quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Não tenham ilusões. A democracia está perdida!

[Um texto de Vasco Lourenço, capitão de Abril. Se "eles" soubessem não teriam aberto a caixa de pandora, isto é, aberto a porta à bandidagem que se seguiu. Mas não tinham maturidade nem discernimento para antecipar o que se seguiu. É certo que a Europa está toda assim, mas se não fosse a proximidade da Europa e toda a força cultural e económica que ela representa...Não tenho a menor dúvida que se estivessemos entalados entre a Serra Leoa e a Libéria, seríamos menos desenvolvidos que estes dois. Estaríamos sempre atrás em "índices de desenvolvimento". E porquê? Porque este país está nas mãos de bandidos. Faz muito tempo. Não podemos comparar este forma de ditadura com a outra que vivemos não faz muito tempo, pois as tecnologias são outras e o conhecimento das fragilidades da mente humana são mais profundas; e com esses instrumentos dados pela ciência, a finançotecnocracia molda, amesquinha, amedronta a população. E assim domina. Não é necessário mais a PIDE-DGS, nem o Tarrafal..Tudo aponta para a existência de uma "seita" que manobra as forças políticas para usofruto de alguns. Os políticos estão todos ao seu serviço, conscientemente alguns, outros nem tanto. Estamos vivendo uma autêntica ofensiva desta "seita" em proporções históricas nunca dantes imaginada! E enquanto não levarmos a sério esta verdade, coletivamente, poderemos estar certos de ir atrás dos outros apenas por "osmose", sem dignidade alguma. Aliás a humanidade como um todo corre um risco de sofrer um retrocesso civilizacional que ficará certamente registado na história da humanidade. Os seus atores sabemos quem são. AZ]

Cara(o)s associada(o)s
Em O Referencial nºs. 103/104, divulgado em Janeiro passado, integrado num conjunto de artigos sobre a Eurocrise, foi publicado um texto de José Romano - "Futuro da Europa" - que termina com uma breve nota especulativa sobre o caso particular de Lisboa nos "idos de Março" que estão para vir. Aí se vislumbrava que, por esses dias, o todo iluminado António Borges estaria a mandar em Portugal, imposto pela troika.
Muitos duvidaram e consideraram que o nosso arquitecto estava a exagerar... A Goldman Sachs influenciava muito, mandava muito, mas não conseguiria repetir em Portugal o que se passa na Grécia, em Itália e no BCE...
Pois bem, António Borges, como diria o José Romano, está hoje junto ao espelho do hall de entrada a ajeitar o nó da gravata, nos momentos que antecedem a entrada em cena.
Isto é, aí o temos, de mansinho, para habituar a opinião pública à sua discreta presença. Presença que será suficientemente publicitada e condimentada q.b. com os seus elevados méritos profissionais, grande experiência na área financeira, conhecimento dos mercados, alto quadro da Goldman Sachs (vice-presidente do Conselho de Administração do banco Goldman Sachs International, em Londres),figura respeitada internacionalmente e, até há bem pouco tempo, representante do FMI na Europa. Os comentadores e politólogos de serviço tratarão de difundir e amplificar o condimento, acrescentando que será uma importante mais valia para o país e para os portugueses no combate à terrível crise que estamos a viver e cuja causa imediata, afirmarão eles, é termos "vivido acima das nossas possibilidades".
Querem tentar evitar o efeito de choque político inicial, mas rapidamente absorvido, quando das nomeações/imposições de não escrutinados democraticamente na Grécia e na Itália. São eles, respectivamente, Lucas Papademos e Mario Monti. Por coincidência, também eles, tal como António Borges, altos quadros do banco americano de investimento Goldman Sachs. Já para não falar de Mario Draghi, o todo poderoso presidente do sacrossanto BCE, politicamente independente e não sujeito a escurtínio democrático.
Como a memória é curta, relembremos o que António Borges, em plena crise do "subprime" (2007/2008), afirmava publicamente sobre os produtos ditos tóxicos. Dizia ele que os mesmos estavam a ser diabolizados sem razão. Pois eram produtos financeiros que muito tinham dado e podiam continuar a dar ao desenvolvimento e vitalização dos mercados financeiros para a criação de riqueza:

"Sub-prime" é uma das melhores inovações dos últimos anos - António Borges

 

Não duvidemos: a democracia está em causa! O perigo é eminente!

Temos de ser capazes de enfrentar os mercados e os seus servidores!

Forças são necessárias e urgentes!

Cordiais saudações

Vasco Lourenço

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