segunda-feira, 6 de junho de 2011

Financial Times arrasa Sócrates

*Wolfgang Munchau no Financial Times (09.05.2011)*



"*The political reason this crisis goes from bad to worse is an unresolved
collective action problem. Both sides are at fault. The tight-fisted,
economically illiterate northern parliamentarian is as much to blame as the
southern prime minister who cares only about his own backyard. The Greek
government played it relatively straight but Portugal's crisis management
has been, and remains, appalling.*

*José Sócrates, prime minister, has chosen to delay applying for a financial
rescue package until the last minute. His announcement last week was a
tragi-comic highlight of the crisis. With the country on the brink of
financial extinction, he gloated on national television that he had secured
a better deal than Ireland and Greece. In addition, he claimed the agreement
would not cause much pain. When the details emerged a few days later, we
could see that none of this was true. The package contains savage spending
cuts, freezes in public sector wages and pensions, tax rises and a forecast
of two years' deep recession.*

*You cannot run a monetary union with the likes of Mr Sócrates, or with
finance ministers who spread rumours about a break-up. Europe's political
elites are afraid to tell a truth that economic historians have known
forever: that a monetary union without a political union is simply not
viable. This is not a debt crisis. This is a political crisis. The eurozone
will soon face the choice between an unimaginable step forward to political
union or an equally unimaginable step back. We know Mr Schäuble has
contemplated, and rejected, the latter. We also know that he prefers the
former. It is time to say so.*"

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*Sócrates arrasado em artigo no "Financial Times"*



O jornal britânico "Financial Times" acusa o Primeiro-ministro português de
só querer saber "do seu quintalzinho" e de ter adiado até ao último minuto o
anúncio sobre o pedido de ajuda.

Numa crónica assinada por Wolfgang Munchau, o ponto alto da crise foi o
anúncio *"trágico-cómico" *da semana passada de José Sócrates, que, com o
país à beira da extinção fi nanceira, apareceu nas televisões nacionais a
elogiar o acordo fi rmado com a *troika*.

O cronista lembra ainda as garantias do Primeiro-ministro de que o acordo
não iria trazer grande sofrimento, desmentidas dias depois: o plano prevê
grandes cortes na despesa, congela salários e pensões, aumenta impostos e
prevê dois anos de recessão.

Por isso, conclui que o problema da Europa é político, não económico: "A
razão política pela qual esta crise vai de mal a pior é um problema de
actuação colectiva que continua por resolver. Ambos os lados têm falhado.

O deputado avarento e economicamente iletrado do Norte da Europa é tão
responsável como o primeiro-ministro do Sul da Europa que só se preocupa com
o seu quintalzinho. O Governo grego comportou-se de forma relativamente
correcta, mas a forma como Portugal tem gerido, e continua a gerir, a crise
é assustadora".

Na opinião de Munchau, a Zona Euro vai confrontar-se, em breve, com uma
escolha, porque, "como os historiadores económicos sabem desde sempre, uma
união monetária sem uma união política não é viável".

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