quinta-feira, 29 de março de 2012

PORTUGAL A SAQUE E A SALDO

PORTUGAL A SAQUE E SALDO: a luta pela independência nacional, nomeadamente económica, é urgente Pág. 1

Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com

PORTUGAL A SAQUE E A SALDO: Cada vez mais riqueza produzida em Portugal é

apropriada por grupos estrangeiros, ficando menos para os portugueses

RESUMO DESTE ESTUDO

Em Portugal, como consequência quer do investimentos realizado no exterior quer do investimento

estrangeiro em Portugal, está-se a verificar uma profunda descapitalização do país. E contrariamente à

ideia que o governo PSD/CDS e os defensores do pensamento económico neoliberal dominante nos

media pretendem fazer crer à opinião pública, o investimento tanto no exterior de portugueses como no

pais de estrangeiros não é, na sua esmagadora maioria, investimento directo produtivo, que cria

riqueza e emprego, mas sim visando obter juros, mais-valias, etc., ou seja, lucros fáceis e rápidos.

O investimento total no estrangeiro de portugueses ou de entidades com residência em Portugal

atingiu, em 31.12.2011, 291.629,3 milhões €. Apenas uma parcela pequena destes activos no exterior

(entre 15,4% e 18% do total) são investimento directo, ou seja, foram aplicados directamente em

empresas, para criar capacidade produtiva e emprego. Uma parte muito importante (39,6%) são os

chamados “investimentos de carteira”, ou seja, realizado em acções e obrigações de curta e média

duração visando a obtenção de ganhos financeiros rápidos. O mesmo sucede com os “Outros

investimentos no exterior”, que representavam 42,3% dos activos no exterior em 2011.

Situação semelhante verifica-se com o investimento estrangeiro em Portugal. Segundo o Banco de

Portugal, em 31.12.2011, a divida total bruta do país ao estrangeiro, resultante destes investimentos,

atingia 468.826,8 milhões €. Deste total, apenas 18% era investimento directo em Portugal (aquele que

é referido na propaganda oficial sobre investimento estrangeiro), ou seja tendo como objectivo directo

aumentar a capacidade produtiva e o emprego. Tudo o resto, na sua esmagadora maioria, eram

aplicações financeiras que visavam obtenção de juros, mais-valias, etc., ou seja, aplicações que

visavam arrecadar lucros rápidos e elevados. Como consequência, em apenas 6 anos (2006/2011),

foram transferidos para o estrangeiro 111.461 milhões €. de rendimentos gerados em Portugal, sendo

20,3%, ou seja, 22.681 milhões de euros, referentes a dividendos e lucros distribuídos, na sua maioria

de investimentos directos. Os restantes 79,3%, ou seja, 88.780 milhões de euros de rendimentos

resultaram, na sua maioria, de aplicações financeiras, para não dizer mesmo especulativas. Aqueles

111.461 milhões €. de rendimentos, embora gerados em Portugal, não foram investidos internamente

para criar riqueza e emprego, mas sim transferidos directamente para o estrangeiro, a maioria não

pagando quaisquer impostos em Portugal. Isto significa a descapitalização do pais em larga escala que

se agravará no futuro com a politica de privatizações a saldo levada a cabo pelo governo PSD/CDS

com o apoio da “troika estrangeira”.
O caso do BPN, vendido ao grupo bancário BIC, dominado por

angolanos, por 40 milhões € tendo o Estado Português capitalizado antes com mais de 500

milhões € e dado um crédito sem juros de 300 milhões €, o que levou a C.E a intervir, e o caso da

EDP vendida a um grupo chinês que agora, pelo que veio a público, pensa-se que o governo se

comprometeu a manter as “rendas excessivas”, que contribuíram para que a EDP tivesse, em

2011, 1125 milhões € de lucros líquidos (os maiores de sempre), pagas pelos consumidores,

mostra bem a politica de privatizações a saldo que um governo sem sentido nacional, sem

competência técnica e sem experiencia, e cego pelo ideologia neoliberal está a fazer sob o

comando da “troika estrangeira”, entregando a grupos económicos estrangeiros, até porque os

“nacionais” estão sem liquidez para comprar, instrumentos importantes do Estado para promover

o desenvolvimento e fonte de receitas para O.E. que será depois substituída por mais impostos.

O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde ao valor da riqueza criada anualmente no país. O RNB

(Rendimento Nacional Bruto) corresponde à riqueza que, em cada ano, fica no país, e que é repartida,

embora de uma forma cada vez mais desigual, em Portugal. Em 1995, o PIB era superior ao RNB em

175,9 milhões €, portanto Portugal recebia mais do estrangeiro do que transferia para o exterior. Em

1996, com a entrada na União Europeia, a situação inverteu-se e Portugal começou a transferir para o

exterior mais do que recebe do exterior, situação que se agravou com a entrada para a Zona do Euro, o

que determinou que, em 2011, Portugal tenha transferido para o exterior mais 6.083,5 milhões € do que

recebeu do estrangeiro, o que provocou que o valor do PIB (o que se produziu nesse ano) tenha

atingido 171.112 milhões €, mas o valor do RNB (o que ficou em Portugal) tenha sido apenas de

165.028,5 milhões €. Em 2011, da riqueza criada por cada português com emprego, 1.251 € foram

transferidos para o estrangeiro apenas para cobrir este saldo negativo. Eis uma outra consequência da

politica que tem sido seguida em Portugal, agravada ainda mais pela terapia de choque imposta pela

“troika estrangeira” e pelo governo PSD/CDS, que tem sido escondida quer por estes “senhores” quer

ainda pelos defensores do pensamento económico neoliberal dominante nos media em Portugal.

No estudo anterior que publicamos, referimos que Robert Reich, ex- secretário de Estado do presidente

Clinton, em “AFTER SHOC – A economia que se segue e o futuro da América”, escreveu que “
Quando

o rendimento está concentrado em relativamente poucas mãos … as poupanças deles (ricos e muito

ricos) são acumuladas, para circularem numa fúria de especulação ou, sobretudo nos nossos tempos,

para serem investidos no estrangeiro
”. Interessa, por isso, conhecer o que está a acontecer em

Portugal nesse campo. Para isso, vamos utilizar dados divulgados recentemente quer pelo Banco de

Portugal quer pelo Instituto Nacional de Estatística. Se analisarmos o “activo” e o “passivo” da

chamada “Posição de Investimento Internacional” do país, cujos dados são trimestralmente divulgados

pelo Banco de Portugal no seu Boletim Estatístico, concluímos que a maior parte dos investimentos no

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estrangeiro (Activo), assim como a maioria do investimento em Portugal (Passivo) são de natureza

especulativa, pois não visam nem capacidade produtiva nem emprego, mas sim arrecadar juros

elevados, mais-valias, etc. Os quadros seguintes, construídos com dados constantes do Boletim

Estatístico de Fevereiro de 2012 do Banco de Portugal, mostram com clareza isso.

Quadro 1 – Valor e repartição dos Activos (investimentos) de Portugal no estrangeiro

A primeira conclusão importante que se tira dos dados do Banco de Portugal é que o investimento total

de residentes ou de entidades com residência em Portugal no exterior atingia, em 31.12.2011,

291.629,3 milhões euros, ou seja, era cerca de 1,7 vezes superior ao valor total do PIB de 2011

(riqueza criada no país durante o ano passado). Portanto, riqueza que foi criada em Portugal mas que

não foi investida em Portugal para produzir riqueza e criar emprego. Outra conclusão importante que se

tira dos dados do quadro1, é que apenas uma parcela muito pequena desses activos no exterior (entre

15,4% e 18% do total) são investimento directo, ou seja, foram aplicados directamente em empresas,

para criar capacidade produtiva. Um parte muito importante (39,6%) são os chamados “investimentos

de carteira”, ou seja, em acções e obrigações de curta e média aplicação visando a obtenção de

ganhos financeiros rápidos, o mesmo sucedendo com os “Outros investimentos no exterior”, que

representavam 42,3% dos activos no exterior em 2011. Uma situação muito parecida se verifica em

relação ao “Passivo” da “Posição de Investimento Internacional”, ou seja, aos investimentos de

estrangeiros em Portugal. O quadro 2, mostra com clareza a situação neste campo.

Quadro 2– Valor e repartição da divida (Passivo) de Portugal ao estrangeiro
(investimentos em Portugal)

ANOS

Investimentos

directos do exterior

em Portugal

Milhões euros

Investimentos de

carteira em Portugal

Milhões euros

Outros investimentos do

exterior em Portugal (*)

Milhões euros

Total do

PASSIVO do

País

Milhões €

% dos

Investimentos

directos em

relação Total

2008 71.832,8 180.145,5 178.568,9 449.503,5 16,0%

2009 79.626,3 216.297,1 174.991,6 494.355,1 16,1%

2010 83.584,8 197.107,6 165.658,9 506.322,1 16,5%

2011 84.267,9 145.244,4 178.362,0 468.826,8 18,0%

(*) Na rubrica "Outros investimentos do exterior" retiramos os empréstimos do BCE

FONTE: Boletim Estatístico - Fevereiro de 2012 - Banco de Portugal

Em 31.12.2011, a divida total bruta do país ao estrangeiro atingia 468.826,8 milhões de euros, ou seja,

correspondia 2,7 vezes o valor do PIB de 2011. Deste total, apenas 18% era investimento directo do

exterior em Portugal (aquele que é referido na propaganda oficial sobre investimento estrangeiro), ou

seja, investimento tendo como objectivo directo aumentar a capacidade produtiva de empresas. Tudo o

resto, na sua esmagadora maioria, eram aplicações financeiras que visavam obtenção de juros, maisvalias,

etc., os quais, na sua maioria, não pagavam impostos em Portugal. O quadro seguinte, com

dados do Banco de Portugal, mostra os rendimentos gerados em Portugal transferidos para o

estrangeiro nos últimos anos.

Quadro 3 – Rendimentos transferidos para o estrangeiro – 2006/2011

ANOS

Rendimentos

transferidos para o

exterior TOTAL

Milhões €

Rendimentos transferidos para

o exterior - Dividendos e lucros

distribuídos

Milhões €

% dos dividendos e lucros

distribuídos no Total de

rendimentos transferidos

para o estrangeiro

Rendimentos transferidos

para o exterior que não

tiveram como origem

investimento directo

Milhões €

2006 17.105 2.594 15,20% 14.512

2007 19.414 3.489 18,00% 15.925

2008 20.270 2.422 11,90% 17.848

2009 17.015 4.401 25,90% 12.614

2010 19.551 5.393 27,60% 14.158

2011 18.106 4.383 24,20% 13.723

SOMA 111.461 22.681 20,30% 88.780

FONTE: Boletim Estatístico - 2006-2012 - Banco de Portugal

ANOS

Investimentos directos

de Portugal no exterior

Milhões euros

Investimentos de

carteira no exterior

Milhões euros

Outros

investimentos no

exterior

Milhões euros

Total dos activos

no exterior

Milhões euros

% dos

Investimentos

directos em

relação Total

2006 40.989,9 121.744,4 114.289,6 277.023,9 14,8%

2007 45.994,0 129.469,5 123.487,6 298.951,1 15,4%

2008 45.272,7 126.713,3 112.236,4 284.222,4 15,9%

2009 47.529,8 146.247,4 114.262,5 308.039,7 15,4%

2010 49.941,7 145.796,6 125.434,3 321.172,6 15,5%

2011 52.593,9 115.630,0 123.405,4 291.629,3 18,0%

FONTE: Boletim Estatístico - Fevereiro de 2006 - Fevereiro de 2012 - Banco de Portugal

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Em apenas 6 anos (2006/2011), foram transferidos para o estrangeiro 111.461 milhões €,

rendimentos gerados em Portugal, sendo 20,3%, ou seja, 22.681 milhões €, referentes a

dividendos e lucros distribuídos, na sua maioria de investimentos directos. O restante, ou seja,

79,3%, isto é, 88.780 milhões €, são rendimentos resultantes, na sua maioria, de aplicações

financeiras, para não dizer mesmo especulativas. Um aspecto importante que interessa destacar,

é o facto daqueles 111.461 milhões € terem, na sua esmagadora maioria, como origem lucros,

dividendos, juros, mais-valias, etc., gerados em Portugal, que não são investidos internamente

para criar riqueza e emprego, mas sim transferidos directamente para o estrangeiro, e a maioria

não paga quaisquer impostos em Portugal. É uma autêntica descapitalização do pais que tem

lugar todos os anos, mesmo com a crise (18.106 milhões de euros em 2011), o que agrava ainda

mais a situação do país. Esta situação, como é fácil de concluir, será ainda agravada pela politica

de privatizações a saldo em beneficio de estrangeiros levada a cabo pelo governo PSD/CDS com

apoio da “troika estrangeira”. O quadro seguinte completa a análise feita, pois mostra que uma

parte crescente da riqueza produzida anualmente no país (PIB) é transferida para o estrangeiro.

Quadro 4 – PIB e do RNB de Portugal a preços correntes no período 1996-2011

Anos
PIB

Milhões €

Rendimento

Nacional Bruto

(RNB)

Milhões €

% RNB

em

relação

ao PIB

Diferença

RNB-PIB

Milhões

euros

Total de

emprego

Milhares

PIB por

empregado

Euros

RNB por

empregado

Euros

RNB/empregado

(-)

PIB/empregado

- €

1995
87.840,9 88.016,8 100,2% 175,9 4.530,9 19.387 € 19.426 € 39 €

1996
93.216,5 93.213,1 100,0% -3,4 4.606,8 20.235 € 20.234 € -1 €

1997
101.145,9 100.522,9 99,4% -623,0 4.727,5 21.395 € 21.263 € -132 €

1998
110.376,5 109.538,7 99,2% -837,8 4.860,2 22.710 € 22.538 € -172 €

1999
118.661,4 117.489,4 99,0% -1.172,0 4.927,0 24.084 € 23.846 € -238 €

2000
127.316,9 124.681,7 97,9% -2.635,2 5.030,0 25.312 € 24.788 € -524 €

2001
134.471,1 131.036,7 97,4% -3.434,4 5.121,3 26.257 € 25.587 € -671 €

2002
140.566,8 138.320,6 98,4% -2.246,2 5.151,2 27.288 € 26.852 € -436 €

2003
143.471,7 142.089,0 99,0% -1.382,7 5.120,7 28.018 € 27.748 € -270 €

2004
149.312,5 147.723,3 98,9% -1.589,2 5.116,7 29.181 € 28.871 € -311 €

2005
154.268,7 151.980,5 98,5% -2.288,2 5.099,9 30.249 € 29.801 € -449 €

2006
160.855,4 155.999,2 97,0% -4.856,2 5.126,1 31.380 € 30.432 € -947 €

2007
169.319,2 163.945,4 96,8% -5.373,8 5.123,8 33.046 € 31.997 € -1.049 €

2008
171.983,1 165.835,7 96,4% -6.147,4 5.147,2 33.413 € 32.219 € -1.194 €

2009
168.503,6 161.639,2 95,9% -6.864,4 5.014,3 33.605 € 32.236 € -1.369 €

2010
172.669,7 167.047,4 96,7% -5.622,3 4.937,0 34.975 € 33.836 € -1.139 €

2011
171.112,0 165.028,5 96,4% -6.083,5 4.861,2 35.200 € 33.948 € -1.251 €

FONTE: Contas Nacionais Anuais Provisórias - 4º Trim. 2011 - INE

O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde ao valor da riqueza criada anualmente no país. O RNB

(Rendimento Nacional Bruto) corresponde à riqueza que, em cada ano, fica no país, e que é

repartida, embora de uma forma cada vez mais desigual, em Portugal. E como revelam os dados

do quadro 4, o valor do RNB é cada vez mais reduzido do que o do PIB. Em 1995, o PIB era

superior ao RNB em 175,9 milhões €, portanto Portugal recebia mais do estrangeiro do que

transferia para o exterior. Em 1996, com a entrada na União Europeia, a situação inverteu-se e

Portugal começou a transferir para o exterior mais do que recebia do exterior, situação que se

agravou com a entrada para a Zona do Euro. Em 2011, segundo o Banco de Portugal, Portugal

transferiu para o exterior mais 6.083,5 milhões € do que recebeu do estrangeiro, o que provocou

que o valor do PIB (o que se produziu nesse ano no país) tenha atingido 171.112 milhões €, mas

o valor do RNB (o que ficou em Portugal) tenha sido apenas de 165.028,5 milhões €. Em 2011, da

riqueza criada por cada por cada português empregado em Portugal, 1.251 € foram transferidos

para o estrangeiro apenas para cobrir este saldo negativo. Produz-se cada vez menos em

Portugal, porque cada vez mais trabalhadores são despedidos e lançados no desemprego, e do

pouco que se produz, uma parte crescente é ainda transferida para o estrangeiro. Eis uma outra

consequência da politica que tem sido seguida em Portugal, agravada ainda mais pela terapia de

choque de austeridade que está a ser imposta pela “troika estrangeira” e pelo governo PSD/CDS,

que tem sido escondida quer por estes “senhores” quer ainda pelos defensores do pensamento

económico neoliberal dominante nos media em Portugal. A criação de um imposto extraordinário

sobre os lucros, mais-valias e juros obtidos em Portugal, mas não investidos no país, é urgente

para combater e reduzir o escândalo desta delapidação de recursos nacionais e descapitalização

do País.

Eugénio Rosa, edr2@netacabo.pt , 22.3.2012 – Dia de Greve Geral

Como será o nosso futuro?

Caros concidadãos,

O futuro está aí, todos dias, ao primeiros raios do alvorecer, quando tomamos o primeiro autocarro a caminho do "trabalho". Nas notícias, todos os dias, esta "conversa mansa" que a nada nos leva, sempre repetida, sempre os mesmos problemas (a corrupção, as dívidas nossas, as ameaças ao nosso "trabalho", o futuro em risco tão duramente conquistado outrora,...), sempre as mesmas respostas escutadas na telefonia ou no "grande écran" (falsas, tal uma sessão de hipnose colectiva).

E lá vamos a caminho do emprego, enquanto o BPN, o BPP, o PSD, o CDS e o PS, lá instilam o seu veneno diário, pois tal "grandes corporações" estão aí para nos "comer", sem dó nem piedade alguma.

O que podemos fazer para reconquistar o nosso país, o que podemos fazer para voltarmos a ser actores da nossa própria história, para afastarmos esta gente falsa e sem moral, esta escumalha que se apoderou do aparelho de Estado e, sem vergonha nenhuma, nos engana, procura iludir-nos de modo a sacar o nosso dinheiro, doentes que estão, porcos imersos na sua lama feita de ganância e podridão? Pois essa é a questão!...Já fizeram uma "revolução de Abril", mais instados pelos movimento de libertação colonial e a luta do PCP, do que propriamente por uma necessidade ética. De ética nunca entenderam uma migalha.

Guindaram-se ao poder, usurpando, enganando, juntando-se a "gangs" de toda a antureza. A maioria que está no poder é de origem modesta, subiram a "pulso", com advogados de renome na calada (por esta razão tanta gente se orientou para o "Direito"...), mas com chico-espertismo. Já não dá para uma nova revolução com armas. Serão os militares, os novos oportunistas e seus acólitos.

Me digam agora: o que fazemos? Como poderemos viver com esta escumalha no futuro?

É mais do que claro que o espaço político português necessita com muita urgência de gente nova, formada com rigor e ética, indivíduos que amam a sua Pátria, a terra onde vivem e crescem! Mas não podemos jogar no "campo de lutas" deles, onde eles são exímios. Temos que nós mesmos impor novas regras, falar noutro discurso, numa luta pacífica certamente, mas esclarecida.

Onde eles estão? O que é isto? O silêncio, ou o erguer das almas?!...
AZ

O Parlamento português é a Fonte da Corrupção neste país abandonado às mãos da escumalha!

Vejam esta entrevista com o presidente da organização Transparência e Integridade. Ele diz-nos, olhos nos olhos, que a fonte da corrupção, em Portugal, está no próprio Parlamento!...Já sabíamos, ou suspeitávamos, e agora, senhores presidentes, senhor presidente da república, o que fazemos? Fazemos nova revolução? A quem podemos recorrer? A verdade é que não temos ninguém! Mas, é claro, nós elegemo-vos, iludidos pelos media ao serviço do grande capital e dos corruptos, e nas próximas eleições iremos eleger o Seguro, outro agente vosso (quer ele esteja consciente ou não). Chama o ladrão! Chama o ladrão!
AZ

http://publication.prod.wcm.impresa.pt:8080/sicnot/pais/article1384793.ece

BPN-A maior fraude de sempre em Portugal!

[Corre nas redes sociais, desconheço a autoria, mas reflecte o nosso "grito" de revolta. quem nos protege, a quem nos podemos dirigir para resolver estas fraudes? Chama o ladrão, chama o ladrão, como canta o Chico Buarque!...AZ]

BPN- A maior fraude de sempre de Portugal!

Torna-se agora cada vez mais evidente que o caso Freeport até pela coincidência temporal ( como depois o caso Face Oculta )sem prejuízo das responsabilidades que houver para apurar, serviu como uma cortina de fumo levantada por certa imprensa (ver os interesses do Balsemão no BPP e BPN p. ex. ) para ajudar a tapar o verdadeiro roubo ás escâncaras que uma certa “clique” ligada ao PSD fez com o banco BPN. Enquanto deitavam poeira para os olhos das pessoas não se falava noutras coisas …

Agora, quem tiver olhos para ver que veja ! …

Percebe-se agora que o “affaire BPN” contém um número demasiado grande para caber nos jornais :

(9.710.600.000,00€) !!!
Além disso, reparem bem, nos nomes dos protagonistas!!!
Tudo gente fina, bem posicionada e intocáveis!!!

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BPN - A MAIOR BURLA DE SEMPRE EM PORTUGAL

Parece anedota, mas é autêntico: dia 11 de Abril do ano passado, um homem armado assaltou a dependência do Banco Português de Negócios, ou simplesmente BPN, na Portela de Sintra, arredores de Lisboa e levou 22 mil euros.


Trata-se de um assalto histórico: foi a primeira vez que o BPN foi assaltado por alguém que não fazia parte da administração do banco.

O BPN tem feito correr rios de tinta e ainda mais rios de dinheiro dos contribuintes.
Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como 9.710.539.940,09 euros.

Com esses nove mil e setecentos e dez milhões de euros, li algures, podiam-se comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo), 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid, construir 7 TGV de Lisboa a Gaia, 5 pontes sobre o Tejo ou distribuir 971 euros por cada um dos 10 milhões de portugueses residentes no território nacional (os 5 milhões que vivem no estrangeiro não seriam contemplados).

João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que “é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, “tapado” por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva”.

O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo “é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?”

O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.

O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando "colocações" para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco.

O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros.

Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.

Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores.

O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar.

Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações “suspeitas” que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD.

Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.

Em 31 de Julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN.
O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD.

O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).

As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos
envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele.

Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência.
Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros.

Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em 1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.

Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase
triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão....ah,ah,ah.


O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus. Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político.

Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 mil milhões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes "condescendentes", vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais.

Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça.

Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros.

Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht:


“Melhor do que roubar um banco é fundar um”.

quarta-feira, 28 de março de 2012

OCDE e a qualidade de vida dos Portugueses

Portugal has made significant progress over the last few years in modernising its economy and improving the living standards of its citizens, however the global financial crisis has surely weakened its growth. Portugal performs moderately well in overall measures of well-being, and ranks lower or close to the average in a large number of topics in the Better Life Index.
Money, while it cannot buy happiness, is an important means to achieving higher living standards. In Portugal, the average household earned 18 540 USD in 2008, less than the OECD average .
In terms of employment, nearly 66% of people aged 15 to 64 in Portugal have a paid job. People in Portugal work 1719 hours a year, close to the OECD average. 67% of mothers are employed after their children begin school, suggesting that women are able to successfully balance family and career.
Having a good education is an important requisite to finding a job. In Portugal, only 28% of adults aged 25 to 64 have earned the equivalent of a high-school diploma, the lowest rate in the OECD which stands at 72%. As to the quality of its educational system, the average student scored 489 out of 600 in reading ability according to the latest PISA student-assessment programme, lower than the OECD average.
In terms of health, life expectancy at birth in Portugal is 79.3 years, close to the OECD average. The level of atmospheric PM10 – tiny air pollutant particles small enough to enter and cause damage to the lungs – is 21 micrograms per cubic meter, and is close to levels found in most OECD countries.
Concerning the public sphere, there is a moderate sense of community and civic participation in Portugal. 83% of people believe that they know someone they could rely on in a time of need, lower than the OECD average of 91%. Voter turnout, a measure of public trust in government and of citizens' participation in the political process, was 64% during recent elections; this figure is also lower than the OECD average of 72%. In regards to crime, 6% of people reported falling victim to assault over the previous 12 months.
When asked, 36% of people in Portugal said they were satisfied with their life, well below the OECD average of 59%.
These findings are based on data from 2008 or later.

[Veja aqui e compare com outros países
]

Professores Portugueses reconhecidos pelo seu trabalho

PISA: relatório revela reconhecimento do trabalho




dos professores pelos seus alunos


TELEVISÃO NÃO NOTICIOU...(Porquê? Quem sabe...)
Nem o Miguelito Sousa Tavares. Porque será???
Ora, aqui está algo para animar a malta!
Divulguem bastante, mesmo aos
não professores. Sobretudo a esses!

Jornal de Cascais [distribuído por correio electrónico]
Domingo, 9 de Janeiro de 2011
Uma Ovelha Negra Não Estraga o Rebanho

No meio da crise sócio/económica e do cinzentismo emocional instalado no
país há vários meses, eis que o relatório PISA trouxe algumas boas
evidências para Portugal.

E a melhor de todas, a que considero verdadeiramente paradigmática, foi
omitida pela maioria dos órgãos de comunicação social: Mais de 90% dos
alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos seus professores!

O relatório conclui que os professores portugueses são os que têm a imagem
mais positiva de entre os docentes dos 33 países da OCDE, tendo em 2006
aumentado 10 pontos percentuais.

O mesmo relatório conclui que os professores portugueses estão sempre
disponíveis para as ajudas extras aos alunos e que mantêm com eles um
excelente relacionamento.
Estas evidências são altamente abonatórias para os professores portugueses e
deveriam ter sido amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação social
(e pelos habituais "fazedores de opinião" luxuosamente remunerados que
escrevem para os jornais ou são comentadores na rádio e na televisão)
que ostensivamente consideram os professores do ensino básico e secundário
uma classe pouco profissional, com imensos privilégios e luxuosas
remunerações...

Uma classe profissional que deveria ser acarinhada e apoiada por todos, que
deveria ter direito às melhores condições de trabalho (salas de aula,
equipamento, formação, etc.) e que tem sido maltratada pelo poder político e
por todos aqueles que tinham o dever de estar suficientemente informados
para poder produzir uma opinião isenta para os demais membros da comunidade.

Ao conjunto destas evidências acresce outra, onde o papel do professor é
determinante: a inclusão.

O relatório revela-nos que Portugal é o sexto pais da OCDE cujo sistema
educativo melhor compensa as assimetrias sócio/económicas!

E ainda refere que o nosso país tem a maior percentagem de alunos
carenciados com excelentes níveis de desempenho em leitura.

Nada acontece por acaso! Os professores portugueses são excelentes
profissionais, pessoas que se dedicam de corpo e alma aos seus alunos,
mesmo quando são vilipendiados e ofendidos por membros de classes
profissionais tão corporativistas (ou mais!) que a dos professores!

Como diz a quase totalidade dos alunos, os professores são excelentes
pessoas que estão sempre disponíveis para ajudar os seus alunos. Esta é que
é a realidade dos professores das escolas do ensino básico e secundário!
Obviamente que, como em todas as demais classes profissionais, haverá
exceções à regra, aqueles que não cumprem, não assumem as suas
responsabilidades, não justificam o ordenado que recebem.
Mas, assim como uma andorinha não faz a primavera, também uma ovelha negra
não estraga um rebanho.
Pergunto: porque se escondem os arautos da desgraça, detentores da verdade absoluta, que estão sempre na linha da frente para achincalhar os professores do ensino básico e secundário. Estranha-se o silêncio.
Margarida Rufino in Jornal de Cascais [distribuído por correio electrónico]

sábado, 24 de março de 2012

Quando começaremos todos a falar a uma só voz?!

Vejam este político a falar como todos um dia (esperemos para muito breve) deveremos começar a falar, a uma só voz! A falar a alta voz para os políticos estúpidos e incompetentes que nos governam!...

http://sorisomail.com/email/238743/o-politico-que-representa-realmente-a-populacao.html

quinta-feira, 22 de março de 2012

Felicidade no trabalho

Gente com lucidez, honestidade, em resumo, gente com carácter, pode criar condições favoráveis para quem trabalha, numa relação construtiva, benéfica para trabalhador e patronato. Tudo é uma questão de visão global, de sensibilidade, de competência e querer, de facto, gerar riqueza.
Vejam este exemplo de uma empresa de Palmela, e entenderão o que quero dizer. E o impacto que tem no mundo, o controle do aparelho de Estado pelos "barões da droga"...

domingo, 18 de março de 2012

Como iniciar uma Revolução?...e ser bem sucedido.


Desde o Mahatma Gandi, passando por Albert Einstein e outros pensadores e homens de acção, houve várias propostas elaboradas individualmente no sentido de determinar as condições necessárias para que os cidadãos oprimidos iniciem uma revolução não-violenta. Gene Sharp escreveu um livro, que distribuíu gratuitamente, e onde reuniu estratégias fundamentais (aparentemente baseadas em ideias de Einstein) para a libertação da ditadura e tirania, que vivemos hoje de forma tão dramática pelo mundo fora. E também nós, portugueses, bem sentimos o drama, reconhecendo nos últimos "governos", dominados por "barões" da máfia, apenas instrumentos de manipulação rudes e brutais, a favor da banca, alta-finança e grandes corporações. Sharp chegou mesmo a fundar um "Albert Einstein Institution".
Mahatma Gandi, um herói da revolução não violenta...

A importância das ideias e propostas de Gene Sharp já são bem conhecidas em países onde menos se esperaria, como o próprio Estados Unidos da América, ao fim e ao cabo, um dos países onde Karl Marx esperaria que começasse uma verdadeira revolução...Fez-se um trailer sobre como iniciar uma revolução não-violenta, veja aqui embaixo.



Recolha aqui o seu exemplar e mostre que os portugueses, no mínimo, são pessoas pacíficas, mas não são ignorantes e passivos, que a nossa cabeça não é ôca, como "eles" bem gostariam que fosse...


A necessidade de mudança torna-se urgente, o último episódio da demissão do secretário da energia mostra claramente como o "governo" está nas mãos dos "barões" do crime. Veja esta análise de José Gomes Ferreira, o único economista honesto, competentíssimo, e como uma lucidez que vejo muitíssimo raramente neste país.
AZ

quinta-feira, 15 de março de 2012

Obrigado, Sr. ministro-texto de João César das Neves

Obrigado, Sr. ministro!



por JOÃO CÉSAR DAS NEVES

Há dias um pobre pediu-me esmola. Depois, encorajado pela minha

generosidade e esperançoso na minha gravata, perguntou se eu fazia o

favor de entregar uma carta ao senhor ministro. Perguntei-lhe qual

ministro e ele, depois de pensar um pouco, acabou por dizer que era ao

ministro que o andava a ajudar. O texto é este:



"Senhor ministro, queria pedir-lhe uma grande ajuda: veja lá se deixa

de me ajudar. Não me conhece, mas tenho 72 anos, fui pobre e trabalhei

toda a vida. Vivia até há uns meses num lar com a minha magra reforma.

Tudo ia quase bem, até o senhor me querer ajudar.

Há dois anos vierem uns inspectores ao lar. Disseram que eram de uma

coisa chamada Azai. Não sei o que seja. O que sei é que destruíram a

marmelada oferecida pelos vizinhos e levaram frangos e doces dados

como esmola. Até os pastelinhos da senhora Francisca, de que eu

gostava tanto, foram deitados fora. Falei com um deles, e ele disse-me

que tudo era para nosso bem, porque aqueles produtos, que não estavam

devidamente embalados, etiquetados e refrigerados, podiam criar graves

problemas sanitários e alimentares. Não percebi nada e perguntei-lhe

se achava bem roubar a comida dos pobres. Ele ficou calado e acabou

por dizer que seguia ordens.

Fiquei então a saber que a culpa era sua e decidi escrever-lhe. Nessa

noite todos nós ali passámos fome, felizmente sem problemas sanitários

e alimentares graves.

Ah! É verdade. Os tais fiscais exigiram obras caras na cozinha e

noutros locais. O senhor director falou em fechar tudo e pôr-nos na

rua, mas lá conseguiu uns dinheiritos e tudo voltou ao normal. Como os

inspectores não regressaram e os vizinhos continuaram a dar-nos

marmelada, frangos e até, de vez em quando, os belos pastéis da tia

Francisca, esqueci-me de lhe escrever. Até há seis meses, quando

destruíram tudo.

Estes não eram da Azai. Como lhe queria escrever, procurei saber tudo

certinho. Disseram-me que vinham do Instituto da Segurança Social.

Descobriram que estava tudo mal no lar. O gabinete da direcção tinha

menos de 12 m2 e na instalação sanitária do refeitório faltava a

bancada com dois lavatórios apoiados sobre poleias e sanita com apoios

laterais. Os homens andaram com fitas métricas em todas as janelas e

portas e abanaram a cabeça muitas vezes. Havia também um problema

qualquer com o sabonete, que devia ser líquido.

Enfureceram-se por existirem quartos com três camas, várias casas de

banho sem bidé e na área destinada ao duche de pavimento (ligeiramente

inferior a 1,5 m x 1,5 m) não estivesse um sistema que permita tanto o

posicionamento como o rebatimento de banco para banho de ajuda (uma

coisa que nem sei o que seja). Em resumo, o lar era uma desgraça e

tinha de fechar.

Ultimamente pensei pedir aos senhores fiscais para virem à barraca

onde vivo desde então, medir as janelas e ver as instalações

sanitárias (que não há!). Mas tenho medo que ma fechem, e então é que

fico mesmo a dormir na rua.

Mas há esperança. Fui ontem, depois da missa, visitar o lar novo que o

senhor prior aqui da freguesia está a inaugurar, e onde talvez tenha

lugar. Fiquei espantado com as instalações. Não sei o que é um hotel

de luxo, porque nunca vi nenhum, mas é assim que o imagino. Perguntei

ao padre por que razão era tudo tão grande e tão caro. Afinal, se

fosse um bocadinho mais apertado, podia ajudar mais gente. Ele

respondeu que tinha apenas cumprido as exigências da lei (mais uma vez

tem a ver consigo, senhor ministro). Aliás o prior confessou que não

tinha conseguido fazer mesmo tudo, porque não havia dinheiro, e

contava com a distracção ou benevolência dos inspectores para lhe

aprovarem o lar. Se não, lá ficamos nós mais uns tempos nas barracas.

Senhor ministro, acredito que tenha excelentes intenções e faça isto

por bem. Como não sabe o que é a pobreza, julga que as exigências

melhoram as coisas. Mas a única coisa que estas leis e fiscalizações

conseguem é criar desigualdades dentro da miséria. Porque não se

preocupam com as casas dos pobres, só com as que ajudam os pobres."



Triste País que procede assim com os pobres....

sábado, 10 de março de 2012

O Horror do Regime


Registros históricos de uma taxa anormal de mortalidade, uma população deprimida, um futuro dramaticamente ameaçado, governantes brutalmente a cobro da Banca, alta finança e corporações.

O futuro permanentemente ameaçado por "cortes", por reduções salariais e benef´cios de toda a ordem, um Estado sempre presente para cobrar, impor-se por meio de leis, de directivas burocráticas, de impostos sobre impostos, uma arrepiante frieza nas consequências destas acções sobre a saúde, a educação, a dignidade e auto-estima de um povo mais uma vez oprimido.

Pedro Passos Coelho enganou e bem, com o seu ar de bonzinho, de rapaz tímido. Na verdade mostra uma insensibilidade em todas as frentes, incapaz de se dirigir à população com uma linguagem que anime o estado de depressão colectiva que o Portugal de hoje vive.

O primeiro-ministro bem pode ir de visita à Islândia num cinismo desconcertante, país hoje governado por quem disse "basta" ao roubo iníquo criminosamente perpretado contra a sociedade. Bem pode alardear "ter convencido" o Prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, de que as "suas medidas" são correctas tecnicamente e justas socialmente, que a mentira poderá convencer quem não pensa, mas não deixa de ser uma vergonhosa manipulação da comunicação social (que está aí para embrutecer). Estou certo que Krugman não se deve ter apercebido do que foi escrito a seu respeito nos media, mas não faz mal, é o habitual.

Mas, a quem podemos recorrer? E a dura realidade é esta: ninguém! Essa é a nossa tragédia! Nem Seguros, nem Sócrates, nem Soares, nem Sampaios, nem Coelhos, nem Portas, nem Alegres...São todos a mesma massa, são todos agentes do mesmo poder aviltante, que vive do sacrifíco e da morte e da doença dos outros, da população indefesa, que querem escravizar. E, como estamos fartos de os escutar e de os ver no "pequeno écran".

Pobre país, governado por gente que nem capaz foi de acabar um curso universitário de jeito, mas que estão aí para "cortar". Não me admira. Estou certo que nada criaram na vida.

AZ

sexta-feira, 9 de março de 2012

Para que(m) serve o BCE?...

ENTÃO AÍ VAI:

QUE É O BCE?
- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.

E DONDE VEIO O DINHEIRO DO BCE?
- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuíram com 30%.

E É MUITO, ESSE DINHEIRO?
- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.

ENTÃO, SE O BCE É O BANCO DESTES ESTADOS PODE EMPRESTAR DINHEIRO A PORTUGAL, OU NÃO? COMO QUALQUER BANCO PODE EMPRESTAR DINHEIRO A UM OU OUTRO DOS SEUS ACCIONISTAS ?
- Não, não pode.

PORQUÊ?!
- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.

ENTÃO, A QUEM PODE O BCE EMPRESTAR DINHEIRO?
- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.

AH PERCEBO, ENTÂO PORTUGAL, OU A ALEMANHA, QUANDO PRECISA DE DINHEIRO EMPRESTADO NÃO VAI AO BCE, VAI AOS OUTROS BANCOS QUE POR SUA VEZ VÃO AO BCE.
- Pois.

MAS PARA QUÊ COMPLICAR? NÂO ERA MELHOR PORTUGAL OU A GRÉCIA OU A ALEMANHA IREM DIRECTAMENTE AO BCE?
- Bom... sim... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!

AGORA NÃO PERCEBI!!..
- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.

MAS ISSO ASSIM É UM "NEGÓCIO DA CHINA"! SÓ PARA IREM A BRUXELAS BUSCAR O DINHEIRO!
- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.

ISSO É UM VERDADEIRO ROUBO... COM ESSE DINHEIRO ESCUSAVA-SE ATÉ DE CORTAR NAS PENSÕES, NO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO OU DE NOS TIRAREM PARTE DO 13º MÊS.
As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.

MAS QUEM É QUE MANDA NO BCE E PERMITE UM ESCÂNDALO DESTES?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.

ENTÃO, OS GOVERNOS DÃO O NOSSO DINHEIRO AO BCE PARA ELES EMPRESTAREM AOS BANCOS A 1%, PARA DEPOIS ESTES EMPRESTAREM A 5 E A 7% AOS GOVERNOS QUE SÃO DONOS DO BCE?
- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6, a 7% ou mais.

ENTÃO NÓS SOMOS OS DONOS DO DINHEIRO E NÃO PODEMOS PEDIR AO NOSSO PRÓPRIO BANCO!...
- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.

MAS, E OS NOSSOS GOVERNOS ACEITAM UMA COISA DESSAS?
- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.

MAS ENTÃO ELES NÃO ESTÃO LÁ ELEITOS POR NÓS?
- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século, para cá. Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.

E ONDE O FORAM BUSCAR?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...

MAS METERAM OS RESPONSÁVEIS NA CADEIA?
- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.

E ENTÃO COMO É? COMEMOS E CALAMOS?
Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...