quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Poema de agradecimento à corja

Poema de agradecimento à corja

Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa

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Joaquim Pessoa nasceu no Barreiro em 1948.
Iniciou a sua carreira no Suplemento Literário Juvenil do Diário de Lisboa.
O primeiro livro de Joaquim Pessoa foi editado em 1975 e, até hoje, publicou mais de vinte obras incluindo duas antologias. Foram lhe atribuídos os prémios literários da Associação Portuguesa de Escritores e da Secretaria de Estado da Cultura (Prémio de Poesia de 1981), o Prémio de Literatura António Nobre e o Prémio Cidade de Almada.
Poeta, publicitário e pintor, é uma das vozes mais destacadas da poesia portuguesa do pós 25 de Abril, sendo considerado um "renovador" nesta área. O amor e a denúncia social são uma constante nas suas obras, e segundo David Mourão Ferreira, é um dos poetas progressistas de hoje mais naturalmente de capazes de comunicar com um vasto público.
Bibliografia: "O Pássaro no Espelho", "A Morte Absoluta", "Poemas de Perfil", "Amor Combate", "Canções de Ex cravo e Malviver", "Português Suave", "Os Olhos de Isa", "Os Dias da Serpente", "O Livro da Noite", "O Amor Infinito", "Fly", "Sonetos Perversos", "Os Herdeiros do Vento", "Caderno de Exorcismos", "Peixe Náufrago", "Mas.", "Por Outras Palavras", "À Mesa do Amor", "Vou me Embora de Mim".

Quino e a desilusão do retrocesso civilizacional

[Nestes cartoons de Quino, o autor de Mafalda, é evidente o desencanto com o desvio sofrido tragicamente pela nossa "civilização"]



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O que a Troika queria aprovar e não conseguiu!...

[Corre nas redes sociais. AZ]

O que a Troika queria Aprovar e Não conseguiu!
Não sei como se sabem estas coisas...Mas seria bom que tudo isto se efectivasse, com troika ou sem ela.
NENHUM GOVERNANTE, FALA NISTO... PUDERA...
O que a Troika queria aprovar e não conseguiu!!!!!!----
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores,
suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três
ex-Presidentes da República com mais de trezentos mil ano.

2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80,
profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na
Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras
libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não
servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir
milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções
nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E
os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de
cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem
ser auditados*?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa
reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200
euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas
Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização
dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem
verbas para as suas actividades.

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das
Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo
País;.

10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das
horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e
até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e
entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não
permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal
como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a
compras, etc.

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e
respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos
contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por
nós) ( que só há trezentos e cinquenta mil a mais) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO
SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR
DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que
servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de
província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de
PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás
oligarquias locais do partido no poder.

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre
aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo,
no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar,
julgar e condenar.

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado
e> entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN
e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos,
onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma
recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões
ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de
funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a
quadros do Partido Único (PS PSD).

23. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado),
que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se
locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo
ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo
preço que "entendem".

24. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo,
confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram
patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando
preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas
pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos
dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência
aos que efectivamente dela precisam;

25. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que,
daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra
crise".

26. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com
que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de
justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não
prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.

27. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que
tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos
ditos.

28. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos
políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e
depois.
39. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa
a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que
grassa e pelo desvario dos dinheiros o Estado investigando as reformas fraudolentas.
Ao "povo", pede-se o reencaminhamento deste e-mail, até percorrer todo o País.

POR TODOS NÓS, NOSSOS FILHOS E NETOS.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Brasil, acorda!...

O Carnaval no Brasil, visto por este corajosa e lúcida jornalista brasileira. Um país rico, é certo, mas com assimetrias tais que, à menor greve das forças policias, é  posto a saque. Mas os "indicadores económicos" estão aí, para fazer o jogo da ilusão. Esta jornalista mostra-nos também o alto nível intelectual a que chegaram muitos no nosso país irmão. Brasil, já não é só Carnaval.
AZ
[Sigo a anterior ortografia]

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Governo prepara encurtamento da Páscoa...

[Momento Zen...]

Governo prepara encurtamento da Páscoa:
Jesus Cristo morre crucificado e ressuscita no mesmo dia.
Depois de ter acabado com o Corpo de Deus, 15 de Agosto, 5 de Outubro, 1 de
Dezembro e de não ter dado tolerância de ponto aos funcionários públicos
no Carnaval, Passos Coelho prepara uma pequena alteração ao ano litúrgico,
nomeadamente a Semana Santa, de forma a obter uma versão da Páscoa mais
adaptada a um país que quer ser mais competitivo. "A Última Ceia a uma
quinta-feira é coisa de garoto mimado e irresponsável que chula os pais e o
Estado. Acabou-se a Sexta-Feira Santa e a Última Ceia passa a lanche
ajantarado no sábado até às 23 horas, no máximo. Domingo de Páscoa passa
a ser o dia do julgamento, paixão, crucificação, morte, sepultura e
ressurreição. Também Jesus Cristo tem de deixar de ser piegas!", revelou
Passos Coelho.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Manifesto pelo Fim do "Regime Finançocorrupto"

Manifesto pelo Fim do Regime Finançocorrupto instalado no pós-25 de Abril

Ao fim destes últimos trinta anos, o denominador comum que salta à vista, é um país que teve um momento aúreo no pós-25 de Abril, como era inevitável com a chegada de uma enorme força de trabalho das ex-colónias e com os financiamentos laudos proporcionados pela Comunidade Europeia.

Atualmente, o que salta à vista é um Estado presente em todas as actividades das nossas vidas, sobretudo para sacar dinheiro a quem trabalha com impostos sobre impostos sobre impostos, com regulamentos de toda a ordem (agora nem da Asae se ouve falar, imersa que está em escândalos de corrupção), com penalidades de toda a ordem, mas com uma justiça que não funciona (como convém num Estado altamente flagelado pela corrupção, como é o nosso).

Ouve-se falar do Estado a toda a hora, ouve-se e vêem-se nos écrans ou no papel, notícia tal sobre ministro tal, ou secretário de estado tal, ou vem à liça o que disse o secretátio-geral do Ps ou do PSD, ou do CDS, ou do BE, num corropio estonteante, cada um alvitrando uma medida mais assustadora do que o outro, cada um procurando no fundo mais escuro da sua alma doente, uma medida, um decreto, que possa "legitimar" o acto de sacar mais dinheiro ao contribuinte, ao pequeno e médio empresário, ao artista, ao criador, ao trabalhador precário ou sem um tosto no bolso, ou ao idoso que já nem forças tem para se mexer (e que tudo deu enquanto foi força activa da sociedade, e acreditou), tudo aquilo que ainda se vê, que é material, que está do "outro lado" e não nos "cofres", ou melhor, "bolsos" do governo.

Onde estão os honestos teóricos de menos Estado, melhor Estado? Eu sou a favor de menos Estado, muito menos Estado. Eu não quero ouvir falar do Estado e seus "agentes" quando por algum motivo abro a TV, ou a rádio, ou pego num jornal ou revista. Estou francamente saturado, e sei que não o único a olhar o céu...
Exigo menos deputados, menor ministérios, a liberalização da rádio, jornais, e canais de televisão. Dêem a voz a quem discorda e pensa, a quem tem alternativas e sabe criticar o que mal está. Dêem a voz a quem não é ouvido, porque incómodo. Parem de difundir notícias lúgubres até à exaustão. Falem do futuro, do que se pode fazer, do que temos de bom e de mau. E escolham escorraçar o mal desta sociedade doente. O novo Regime deverá criar um novo homem português, autêntico, livre, com mentes preparadas, desejando o progresso. O novo Regime deve aplicar as suas forças na Educação, na Saúde, deve deixar livre o cidadão para trabalhar, para pensar, para criar e construir. É claro que assim o Estado deixará de ter a "importância" que tem nas nossas vidas, pois na verdade não é um Estado na acepção primeira que a história lhe conferiu. O Estado é um cão de guarda da Banca e Corporações multi-bilionárias. É um cão tinhoso que não nos larga as pernas, que nos persegue por todos os cantos, raivoso e perseguidor. É este o Estado que tem que acabar.

É de mais, há que criar alternativas que ponham um ponto final a este "Regime", a esta vilanagem com características nacionais, mas que corroem o que de melhor Portugal cria, produz. Alternativas com gente capaz, competente, com mentes que não sejam nos "moldes" do que vemos por todo o lado. A minha dúvida é esta: haverá gente para tal?
Enquanto trabalhador e contribuinte depauperado, eu quero menos Estado!
AZ

O Bloco de Esquerda fascizou-se...

Alguém, porventura, tem dado atenção às intervenções do Bloco de Esquerda? Parece-me que a maioria de nós, povo, não o tem feito, porque a nossa intuição sobre o fenómeno político agudizou-se com as dificuldades e os perigos.

Já compreendemos que, à medida que este regime caminha para o seu fim - não sem antes destruir o resto de bom que ainda temos - dele ou de gente ligado a ele, (com ideias inovadoras, indivíduos com estatura moral e ética, competências apuradas e visão global do mundo hodierno), nada de bom poderemos esperar.

É certo que os Regimes caiem, há pouco mais de 30 anos caíu o Regime Salazarista, agora aproxima-se a inevitabilidade da queda deste regime. Para bem de todos nós e deste maltratado país.

Ora, o bloco de Esquerda, esperança vã (mais uma!), com os seus meninos/as "queques" já deu o que tinha a dar. E este facto, triste, empobrece ainda mais o Regime...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O Aborto Ortográfico...


E enquanto em Portugal tanto iluminado quer mandar prender o Graça Moura, no Brasil há quem ponha os pontos nos iis no negócio do Acordo
Tantas Páginas: O que acha do acordo ortográfico? Acha mesmo que, como dizem os editores portugueses (e muitos intelectuais), o acordo foi uma gigantesca maquinação brasileira para permitir que os livros brasileiros entrem livremente no mercado português e no africano, acabando com a indústria portuguesa do livro?
Paulo Franchetti: O acordo ortográfico é um aleijão. Linguisticamente malfeito, politicamente mal pensado, socialmente mal justificado e finalmente mal implementado.
Foi conduzido, aqui no Brasil, de modo palaciano: a universidade não foi consultada, nem teve participação nos debates (se é que houve debates além dos que talvez ocorram durante o chá da tarde na Academia Brasileira de Letras), e o governo apressadamente o impôs como lei, fazendo com que um acordo para unificar a ortografia vigorasse apenas aqui, antes de vigorar em Portugal.
O resultado foi uma norma cheia de buracos e defeitos, de eficácia duvidosa. Não sei a quem o acordo interessa de fato. A ortografia brasileira não será igual à portuguesa.
Nem mesmo, agora, a ortografia em cada um dos países será unificada, pois a possibilidade de grafias duplas permite inclusive a construção de híbridos. E se os livros brasileiros não entram em Portugal (e vice-versa) não é por conta da ortografia, mas de barreiras burocráticas e problemas de câmbio que tornam os livros ainda mais caros do que já são no país de origem. E duvido que a ortografia seja uma barreira comercial maior do que a sintaxe e o ai-meu-deus da colocação pronominal.
Mas o acordo interessa, é claro, a gente poderosa. Ou não teria sido implementado contra tudo e todos.
No Brasil, creio que sobretudo interessa às grandes editoras que publicam dicionários e livros de referência, bem como didáticos.
Se cada casa brasileira que tem um exemplar do Houaiss, por exemplo, adquirir um novo, dada a obsolescência do que possui, não há dúvida que haverá benefícios comerciais para a editora e para a Fundação Houaiss – Antonio Houaiss, como se sabe, foi um dos idealizadores e o maior negociador do acordo.
O mesmo vale para os autores de gramáticas e livros didáticos – entre os quais se encontram também outros entusiastas da nova ortografia.
E não é de espantar que tenham sido justamente esses – e não os linguistas e filólogos vinculados à universidade – os que elaboraram o texto e os termos do acordo.
Nem vale a pena referir mais uma vez o custo social de tal negócio: treinamento de docentes, obsolescência súbita de material didático adquirido pelas famílias, adequação de programas de computador, cursos necessários para aprender as abstrusas regras do hífen e outras miuçalhas.
De meu ponto de vista, o acordo só interessa a uns poucos e nada à nação brasileira, como um todo.
Já Portugal deu uma prova inequívoca de fraqueza ao se submeter ao interesse localista brasileiro, apesar da oposição muito forte de notáveis intelectuais, que, muito mais do que aqui, argumentaram com brilho contra o texto e os objetivos (ou falta de objetivos legítimos) do acordo.
(do editorial de 09 de Fevereiro do Jornal de Angola, um dos países que não subscreveu o AO):
«O português falado em Angola tem características específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma riqueza inestimável para os angolanos mas também para todos os falantes. Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Baía ou em Inhambane tem características únicas. Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a conhecer no espaço da CPLP. A escrita é “contaminada” pela linguagem coloquial, mas as regras gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma grafia, não é aceitável que através de um qualquer acordo ela seja simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras.»


Paulo Franchetti é professor titular do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
É mestre em Teoria Literária pela Unicamp (1981), doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (1992) e Livre-Docente pela Unicamp (1999). Desde 2004 é Professor Titular.
Atua na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, Literatura Brasileira dos séculos XIX e XX e Literatura Portuguesa do século XIX.
Desde 2002, dirige a Editora da Unicamp, cujo Conselho Editorial preside.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A história recente da Grécia repete-se...

[Corre nas redes sociais.AZ]

por Ferreira Fernandes

A agência de rating Moody's baixa a nota da Grécia; as taxas de juro explodem; o país declara falência; a população revolta-se; o exército toma o poder, declara-se o estado de urgência e um general é entronizado ditador; a Moody's, arrependida pelas consequências, pede desculpa... "Alto!", grita-me um leitor, que prossegue: "Então, você começa por dizer que vai recapitular e, depois de duas patacoadas que todos conhecemos, lança-se para um futuro de ficção científica?!" Perdão, volto a escrever: então, recapitulemos. Só estou a falar de passado e vou repetir-me, agora com pormenores. A Moody's, fundada em 1909, não viu chegar a crise bolsista de 1929. Admoestada pelo Tesouro americano por essa falta de atenção, decidiu mostrar serviço e deu nota negativa à Grécia, em 1931. A moeda nacional (dracma) desfez-se, os capitais fugiram, as taxas de juros subiram em flecha, o povo, com a corda na garganta, saiu à rua, o Governo de Elefthérios Venizelos (nada a ver com o Venizelos, atual ministro das Finanças) caiu, a República, também, o país tornou-se ingovernável e, em 1936, o general Metaxas fechou o Parlamento e declarou um Estado fascista. Perante a sua linda obra, a Moody's declarou, nesse ano, que ia deixar de dar nota às dívidas públicas. Mais tarde voltou a dar, mas eu hoje só vim aqui para dizer que nem sempre as tragédias se repetem em farsa, como dizia o outro. Às vezes, repetem-se simplesmente.


Ex-directores bancários foram detidos na Islândia...que continua a dar exemplos...

Dois ex-directores do banco islandês Kaupthing, nacionalizado de urgência em 2008, foram detidos, anteontem, informou, através de comunicado, o procurador que chefia o inquérito sobre a implosão do sistema bancário da Islândia.

Hreidar Mar Sigurdsson, ex-director do Kaupthing, e Magnus Gudmunsson, ex-director da sucursal do Banco no Luxemburgo, foram, ontem, colocados em prisão preventiva durante sete e 12 dias, respectivamente, anunciou à rádio pública islandesa RUV o procurador encarregado do caso, Olafur Hauksson. A decisão foi tomada ao fim da manhã de ontem por um juiz do Tribunal de Reykjavik.
Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a 10 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.
Os proprietários dos três bancos islandeses - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir -, nacionalizados de urgência para evitar uma falência generalizada do país, são acusados, num relatório parlamentar, de terem abusado das suas posições, ao assumirem empréstimos "desapropriados". Sigurdsson e Gudmundsson são os primeiros dirigentes de um dos três bancos a serem detidos.
O procurador investiga entre outros "factos de criminalidade económica, infracção de leis sobre a segurança social, incluindo abusos de mercado, e violações à lei sobre as sociedades".
Sigurdsson, nascido em 1970, dirigiu o Kaupthing de 2003 até à sua implosão e nacionalização, em Outubro de 2008. Com outros responsáveis do Kaupthing, foi acusado de ter emprestado demasiado dinheiro aos principais accionistas do banco, bem como aos seus dirigentes.
Sigurdsson e vivem actualmente no Luxemburgo, onde trabalham como consultores de uma sociedade, a Consolium, que criaram com antigos colegas do Kaupthing.
A casa de Sigurdsson em Reiquiavique foi atacada com tinta vermelha por várias vezes.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Clube de Bildeberg e a destruição da economia mundial!...

Daneil Estulin, autor de um livro intitulado "O Clube de Bildeberg", diz que o livro foi censurado e retirado do mercado nacional. Seria o primeiro país a censurar este livro. Não me admira. Estamos com muitos "funcionários" ao seu serviço. Ouçam com atenção este jornalista. Não é nada que nos surpreenda.
Agora, Daniel desmonta a Wikileaks, procurando mostrar que não é mais do que um esquema montado pela CIA para fechar a internet.
Nunca imaginei que chegássemos a este ponto!

Insiro aqui uma pequena nota biográgica sobre Estulin, extraída da Wikipedia, que ajudará o leitor a pensar por si próprio.

Daniel Estulin (nascido na Rússia) é um autor especializado sobre o Clube de Bilderberg, uma conferência anual à qual só assistem os convidados das elites nos campos dos negócios, finanças, midia e política. Ele é conhecido pelos seus extensos trabalhos sobre este grupo e os seus livros sobre técnicas de comunicação.
Em uma entrevista, Estulin descreve o seu passado, que o levou à sua profissão:
"Eu sou um ex-patriota russo que foi expulso pela União Soviética em 1980. O meu pai foi um dissidente que lutou pela liberdade de expressão que foi encarcerado, torturado pela KGB. Sofreu duas mortes políticas. Quando essa gente cansou de nós expulsou-nos. Emigramos ao Canadá e há 12 anos cheguei à Espanha. O meu avô era coronel na KGB e a contra-inteligência em 1950s, por isso é que eu sou privilegiado para obter uma cheia de informação do serviço secreto que era a nossa melhor fonte de informação. Nem só a gente da KGB, mas a gente do MI6, a CIA. Porque a maioria das pessoas que trabalham para o serviço secreto como você sabe provavelmente são patriotas e amam o seu país e eles estão fazendo isso para o bem da nação e são os primeiros absolutamente aterrorizados com os planos dos membros de Bilderberg". [1]
Estulin escreveu A Verdadeira História do Clube de Bilderberg (título original: La Verdadera Historia Del Club Bilderberg),[2][3] supostamente um relatório sobre a natureza e as reuniões de pessoas mais poderosas do mundo. Segundo o livro de Estulin, o secreto Clube de Bilderberg têm feito importantes decisões políticas, económicas e sociais desde a sua primeira reunião em 1954.
Estulin publicou um segundo livro, Los secretos del club Bilderberg (Os secretos do Clube de Bilderberg), lançado em setembro de 2006.
Henry Kissinger, um membro permanente de Bilderberg, terá dito o seguinte sobre António Durão Barroso: é “indiscutivelmente o pior primeiro-ministro na recente história política. Mas será o nosso homem na Europa”.
Em dezembro de 2007, Estulin apareceu no Alex Jones Show, e alegou que ele tinha "recebido informações de fontes dentro da comunidade de inteligência que sugere que as pessoas dos mais altos escalões do governo dos EUA estão considerando um atentado contra o deputado Ron Paul porque eles são ameaçados pela sua popularidade crescente" [4] [5] como um candidato presidencial. Estulin trabalhou com o jornalista norte-americano Big Jim Tucker que tem um interesse semelhante nas actividades do Grupo de Bilderberg. [5]

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A "SEITA" é revelada...

EURO, qual EURO. Crise...

[Corre nas redes sociais e contém dados que é preciso não esquecer, pois revelam a origem da crise "financeira" que atravessamos. E nós aqui em Portugal, governados pelos que aproveitaram o 25 de Abril para auto-promoção... AZ]

Sabem quem é Papademos Lucas (actual líder grego após a renúncia de Papandreou)

Sabem quem é  Mariano Monti (agora à frente do governo italiano)?

Sabem quem é Mario Draghi (actual presidente do Banco Central Europeu)?

Sabem o que é Goldman Sachs?

Goldman Sachs: é um dos maiores bancos de investimento mundial e
co-responsável directo, com outras entidades (como a agência de
notação financeira Moody?s), pela actual crise e um dos seus maiores
beneficiários. Como exemplo, em 2007,a G.S. ganhou 4 bilhões de
dólares em transacções que resultaram directamente do actual desastre
da economia do EUA. O EUA ainda não recuperaram das percas infligidas
pelo sector especulativo e financeiro dos EUA.

Papademos: actual primeiro-ministro grego  na sequência da demissão de
Papandreou. Atenção não foi eleito pelo povo.
- Ex-governador do Federal Reserve Bank de Boston, entre 1993 e 1994.
- Vice-Presidente do Banco Central Europeu  2002-2010.
- Membro da Comissão Trilateral desde 1998, lobby neo-liberal fundado
por Rockefeller, (dedicam-se a comprar políticos em troca de
subornos).
- Ex-Governador do Banco Central da Grécia entre 1994 e 2002.  Falseou
as contas do défice público do país com  o apoio activo da Goldman
Sachs, o que levou, em grande parte à actual crise no país.


Mariano Monti: actual primeiro-ministro da Itália após a renúncia de
Berlusconi. Atenção não foi eleito pelo povo.
- O ex-director europeu da Comissão Trilateral mencionada acima.
- Ex-membro da equipe directiva do grupo Bilderberg.
- Conselheiro do Goldman Sachs durante o período em que esta ajudou a
esconder o défice orçamental grego.


Mario Draghi: actual presidente do Banco Central Europeu para
substituir Jean-Claude Trichet.
- O ex-director executivo do Banco Mundial entre 1985 e 1990.
- Vice-Presidente para a Europa do Goldman Sachs de 2002 a 2006,
período durante o qual ocorreu o falseamento acima mencionado.

Vejam tantas pessoas que trabalhavam para o Goldman Sachs ....

Bem, que coincidência, todos do lado do Goldman Sachs. Aqueles que
criaram a crise são agora apresentados como a única opção viável para
sair dela, no que a imprensa americana está começando a chamar de "O
governo da Goldman Sachs na Europa."

Como é que eles fizeram?

Eu explico:

Encorajaram Investidores  a investir em produtos secundários que
sabiam ser " lixo ", ao mesmo tempo dedicaram-se a apostar em bolsa o
seu fracasso. Isto é apenas a ponta do iceberg, e está bem
documentado, podem investigar. Agora enquanto lêem este e-mail estão
esperando na base da especulação sobre a dívida soberana italiana e
seguidamente será a espanhola.

Tende-se a querer-nos fazer pensar que a crise foi uma espécie de
deslizamento, mas a realidade sugere que por trás dela há uma vontade
perfeitamente orquestrada de tomar o poder directo no nosso
continente, num movimento sem precedentes na Europa do século XXI.

A estratégia dos grandes bancos de investimento e agências de rating é
uma variante de outras realizadas anteriormente noutros continentes,
tem vindo a desenvolver-se desde o início da crise e é, do meu ponto
de vista, como se segue:

1. Afundar o país mediante especulação na bolsa de valores / mercado.
Pomo-los loucos com medo do que dirão os mercados, que nós controlamos
dia a dia.

2. Forçá-los a pedir dinheiro emprestado para, manter o Status-Quo ou
simplesmente salvá-los da Banca Rota. Estes empréstimos são
rigorosamente calculados para que os países não os possam pagar, como
é o caso da Grécia que não poderia cobrir a sua dívida, mesmo que o
governo vendesse todo o país, e não é metáfora, é matemática,
aritmética.

3. Exigimos cortes sociais e privatizações, à custa dos cidadãos, sob
a ameaça de que se os governos não as levam a cabo, os investidores
irão retirar-se por medo de não serem capazes de recuperar o dinheiro
investido na dívida desses países e noutros investimentos.

4. Cria-se um alto nível de descontentamento social, adequado para que
o povo, já ouvido, aceite qualquer coisa para sair da situação.

5. Colocamos os nossos homens, onde mais nos convenha.

Se acham que é ficção científica, informem-se: estas estratégias estão
bem documentadas e têm sido usadas com diferentes variações ao longo
do século XX e XXI  noutros países, nomeadamente na América Latina
pelos Estados Unidos, quando se dedicavam, e continuam a dedicar-se na
medida do possível, a asfixiar economicamente mediante a dívida
externa por exemplo a países da América Central, criando instabilidade
e descontentamento social usando isso para colocar no poder os líderes
"simpáticos" aos seus interesses. Portanto nada disto tem a ver com o
EURO. O EURO é uma moeda Forte, porque os investidores vêm ai carne
para desossar, se não houvesse o Euro o ataque acontecia na mesma, só
que se calhar os primeiros a cair não seriam os PIGS, mas a própria
Alemanha, a Inglaterra etc. Não são o Governo dos EUA, que deferem
estes golpes, mas sim pela indústria financeira internacional,
principalmente sediada em Wall Street(New York) e na City (Londres), é
que, o que está acontecendo sob o olhar impotente e / ou cúmplice dos
nossos governos é o maior assalto de sempre na história da humanidade
à escala global, são autênticos golpes de estado e violações
flagrantes da soberania dos Estados e seus povos.

É fácil divulgar isto na internet.
Digam aos vossos amigos, para passar o e-mail para qualquer um que
possa estar interessado.

Se nos estão comendo vivos ... As pessoas precisam saber. Estamos a
sofrer uma anexação pela via financeira, e esta é a realidade.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Não tenham ilusões. A democracia está perdida!

[Um texto de Vasco Lourenço, capitão de Abril. Se "eles" soubessem não teriam aberto a caixa de pandora, isto é, aberto a porta à bandidagem que se seguiu. Mas não tinham maturidade nem discernimento para antecipar o que se seguiu. É certo que a Europa está toda assim, mas se não fosse a proximidade da Europa e toda a força cultural e económica que ela representa...Não tenho a menor dúvida que se estivessemos entalados entre a Serra Leoa e a Libéria, seríamos menos desenvolvidos que estes dois. Estaríamos sempre atrás em "índices de desenvolvimento". E porquê? Porque este país está nas mãos de bandidos. Faz muito tempo. Não podemos comparar este forma de ditadura com a outra que vivemos não faz muito tempo, pois as tecnologias são outras e o conhecimento das fragilidades da mente humana são mais profundas; e com esses instrumentos dados pela ciência, a finançotecnocracia molda, amesquinha, amedronta a população. E assim domina. Não é necessário mais a PIDE-DGS, nem o Tarrafal..Tudo aponta para a existência de uma "seita" que manobra as forças políticas para usofruto de alguns. Os políticos estão todos ao seu serviço, conscientemente alguns, outros nem tanto. Estamos vivendo uma autêntica ofensiva desta "seita" em proporções históricas nunca dantes imaginada! E enquanto não levarmos a sério esta verdade, coletivamente, poderemos estar certos de ir atrás dos outros apenas por "osmose", sem dignidade alguma. Aliás a humanidade como um todo corre um risco de sofrer um retrocesso civilizacional que ficará certamente registado na história da humanidade. Os seus atores sabemos quem são. AZ]

Cara(o)s associada(o)s
Em O Referencial nºs. 103/104, divulgado em Janeiro passado, integrado num conjunto de artigos sobre a Eurocrise, foi publicado um texto de José Romano - "Futuro da Europa" - que termina com uma breve nota especulativa sobre o caso particular de Lisboa nos "idos de Março" que estão para vir. Aí se vislumbrava que, por esses dias, o todo iluminado António Borges estaria a mandar em Portugal, imposto pela troika.
Muitos duvidaram e consideraram que o nosso arquitecto estava a exagerar... A Goldman Sachs influenciava muito, mandava muito, mas não conseguiria repetir em Portugal o que se passa na Grécia, em Itália e no BCE...
Pois bem, António Borges, como diria o José Romano, está hoje junto ao espelho do hall de entrada a ajeitar o nó da gravata, nos momentos que antecedem a entrada em cena.
Isto é, aí o temos, de mansinho, para habituar a opinião pública à sua discreta presença. Presença que será suficientemente publicitada e condimentada q.b. com os seus elevados méritos profissionais, grande experiência na área financeira, conhecimento dos mercados, alto quadro da Goldman Sachs (vice-presidente do Conselho de Administração do banco Goldman Sachs International, em Londres),figura respeitada internacionalmente e, até há bem pouco tempo, representante do FMI na Europa. Os comentadores e politólogos de serviço tratarão de difundir e amplificar o condimento, acrescentando que será uma importante mais valia para o país e para os portugueses no combate à terrível crise que estamos a viver e cuja causa imediata, afirmarão eles, é termos "vivido acima das nossas possibilidades".
Querem tentar evitar o efeito de choque político inicial, mas rapidamente absorvido, quando das nomeações/imposições de não escrutinados democraticamente na Grécia e na Itália. São eles, respectivamente, Lucas Papademos e Mario Monti. Por coincidência, também eles, tal como António Borges, altos quadros do banco americano de investimento Goldman Sachs. Já para não falar de Mario Draghi, o todo poderoso presidente do sacrossanto BCE, politicamente independente e não sujeito a escurtínio democrático.
Como a memória é curta, relembremos o que António Borges, em plena crise do "subprime" (2007/2008), afirmava publicamente sobre os produtos ditos tóxicos. Dizia ele que os mesmos estavam a ser diabolizados sem razão. Pois eram produtos financeiros que muito tinham dado e podiam continuar a dar ao desenvolvimento e vitalização dos mercados financeiros para a criação de riqueza:

"Sub-prime" é uma das melhores inovações dos últimos anos - António Borges

 

Não duvidemos: a democracia está em causa! O perigo é eminente!

Temos de ser capazes de enfrentar os mercados e os seus servidores!

Forças são necessárias e urgentes!

Cordiais saudações

Vasco Lourenço

Há que combater esta sociedade brutal!

Caros leitores,

Este "mundo", esta "civilização" já deu o que tinha a dar. Teremos que voltar atrás e compreendermos onde nos perdemos. Vivemos num mundo onde o que interessa é o dinheiro. Uma estranha doença apoderou-se da raça humana, mostra a fragilidade da mente humana, propensa a ilusões. Como pode continuar esta sociedade, doente, governada por políticos doentes mentais, que "trincam a língua" para sobreviver. Vejam esta notícia que mostra o desespero humano em jogar, em tirar lucro em tudo o que está à mão. Posso garantir-vos que chegará o dia, se assim continuarmos, que nos irão cobrar pelo "ar", pela "água", pelo "pó", pelos nossos "órgãos" (já acontece), pela nossa "dignidade" (já acontece),...Acham que podemos continuar assim? Bem-hajam!
AZ

Um advogado pediu ao Provedor da Associação de Bancos alemã para se pronunciar sobre o caso. Este entende que devem ser os tribunais a fazê-lo.
 Um fundo de investimentos do maior banco alemão, o Deutsche Bank, está a causar uma forte controvérsia no país, devido a uma modalidade de apólice de seguros que permite apostar na esperança de vida de pessoas idosas.
As características do fundo DB Life Kompass 3 é o seguinte: é designada uma de 500 pessoas naturais dos Estados Unidos, com idades entre os 70 e os 90 anos, e se esta viver de forma prolongada, ganha o banco; se morrer a curto prazo, ganha o subscritor do investimento.
Foi o diário Frankfurter Allgemeine a revelar a história, indicando que um advogado de Hamburgo pediu ao Provedor da Associação Federal da Banca Alemã para determinar da natureza moral ou não do produto do Deutsche Bank, considerando-o incompatível com a dignidade humana.
O Provedor da Associação recusou com o fundamento de que deve ser um tribunal a pronunciar-se sobre o caso, além de que o Deutsche Bank não integra aquela entidade.
O presidente da Associação de Seguros de Vida alemã, Christian Seidl, minimizou a questão, considerando que este tipo de fundos "não é uma aposta sobre a morte"; de outro modo, "poderia pensar-se que qualquer companhia de seguros que venda produtos de pensões, beneficia com a morte prematura dos subscritores dos seguros".

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"A política morreu"-um texto de Ricardo Araújo Pereira

[Apesar de se tratar de um texto divertido, o problema continua aí, sem que o "povo" saiba o que fazer para tomar a vida e o seu destino nas suas próprias mãos. O poder nem procura contrariar, proibir estas "brincadeiras" humor+siticas. Na verdade, nada mais fazem do ajudar a dissipar a tensão social, e o poder sabe disso. AZ]

Ricardo Araújo Pereira: "A política morreu"
Não é político. Mas tem influência política, sublinha Nuno Artur Silva. O humorista Ricardo Araújo Pereira encerrou as "Desconferências" do São Luiz. E começou assim:
A política morreu porquê?
Várias hipóteses:
1. A primeira é a de que morreu porque deixou de ser necessária. O sonho dos nossos antepassados cumpriu-se. Os portugueses vivem hoje num país nórdico: pagamos impostos como no Norte da Europa e temos a qualidade de vida do Norte de África.
Somos um País onde nem Américo Amorim se acha rico. E porquê? Porque somos dez milhões de milionários. Temos a vida que os milionários têm.
Cada um de nós tem um banco e uma ilha, é certo que é o mesmo banco e a mesma ilha, que é o BPN e a Madeira, mas todos os contribuintes são proprietários de um bocadinho.
2. A outra hipótese é: não há política porque só há economia. E enfim, a teoria medieval concebia apenas duas formas de governo: na primeira, o fluxo do poder era ascendente. O poder emanava do povo e o povo delegava nos seus representantes. Na outra forma de governo, o poder fazia o percurso inverso: emanava do príncipe e o príncipe delegava nas outras figuras do Estado. O nosso modelo é um híbrido, no sentido em que do povo emana o poder para eleger os representantes na figura de pessoas como Miguel Relvas e o seu vice-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. E há depois o príncipe, que é a troika, do qual também emana poder. E a troika delegou o poder nas mesmas pessoas. Portanto, há um engarrafamento de poder nesta gente e, como é evidente, o poder que vem de cima é mais forte do que aquele que nós mandámos para lá e é isso. O poder deles tem mais força. E o nosso... voltou para trás.
Há problemas no facto de a política ter morrido:
1. O primeiro é: a política percebe-se. Já a economia é muito mais difícil de compreender. Eles simplificam, isso é verdade. Por exemplo, primeiro os mercados começaram a dizer que nós éramos PIGS: Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha. PIGS, porcos! Depois disseram: Portugal é lixo. É uma metáfora muito repetitiva, mas é clara. Facilita a compreensão. Reparem, eu não sei ao certo o que é o "subprime", nem o que são "hedge funds", mas quando uma pessoa me diz: "tu és lixo", eu percebo do que está a falar. Eu sei exactamente. Claro que é triste esta liberdade vocabular não ser permitida a quem está em baixo: a gente vê uma manchete a dizer: "mercados consideram que Portugal é lixo", mas é impensável, na página seguinte, ter: "Portugal vai tentar renegociar a dívida com os chulos". Isso não nos é permitido. Eles têm o capital financeiro e o capital semântico, tudo o que é capital, açambarcam, isto torna a vida difícil.
Mas também há vantagens no facto da política ter morrido:
1. Saiu agora um estudo que diz: "Portugal é uma democracia com falhas". Em primeiro lugar, é importante elogiar um grupo de cientistas políticos que é tão eficaz que consegue olhar para Portugal e ver uma democracia com algumas falhas, e não uma falha com alguma democracia. É inquietante sermos uma democracia com falhas porque, até agora, éramos uma democracia sem falhas. Nós éramos felizes e não sabíamos.
2. Depois, levanta-se outra questão, que é saber se se pode dizer democracia com falhas. Eu estava convencido que a democracia ou é ou não é, no sentido em que também não se pode dizer "ele é ligeiramente pedófilo, ou ele estava mais ou menos morto". Ou está morto ou não está! O facto de sermos uma democracia com falhas põe outro problema mais inquietante: a partir de quando é que uma democracia com falhas passa a ser uma ditadura com qualidades?
3. Outras vantagens: assim que Passos Coelho foi eleito, nós deparámo-nos com um problema interessante: Passos Coelho nunca fez nada na vida a não ser política, JSD, por aí fora. O homem licenciou-se com 37 anos, esteve ocupado a tratar de coisas políticas.
No entanto, não tem experiência política nenhuma, o que é difícil para um homem que só fez política na vida. Lá está, ele teve empregos, mas só em empresas administradas pelo Ângelo Correia. O primeiro emprego que teve que não foi arranjado pelo Ângelo Correio, foi este, que nós lhe arranjámos. Passos Coelho acaba por ser uma inspiração para todos os desempregados. É possível, sem grande currículo, com alguma sorte, arranjar um emprego, desde que, lá está, o outro candidato seja... o Sócrates. Para quem tem pouca experiência, governar com a troika é como andar de bicicleta com rodinhas e, portanto, tem esse lado vantajoso.
4. Paradoxalmente, o nosso voto tornou-se mais importante. Antigamente votávamos nas eleições nacionais portuguesas, hoje votamos nas regionais alemãs.
5. E é excelente por questões de respeito. Por causa da senhora Merkel. E digo senhora Merkel com propriedade. Não dizemos o senhor Sarkozy ou o senhor Obama. Nunca. Mas senhora Merkel dizemos. E temos em português aquela expressão, quando nos referimos ao passado: "o tempo da outra senhora". Este é o tempo desta senhora. Saiu uma senhora e entrou outra senhora.
Queria acabar dizendo que há esperança para nós. Porque a política parece ter morrido, mas ainda há réstias de política. Vou dar dois casos:
1. O assassinato político voltou e isso significa que há política. Em
1908 mataram D. Carlos. Em 2011 foi abatido a tiro, também por razões políticas, o pórtico da A22. Há qualquer coisa no início dos séculos que excita o gatilho dos conspiradores. E alguém leva um tiro. Enfim, podiam ter morto o rei, mas entre D. Duarte e o pórtico, os atiradores optaram, e bem a meu ver, pelo que politicamente era mais relevante. E deram uma chumbada na portagem.
2. A segunda razão pela qual devemos ter esperança é este incentivo à emigração constante, que é de facto uma medida política. Geralmente, o programa xenófobo, que é vasto e risco, consubstancia-se na frase "vai para a tua terra", dita aos imigrantes. O nosso Governo tem este programa ligeiramente diferente que é: "sai da tua terra!", dito aos nativos. Fica difícil saber para quem é esta terra afinal. Eu quero sugerir o Brasil como um destino interessante para nós. O Brasil é uma terra de oportunidades e possibilidades de riqueza, como demonstra o caso inspirador do Duarte Lima.

Mais um exemplo de falta de ética...a somar-se a tantos outros.

[Corre nas redes sociais...Mais um exemplo da falta de ética de quem nos governa...AZ]


Diário da República, 2.ª série -- N.º 217 -- 11 de Novembro de 2011
Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Despacho n.º 15296/2011
Nos termos e ao abrigo do artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de Julho, nomeio o mestre João Pedro Martins Santos, do Centro de Estudos Fiscais, para exercer funções de assessoria no meu Gabinete, em regime de comissão de serviço, através do acordo de cedência de interesse público, auferindo como remuneração mensal, pelo serviço de origem, a que lhe é devida em razão da categoria que detém, acrescida de dois mil euros por mês, diferença essa a suportar pelo orçamento do meu Gabinete, com direito à percepção dos subsídios de férias e de Natal.
O presente despacho produz efeitos a partir de 1 de Setembro de 2011.
9 de Setembro de 2011. -- O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais,
Paulo de Faria Lince Núncio.
205324505