugal.
Narizes empinados, até pareciam ricos. Parecia que estavam a crescer, a subir. Tinha até motorista de autocarro 463 que não parava na paragem quando trabalhadora cabo-verdiana tocava. Trabalhar para pretos?
Menina mais castanha era chamada de “suja”, vai para a tua terra. Presidente da Câmara de Lisboa apanhou sol desde os tempos dos avós e muitas pessoas chamavam-lhe “o preto da Câmara”. Gostam muito de chamar “pretinho”, gostam mesmo.
De repente acabou a teta da loba, secou, voltou ao que era, como sempre foi: país muito pobre. Quase dois milhões no desemprego para o resto da vida. Prosperam negócios ilegais, nas cervejarias trafica-se droga na cara da polícia, à luz do dia assaltam-se pessoas e supermercados impunemente, a polícia diz que não pode fazer nada.
Então chegam notícias, não de Preste João, mas da teta angolana: tem leite enriquecido.
Chiu, não chama mais preto, eles não gostam e não te dão visto. E então a procissão de nossa senhora da esperança avança para Alcântara, enche o passeio como uma jibóia. Marcam lugar, vão rápido no bar, menina, uma bica bem escura, eu não sou racista. Na bicha só se ouve “eu não sou racista, nunca fui, eu nunca chamei preto a ninguém, acho que me vão dar visto…
Esses são os desgraçados, arruinados, miseráveis de um país no abismo. Outros vivem desses. Os candongueiros, os fugitivos dos impostos, mas também os intelectualóides que já foram paridos com um livro na mão. Passam lá de madrugada quando voltam para casa e ao verem aquela bicha espumam como cão vadio, põem cara de podre e murmuram “pretos da merda”, passam na bicha e trombeiam “aquilo lá é uma ditadura, os chineses comem pessoas…”.
Ninguém liga a esses pereiras gayvotas de rabo gordo. Depois quando acordam a meio da tarde voltam lá – e lá está a bicha – outra bicha interminável, para recolher os vistos, os intelectualóides trombilham de novo, despenteados, casposos e com a boca suja (intelectualóide lusitano não lava os dentes): “ide lá, ide, ide lá fazer filhos mulatos…”
Derrotada em Sintra, à beira da exaustão nervosa, depois de três horas no IC19, Ana Gomes chega a Alcântara e fala de longe aos desesperados de migalhas: “Eu sou amiga de Angola, eu nunca falei mal de Angola, quem falou mal foi o doutor Pacheco Pereira, eu nunca fui à Jamba, eu nunca vi o Savimbi, eu não pus nome de Savimbi no meu filho, quem pôs foi o João…” Os zombies lusitanos não a ouvem, nem a ela nem ao tal Pereira, os ciumentos, os despeitados, os preconceituosos, os vozinhas finas, cheios de raiva por causa daquelas bichas longas, cada pessoa que ali chega desesperada que chega à bicha é mais uma cárie naqueles dentes sujos: “não, não, não estão a chegar mais, doutor, diga-me que não estão a chegar mais…”.
Quem chega atrasado à interminável bicha diária e não ouviu, pergunta quem é aquela nervosa com aqueles tiques esquisitos. Um desesperado lhe diz, desinteressado: é uma gaja de Sintra que está bem instalada na Europa e vem aqui cuspir perdigotos gozando connosco, como aquele Pereirinha gorduxoso esquisito que brinca com a nossa miséria.
Então o desesperado alcança a porta e uma luz se abre, chora de alegria pela primeira vez há muito tempo, sai do mundo escuro dos mortos e entra no mundo luminoso da esperança.

Deutsche Bank escondeu 12 mil milhões de dólares de perdas

[Caros concidadãos, com mais esta notícia o "quadro" começa a ficar mais evidente, torna-se mais transparente a fonte da crise global financeira, uma verdadeira vergonha da nossa dita civilização! Queremos que os responsáveis sejam julgados e punidos, basta de criarem tragédia entre os inocentes!...Original aqui. AZ]
 
O banco alemão camuflou prejuízos durante a crise financeira, evitando assim um resgate governamental.
O Deutsche Bank não reconheceu perdas de cerca de 12 mil milhões de dólares durante a crise financeira, o que ajudou a que o banco evitasse ser resgatado pelo governo alemão, avança o “Financial Times”, que cita as queixas apresentadas aos reguladores norte-americanos por três ex-colaboradores do banco.
As três queixas feitas às entidades reguladoras dos EUA – incluindo a SEC, que supervisiona o mercado de capitais, sendo a homóloga da CMVM em Portugal – dizem que o Deutsche Bank apresentou avaliações erradas relativamente a uma grande posição em derivados.
Os antigos colaboradores do banco alegam que se o Deutsche tivesse contabilizado adequadamente as suas posições – no valor nominal de 130 mil milhões de dólares -, o seu capital teria caído para níveis perigosos durante a crise financeira e poderia ter sido necessário um resgate governamental para sobreviver.
Em vez disso, acusam os três ex-colaboradores, os “traders” do banco – com o conhecimento dos executivos seniores – evitaram registar as perdas, não fazendo a avaliação dos seus activos pelo valor do mercado, durante a crise nos mercados do crédito em 2007-2009.
Dois dos ex-colaboradores alegam que o Deutsche não avaliou correctamente o valor dos seguros fornecidos em 2009 pela Berkshire Hathaway, do famoso investidor Warren Buffett, sobre algumas dessas posições. Esta é a primeira vez que se fala da existência destes acordos. No entanto, o Deutsche refere, citado pelo “FT”, que estas alegações têm mais de dois anos e meio e que foram publicamente reportadas em Junho de 2011. Além disso, o banco sublinha que as queixas foram alvo de “cuidada investigação” e que se revelaram “totalmente infundadas”.
 

Há alternativas a este mundo de horror. Saiba quais!


"Casi todo lo que realice será insignificante, pero es muy importante que lo haga." Mahatma Gandhi.
 
Se adjunta el libro entero en formato PDF, aunque se vende en librerías al precio de 10 euros. VEJA AQUI
HAY ALTERNATIVAS, el libro de Vicenç Navarro, Juan Torres López y Alberto Garzón, con prólogo de Noam Chomsky, que sus autores ponen en libre circulación porque la editorial Aguilar se echó atrás en el último momento. Si te gusta, ¡Pásalo!Dice cosas como:

- Que la crisis mundial es lo que ya sabemos todos: terrorismo financiero.

- Que España es el único país de la OCDE en donde los salarios reales no han crecido en los últimos 15 años.

Y que no hemos vivido por encima de nuestras posibilidades, sino que los salarios han estado por debajo de nuestras necesidades.

- Que hace 20 años, la diferencia salariales entre Directivos y asalariados era de 10-20 veces superior y ahora es hasta 100-200 veces superior.

- Que los países que están soportando bien la crisis son los países del norte de Europa, donde los servicios sociales ocupan un 25% y en España sólo un 9%, y estos servicios sociales se financian, por ejemplo, con la política fiscal de Suecia.

- Que por lo tanto, cuando nos dicen que hay que reducir el gasto público, y reducir los sueldos para generar riqueza y empleo, es todo lo contrario, y eso lo explica con todo lujo de detalles el libro.

- Que la diferencia entre Suecia y España es que allí los ricos pagan los impuestos, y aquí sólo pagan los trabajadores con nómina, pero que las grandes empresas españolas, la gran mayoría sólo declara un 10% de sus ganancias, y que las grandes fortunas, sólo un 1%, si acaso. Y para eso utilizan los paraísos fiscales y otras tretas, que hasta los bancos, sus compinches, les ayudan a desviar.

- Que en otros países de Europa, las grandes empresas no despidieron a sus empleados, sólo redujeron la jornada de trabajo. Por lo tanto no se generó paro.

- Que los planes de austeridad que nos imponen sólo dirigen las economías hacia el desastre.

Y que todo esto viene de la economía NEOLIBERAL que impusieron al mundo R. Reagan y Thatcher. (esto lo explica muy bien Naomi watts. en su libro y documental: la doctrina del shock).

- Que en España, con los 40 años de dictadura, donde el poder de la banca y los empresarios estaba muy unida a la política, todavía sigue esa tendencia: el poder de clase. (ver pág. 109-110)

- Que no dejes de leer el capítulo V, sobre todo páginas 107 a119, las páginas que se ven arriba con las flechitas.

- Que en el cap.VII habla sobre los bancos, y la forma en que trabajan, como ya sabemos todos, al ser dirigidos por Wall Street y la City de Londres. Y que habría que nacionalizar las Cajas de Ahorros, para que sea un dinero que realmente sirva al pueblo, y a las pequeñas y medianas empresas. Ahora se está haciendo todo lo contrario.

- Que el 0,66% de la población mundial tiene el 66% de los ingresos mundiales anuales.

También dice que en España no hay ninguna razón para que estemos mal económicamente, sólo que, se han montado de tal forma las cosas, que ahora los bancos y los ricos no paran de ganar dinero, y sin embargo, la población es cada día más pobre y está más estrangulada. 

Hace un par de meses, la Editorial Aguilar, mostró su interés en publicar nuestro libro: HAY ALTERNATIVAS. Propuestas para crear empleo y bienestar en España, que nos prologó Noam Chomsky. 
Cuando ya se había concretado como fecha de publicación el libro el 19 de octubre y se había comenzado su promoción en la web de Aguilar y en librerías, los editores nos comunicaron que la empresa deseaba retrasarla sin otra explicación de por medio, lo que nos obligó lamentablemente a desestimar su publicación en esa editorial. Se confirmaba así lo difícil que resulta difundir en España, en los momentos en que son más necesarias que nunca, como ahora, ideas alternativas al pensamiento único que predomina en el debate político y social. 
Para solventar esta situación hemos optado por ofrecer nuestra obra gratuitamente en formato pdf a través de la red y en una nueva edición impresa en Ediciones Sequitur que, con la colaboración de ATTAC España, se ha arriesgado a publicar rápidamente este libro que estará en librerías al precio de 10 euros a partir del 31de octubre. 
Tenemos la firme convicción de que sólo haciendo que la ciudadanía sepa lo que de verdad está sucediendo en nuestra economía y divulgando las alternativas que existen a esta aguda crisis del capitalismo podremos salir de ella con más empleo y bienestar social, como demostramos en este libro. 
Por eso llamamos a divulgar esta versión en pdf, a estudiarla y difundir sus propuestas y pedimos a todos los lectores que se conviertan en distribuidores del libro una vez que se encuentre impreso. 
Contra la censura de los grandes oligopolios y el pensamiento único que imponen los poderes económicos, financieros y mediáticos defendamos la pluralidad y la libertad de pensamiento conociendo y difundiendo el pensamiento crítico. 
Os pedimos vuestra colaboración para demostrar a quienes han intentado silenciar este texto que su tiempo se está terminando. 
Difundid todo lo posible este libro que os envío.


Prólogo do livro~Por Noam Chomsky
En 1978 el presidente del sindicato más poderoso de Estados Unidos, Douglas Fraser, de la federación de los traba-jadores de la industria del automóvil United Auto Workers (UAW) condenó a los "dirigentes de la comunidad empresarial" por haber "escogido seguir en tal país la vía de la guerra de cla-ses (class war) unilateral, una guerra de clases en contra de la clase trabajadora, de los desempleados, de los pobres, de las minorías, de los jóvenes y de los ancianos, e incluso de los sec-tores de las clases medias de nuestra sociedad". Fraser también los condenó por haber "roto y descartado el frágil pacto no escrito entre el mundo empresarial y el mundo del trabajo, que había existido previamente durante el periodo de crecimiento y progreso" en el periodo posterior a la Segunda Guerra Mundial conocido comúnmente como la "edad dorada" del capitalismo (de Estado).
 
El reconocimiento de la realidad por parte de Fraser fue acertado aunque tardío. Lo cierto es que los dirigentes empre-sariales y sus asociados en otros sectores de las élites dominan-tes estaban constantemente dedicados a una siempre presente guerra de clases, que se convirtió en unilateral, sólo en una dirección, cuando sus víctimas abandonaron tal lucha. Mientras Fraser se lamentaba el conflicto de clases se iba recru-deciendo, y desde entonces ha ido alcanzando unos enormes niveles de crueldad y salvajismo en Estados Unidos que, al ser el país más rico y poderoso del mundo y con mayor poder hegemónico desde la Segunda Guerra Mundial, se ha converti-do en una ilustración significativa de una tendencia global.


 
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HAY  ALTERNATIVAS
 
Durante los últimos treinta años el crecimiento económico ha continuado aunque no al nivel de la "edad dorada", pero para la gran mayoría de la población la renta disponible ha per-manecido estancada mientras que la riqueza se ha ido concen-trando, a un nivel abrumador, en una facción del 1 por ciento de la población, la mayoría de los ejecutivos de las grandes cor-poraciones, de empresas financieras y de alto riesgo, y sus aso-ciados. Este fenómeno se ha ido repitiendo de una manera u otra a nivel mundial. China, por ejemplo, tiene una de las desi-gualdades más acentuadas del mundo.
 
Se habla mucho, hoy en día, de que por el hecho de que "Estados Unidos esté en declive" hay un cambio en las relacio-nes de poder a nivel global. Esto es parcialmente cierto, aunque no significa que otros poderes no puedan asumir el rol y la supremacía que ahora tiene Estados Unidos.
 
El mundo se está convirtiendo así en un lugar más diverso en algunos aspectos, pero más uniforme en otros. Pero en todos ellos existe un cambio real de poder: hay un desplazamiento del poder del pueblo trabajador de las distintas partes del mundo hacia una enorme concentración de poder y riqueza. La litera-tura económica del mundo empresarial y las consultorías a los inversores súper ricos señalan que el sistema mundial se está dividiendo en dos bloques: la plutocracia, un grupo muy importante, con enormes riquezas, y el resto, en una sociedad global en la cual el crecimiento que en una gran parte es des-tructivo y está muy desperdiciado beneficia a una minoría de personas extraordinariamente ricas, que dirigen el consumo de tales recursos. Y por otra parte existen los "no ricos", la enorme mayoría, referida en ocasiones como el "precariado" global, la fuerza laboral que vive de manera precaria, entre la que se incluye mil millones de personas que casi no alcanzan a sobre-vivir.
 
Estos desarrollos no se deben a leyes de la naturaleza o a leyes económicas o a otras fuerzas impersonales, sino al resul-tado de decisiones específicas dentro de estructuras institucio-nales que los favorecen. Esto continuará, a no ser que estas


 
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PRÓLOGO

 

decisiones y planes se reviertan mediante acción y movilizacio-nes populares con compromisos dedicados a programas que abarquen desde remedios factibles a corto plazo hasta otras propuestas a más largo plazo que cuestionen la autoridad ilegí-tima y las instituciones opresivas entre las que reside el poder. Es importante, por lo tanto, acentuar que hay alternativas.

 

Las movilizaciones del 15M son una ilustración inspiradora que muestra qué es lo que puede y debe hacerse para no conti-nuar la marcha que nos está llevando a un abismo, a un mundo que debería horrorizar a todas las personas decentes, que será incluso más opresivo que la realidad existente hoy en día.