sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Erro Bom e o erro Mau-Texto de Rui Rangel, Juiz Desembargador



O erro bom e o erro mau

12 Abril 2012

Por:Rui Rangel, Juiz Desembargador

Vítor Gaspar, o contabilista--mor do regime, aquele que transmite a
ideia que nunca erra e que raramente tem dúvidas, disse, no seu tom
soletrado, que errou sobre a previsão do corte no subsídio de Natal e
de Férias dos portugueses. Passo a explicar.

Todo o Governo afirmou em peso que os cortes eram temporários e
vigoravam apenas em 2012 e 2013.

O nosso ministro veio dizer que se enganou, que teve um lapsus
linguae, que os cortes vão até ao ano de 2015, o ano, como disse,
"imediatamente consecutivo a 2014".

Tem piada, o ano de 2015, imediatamente consecutivo a 2014.

O País não é uma escola e os portugueses não são alunos de Vítor Gaspar.

O humor negro é dispensável quando se fala de problemas sociais, de
miséria, de pobreza escondida e de falta de dinheiro para o sustento
digno das famílias.

Soletra as palavras, fazendo lembrar alguém de outros tempos negros da
história de Portugal, como soletra a vida dos portugueses.

O erro de Gaspar é um erro mau que mexe com o orçamento das famílias,
deixando suspensas as suas vidas.

O erro bom é aquele que não tem consequências nem reflexos sociais,
que não é ofensivo da dignidade do ser humano.

O erro mau de Gaspar é indigno, amachuca e amarrota a dignidade dos
portugueses. Magoa falar assim da vida das pessoas. Todos nós podemos
errar. Mas errar com esta simplicidade e com esta justificação, com um
sorriso nos lábios, é que não.

O confisco por mais tempo, que deixa suspenso, de forma ilegal e
inconstitucional, direitos adquiridos, por causa de um lapso, não é
aceitável.

O erro é mau e intencional, tendo Gaspar agido com consciência da
ilicitude, logo, passível de responsabilidade. Não é um erro
desculpável, que exclua a culpa.

O erro é o reflexo da incompetência, sendo intencional, é mais grave,
porque é injusto e transforma a vida das pessoas num circo. Será que o
erro foi intencional porque não havia coragem política para
justificar, no momento, um corte tão prolongado?

Então, passamos a estar no território da mentira e não do erro. A ser
assim foi a forma que encontrou para preparar o elo mais fraco da
cadeia, os trabalhadores, para a brutalidade do corte, transformando-o
em definitivo.

Três anos de massacre social e de indigência é demais.

Dizia, assim, Frederico II, o Grande, Rei da Prússia: "A trapaça, a
má-fé e a duplicidade são, infelizmente, o carácter predominante da
maioria dos homens que governam as nações".

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cinco histórias com notável valor pedagógico...

[Mais um momento Zen, que revela a importância do "estado mental"...Corre nas redes sociais. AZ]

Cinco histórias com notável valor pedagógico...
1ª. - Conhecimentos…

No Curso de Medicina, o professor dirige-se ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! - responde o aluno.
- Quatro? - replica o professor, um arrogante, daqueles que sentem prazer em gozar com os erros dos alunos.
- Tragam um fardo de palha, pois temos um burro na sala. - ordena o professor ao seu auxiliar.

- E para mim um cafezinho! - pediu o aluno.
O professor ficou furioso e expulsou-o da sala. O aluno era Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), o 'Barão de Itararé'. Ao sair, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o irritado mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins 'NÓS TEMOS'. 'NÓS' temos quatro: dois meus e dois seus. 'NÓS' é uma expressão usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.


Moral da História
A VIDA EXIGE MUITO MAIS COMPREENSÃO DO QUE CONHECIMENTO.
Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou acreditarem que o tem, se acham no direito de subestimar os outros... E haja palha!!!
2ª. - A ROUPA FAZ A DIFERENÇA?

Sem maiores preocupações com o vestir, o médico conversava descontraído com o enfermeiro e o motorista da ambulância, quando uma senhora elegante chega e de forma ríspida, pergunta:
- Vocês sabem onde está o médico do hospital?
Com tranquilidade o médico respondeu:
- Boa tarde, senhora! Em que posso ser útil?
Ríspida, retorquiu:
- Será que o senhor é surdo? Não ouviu que estou procurando pelo médico?
Mantendo-se calmo, contestou:
- Boa tarde, senhora! O médico sou eu, em que posso ajudá-la ?!?!
- Como?!?! O senhor?!?! Com essa roupa?!?!...
- Ah, Senhora! Desculpe-me! Pensei que a senhora estivesse procurando um médico e não uma vestimenta....
- Oh! Desculpe doutor! Boa tarde! É que... Vestido assim, o senhor nem parece um médico...
- Veja bem as coisas como são...- disse o médico -... as vestes parecem não dizer muitas coisas, pois quando a vi chegando, tão bem vestida, tão elegante, pensei que a senhora fosse sorrir educadamente para todos e depois daria um simpatiquíssimo "boa tarde!"; como se vê, as roupas nem sempre dizem muito...


Moral da História
UM DOS MAIS BELOS TRAJES DA ALMA É A EDUCAÇÃO
Sabemos que a roupa faz a diferença mas o que não podemos negar é que Falta de Educação, Arrogância, Falta de Humildade, Pessoas que se julgam donas do mundo e da verdade, Grosseria e outras "qualidades" derrubam qualquer vestimenta
BASTAM ÀS VEZES APENAS 5 MINUTOS DE CONVERSA PARA QUE O OURO DA VESTIMENTA SE TRANSFORME EM BARRO

3ª. - BOA RESPOSTA

Um mecânico está desmontando o cabeçote de uma moto, quando ele vê na oficina um cirurgião cardiologista muito conhecido. Ele está olhando o mecânico trabalhar. Então o mecânico pára e pergunta:
- 'Ei, doutor, posso lhe fazer uma pergunta?'
O cirurgião, um tanto surpreso, concorda e vai até a moto na qual o mecânico está trabalhando. O mecânico se levanta e começa:
- ?Doutor, olhe este motor. Eu abro seu coração, tiro válvulas, conserto-as, ponho-as de volta e fecho novamente, e, quando eu termino, ele volta a trabalhar como se fosse novo. Como é então, que eu ganho tão pouco e o senhor tanto, quando nosso trabalho é praticamente o mesmo??
Então o cirurgião dá um sorriso, se inclina e fala bem baixinho para o mecânico:
- 'Você já tentou fazer como eu faço, com o motor funcionando?


Moral da História
QUANDO A GENTE PENSA QUE SABE TODAS AS RESPOSTAS, VEM A VIDA E MUDA TODAS AS PERGUNTAS

4ª. - MUITA CALMA!

Entra um senhor desesperado na farmácia e grita:
- Rápido, me dê algo para a diarreia! Urgente!
O dono da farmácia, que era novo no negócio, fica muito nervoso e lhe dá o remédio errado: um remédio para nervos. O senhor, com muita pressa, pega o remédio e vai embora.
Horas depois, chega novamente o senhor que estava com diarreia e o farmacêutico lhe diz:
- Mil desculpas senhor. Creio que por engano lhe dei um medicamento para os nervos, ao invés de algum remédio para diarreia. Como o senhor está se sentindo?
O senhor responde:
- Cagado... mas tô tranquilo.


Moral da História
"POR MAIS DESESPERADORA QUE SEJA A SITUAÇÃO, SE ESTIVER CALMO, AS COISAS SERÃO VISTAS DE OUTRA MANEIRA"

5ª. - PROBLEMA SÉRIO


O sujeito vai ao psiquiatra
- Doutor - diz ele - estou com um problema: Toda vez que estou na cama, acho que tem alguém em baixo. Aí eu vou em baixo da cama e acho que tem alguém em cima. Pra baixo, pra cima, pra baixo, pra cima. Estou ficando maluco!
- Deixe-me tratar de você durante dois anos, diz o psiquiatra. Venha três vezes por semana, e eu curo este problema.
- E quanto o senhor cobra? - pergunta o paciente.
- R$ 120,00 por sessão - responde o psiquiatra.
- Bem, eu vou pensar - conclui o sujeito.
Passados seis meses, eles se encontram na rua.
- Por que você não me procurou mais? - Pergunta o psiquiatra.
- A 120 paus a consulta, três vezes por semana, durante dois anos, ia ficar caro demais, ai um sujeito num bar me curou por 10 reais.
- Ah é? Como? Pergunta o psiquiatra.
O sujeito responde:
- Por R$ 10 ,00 ele cortou os pés da cama...


Moral da História
MUITAS VEZES O PROBLEMA É SÉRIO, MAS A SOLUÇÃO PODE SER MUITO SIMPLES!
HÁ UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE FOCO NO PROBLEMA E FOCO NA SOLUÇÃO

Livro Negro dos Esquemas e Fraudes

LIVRO NEGRO DOS
ESQUEMAS E FRAUDES

A Direcção Geral Consumidor (DGC) lançou esta obra que é a versão portuguesa do "Little black book of schemes" australiano
Esta publicação é não só a versão em português como a adaptação da realidade portuguesa.
No seu texto, que vale a pena ler até ao fim, vai encontrar de certeza muitos “truques” utilizados para o convencer a adquirir algo que à partida não estaria interessado.
A descrição dos esquemas, argumentos, artimanha e armadilhas, com que somos constantemente bombardeados para nos impingirem qualquer coisa que normalmente não precisamos, são descritos nesta obra, bem como a forma de melhor nos descartarmos desses impigidores profissionais.
É mais um bom serviço público que este Blogue presta, com todo o prazer e que aconselha a que dele dêem conhecimento ao maior número de pessoas possível.

NESTE LINK

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A economia Islandesa volta a crescer 3% em 2012!

[Praticamente nada se discute sobre a solução Islandesa, como convém ao regime Fascista em consolidação em Portugal, instalados pelo Bloco Central (PS+PSD+CDS). Mas aqui vos deixo um texto muito esclarecedor. Deveríamos fazer o mesmo, mas a soicedade civil em Portugal tem definitivamente que se organizar, para combater a desgraça destes "lobbies" retrógrados, sem visão e sem patriotismo, que se apoderaram da nação lusa. AZ]

Iceland’s economy suffered a meltdown in 2008, with its banks defaulting on $85 billion. In 2009 its citizens took to the streets and demanded action from the government against those they saw as responsible for the crisis. The government responded, putting people before markets, and now Iceland’s economy is outgrowing the euro one and, on average, the developed world.
Bloomberg reported that after it was determined in October 2008 that the banks could not be saved, the government intervened. It ring-fenced domestic accounts and shut out international creditors. Iceland’s central bank prevented the sell off of krona through capital controls, and new banks were created that were controlled by the state. Then the government and the state-controlled banks agreed that amounts in excess of 110% of home values would be forgiven on mortgages.
The country’s supreme court also ruled in 2010 that debts indexed to foreign currencies were illegal, which saved households from having to cover losses resulting from drops in the value of the krona.
An Icelandic Financial Services Association report cited by Bloomberg pointed out that the country’s banks have forgiven loans amounting to 13% of Iceland’s GDP. That lessened the debt load of the population.
In addition, the government is investigating, and prosecuting, numerous prominent figures from the meltdown. Currently more than 200 face criminal charges and a special prosecutor has said as many as 90 may be indicted.
Lars Christensen, chief emerging markets economist at Danske Bank in Copenhagen, was quoted saying, “You could safely say that Iceland holds the world record in household debt relief. Iceland followed the textbook example of what is required in a crisis. Any economist would agree with that.”
The result? According to the Organization for Economic Cooperation and Development, Iceland’s economy is in line to expand 2.4% both this year and next, after growth of 2.9% last year and in the wake of shrinkage of 6.7% in 2009. In contrast, the OECD estimated in November that the euro area will only expand by 0.2% and the OECD area by 1.6% in 2012.
Not only that, but the cost to insure against an Icelandic default is about the same as to insure against a credit event in Belgium. And Icelanders are no longer eager to join the eurozone. Most would rather stay solo. Housing as an element of the consumer price index is only down about 3% from what it was in September 2008, just prior to the collapse.
Fitch Ratings just last week also conceded that Iceland’s approach has worked, raising the country’s rating to investment grade with a stable outlook. At the time it said that Iceland’s “unorthodox crisis policy response has succeeded.”
Thorolfur Matthiasson, an economics professor at the University of Iceland in Reykjavik, was quoted saying, “The lesson to be learned from Iceland’s crisis is that if other countries think it’s necessary to write down debts, they should look at how successful the 110% agreement was here. It’s the broadest agreement that’s been undertaken.”
According to Christensen at Danske Bank, “the bottom line is that if households are insolvent, then the banks just have to go along with it, regardless of the interests of the banks.”

Ai se Portugal tivesse MAR!!!-Crónica de João Quadros


Ai se Portugal tivesse MAR!!!
 Da crónica de João Quadros no Negócio On-Line: (vale mesmo a pena ler…. Achei que devia partilhar)

"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco.
Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.

Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti...
Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.

Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo.
Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano.
Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras...
Fica estranho. Perca egípcia soa a Hércule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras.
Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.

Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria quinhentos de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.


Eu  às vezes penso: o que não poupávamos se Portugal tivesse mar...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Demita-se, Senhor Primeiro-Ministro-Texto de Nicolau Santos

DEMITA-SE, SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO
DEMITA-SE, SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO                       
(Coluna de opinião do Semanário Expresso) Nicolau Santos
Terça-feira, 6 de Março de 2012
Senhor Primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!…
O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!
Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento.
O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias.
E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?
Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.
Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto.
Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro.
Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.
Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!
Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.
Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.


"quem nasce para lagartixa nunca chega a jacaré"

A Burrice em Portugal é uma "Ciência"...

Há tantos burros mandando
em homens de inteligência,
que às vezes fico pensando
se a burrice não será uma ciência.

'' António Aleixo''


O Impasse Português vista por um Sociólogo Francês

Um artigo de Jacques Amaury, sociólogo e filósofo francês, professor na Universidade de Estrasburgo, a ler com olhos de ler.
«Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história, que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagração de crescentes tensões e de convulsões sociais. Importa, em primeiro lugar, averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela UE para o esforço de adesão e de adaptação às exigências da União. Foi o país onde a UE mais investiu "per capita" e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo. Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento aos agricultores para abandonarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos, ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança de impostos sobre a riqueza e a Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre. A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos, cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica ao lado da classe dos professores assessorada por sindicatos aguerridos, as Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não parte da solução mas um factor de peso nos problemas do país. Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica entre o PS (Partido Socialista), da esquerda moderada e o PSD (Partido Social Democrata), da direita liberal, agora mais conservador ainda com o novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável mas com telhados de vidro e uma linguagem pública diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e a sua prática nega na primeira oportunidade. À esquerda, o PC (Partido Comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e, portanto, longe das realidades actuais. Mais à esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o CDS, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio.
Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o “statu quo”, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país: as Televisões, as Rádios e os Jornais são, na sua totalidade, pertença de grupos privados ligados à alta finança, à indústria, comércio e à banca, com infiltrações accionistas de vários países.
Ora, é bem de ver que com este caldo não se pode cozinhar uma alimentação saudável mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação em que o país se encontra, que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou alguma dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo, determinantes para o seu posto de trabalho, enquanto o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas, e por isso "non gratas" pelo establishment, para que possam dar luz a novas ideias e alterar a realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da apregoada democracia. Só uma comunicação não vendida nem alienante pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece o país, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.»

terça-feira, 17 de abril de 2012

Porque há quem seja contra o Acordo Ortográfico

Uma frase antes e depois do acordo (ou aborto ?) ortográfico:


Antes era assim "Não me pélo pelo pêlo de quem pára para desistir".


A frase depois do acordo é "Não me pelo pelo pelo de quem para para desistir".


O que dá uma grande pessegada, temos de admitir!...Ou será pecegada?!?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Porque Portugal é hoje um Estado Neo-Fascista?

A evidência é chocante e a natural tendência do ser humano é esquecer a dramática "realidade" a que assiste no dia-a-dia. E esta realidade que nos tem sido progressivamente imposta sorrateiramente e mais lentamente pelos anteriores governos (Sócrates incluído, é claro!), ou de rompante neste actual governo de P Passos Coelho (como é evidente , apenas o rosto do que "não tem nome"), é aquela que é imposta por um governo com todas as características de um Estado Neo-Fascista.
Depois de estudar os regimes fascistas que destruiram a Europa no passado (Hitler, Mussolini, Franco, Salazar), Pinochet no Chile e Suharto na Indonesia, o cientista político Lawrence Britt, canadiano, encontrou uma série de aspectos comuns a todos esses regimes, leia aqui. Eu transponho em seguida esse estudo para a nossa realidade, referindo os aspectos comuns ao Regime Fascista que suportámos no passado recente, e o Regime Neo-Fascista actual (que está em fase de consolidação).



Essas características são: 

1. Obsessão pela disciplina, em sermos "ordeiros", que "somos de bons costumes"
É a nossa característica e o Fernando Pessoa caracterizou muito bem, vejam texto neste blogue.

2. Desdém pelo Reconhecimento dos Direitos Humanos
O Regime Neo-Fascista actual recorre a termos próprios ("quem não está bem, que se mude", país de emigração por excelência, a este esquema regressa, limpando de novo o país da diversidade genética, ficando no território os mais acomodados). Hoje diz-se à população que se vai fazer isto, a população "ordeira" vota a favor, e amanhã é o contrário que é imposto. Não há seriedade nenhuma nos actuais governos do Regime Neo-Fascista do Pós 25 de Abril, e a inoperância dos Tribunais e Instituições de apoio social, são prova disso.

3. Identificação de um problema (o "inimigo") como causa unificadora
Se não estivessemos na Comunidade Europeia seria provavelmente explorado o aspecto rácico (não teríamos o aval de Bruxelas), mas aqui é a ameaça é a Tróica, o facto de que ("eles") têm gasto no passado despudoradamente, para além daquilo que nós, povo, podemos pagar. Na verdade, todos somos que a culpa é dos "que não têm nome", da Banca e acólitos, mas quem a deve pagar é a população (indefesa).

4. Supremacia do Militar
Apesar de tudo os militares começam a ter privilégios acima do comum dos funcionários públicos, mas este governo não tem condições para projectos nesta área por razões óbvias. A consolidação do Regime Neo-Fascista provavelmente trará mudanças nesta área num futuro próximo. A ver.

5. Sexismo
Como já referi, os tempos são outros e não podemos iludir-nos pois que o desenvolvimento tecnológico permite o controle da atitude mental por meio de programas televisivos com características embrutecedoras, novelas nacionais que veiculam uma ideologia, que convidam os jovens a agir de acordo com padrões convenientes para o Regime, para a sua sustentabilidade no tempo.

6. Meios de Comunicação Controlados
Ninguém tem dúvidas. Passo(s) a chamar de "meios de propaganda" não só do Estado Português, note-se, porque este está apenas na era da globalização ao serviço de outros. É vergonhosa a actuação dos jornalistas, inconscientes da sua actuação permissiva. Não há debates sobre os problemas nacionais com pessoas esclarecidas (que eu conheça, o Medina Carreira, o Alfredo Bruto da Costa, o José Gomes Ferreira,...)

7. Obsessão com a Segurança Nacional
Começa-se a desenhar os contornos da "realidade" que se quer impor na mente dos Portugueses. "Temos que cumprir com as directivas da Tróica"...Instila-se o medo. Os Tribunais não funcionam, gastam-se fortunas do erário público para se resolver coisa nenhuma, para proteger os amigos. Aumentam-se os impostos de forma dramática, mais do que a população pode suportar. Mas estes aumentos não são inocentes, são controlados, visam despojar a população em todos os sentidos do termo, material e moralmente. Até o IMI visa roubar à população os bens imóvies, casas, terrenos, para os reverter a favor da oligarquia que o Regime quer criar (e lá está o "que não tem no,me" a comandar).

8.  Religião e Governo mesclam-se
Em Portugal já não é clara a linha, mas ninguém tem dúvida do poder da Igreja e, por consequência, do Vaticano. A Igreja, no fundo, tolera o que se passa. Há porém excepções, vozes solitárias que clamam no silêncio dos inocentes...Mas a Igreja Católica perdeu o ano passado cerca de 2 milhões de crentes, e por alguma razão...

9. O Poder Corporativo é Protegido
 É claro que o governo está apenas ao serviço das grandes corporações, da Banca e da Alta Finança. Do clube de Bilderberg. Até a Rainha de Espanha e a Clara Ferreira Alves fazem parte...É disso mesmo que se fala neste blogue. É um escândalo, uma brutal falta de respeito por tudo o que a  Vida, o Cosmos, e toda a beleza que implicam. "but who cares"...O que interessa é o dinheiro e a vaidade!...
[The industrial and business aristocracy of a fascist nation often are the ones who put the government leaders into power, creating a mutually beneficial business/government relationship and power elite. ]

10. O Poder Laboral é Suprimido
Os sindicatos não têm poder algum, a corrida às reformas antecipadas é uma prova factual de que os funcionários não suportam o patrão autoritário, sem honestidade e respeito algum por quem trabalha. Emigrem!
[Because the organizing power of labor is the only real threat to a fascist government, labor unions are either eliminated entirely, or are severely suppressed . ]

11. Desdém pelos Intelectuais e pelas Artes
As Universidades estão em fase de desaparecimento, não têm dinheiro para financiar as suas actividades (ou não podem, por causa das directivas burocráticas impostas com o propósito de mostrar que há dinheiro, mas não o "governo" não quer que se gaste), os professores são vilipendiados, desprezados, é uma classe de "marginais", os alunos provenientes de famílias com menos recursos, não têm bolsas para estudar. O que se quer? Pretende-se criar uma nova pequena elite, de oligarcas, vivendo à custa do trabalho escravo. Já hoje é o que é, isto é, quase um deserto mental  e espiritual...Há que referir o desdém para com todos os outros "partidos políticos" que não sejam do Bloco Central. O PCP, o BE, etc, jogam no terreno deles, não têm força para mudar o rumo das coisas, esta é uma descoberta da "Ciência Política", daí a ilusão de vivermos uma democracia. coisa nenhuma, a acção desses "partidos" é inútil. Só aumenta o ruído...Por isso, "o que não tem nome" os deixa andando, por aí...Infelizmente, a inoperância do PCP revela uma "agenda" própria muito pouco clara...
[Fascist nations tend to promote and tolerate open hostility to higher education, and academia. It is not uncommon for professors and other academics to be censored or even arrested. Free expression in the arts is openly attacked, and governments often refuse to fund the arts.]

12. Obsessão pelo Crime e Castigo
Vai-se reforçar o medo das populações com crimes de todas a ordem, atemorizando a população com tudo, com o medo do roubo, com o medo do "chefe", com o medo de não estar de acordo com as "regras do regime", com o despedimento e a vergonha...enfim, coisas nacionais...Chegará o momento, tal como aconteceu na era sócrates, não o esqueçamos, que até os blogues serão atingidos...
[Under fascist regimes, the police are given almost limitless power to enforce laws. The people are often willing to overlook police abuses and even forego civil liberties in the name of patriotism. There is often a national police force with virtually unlimited power in fascist nations. ]

13. Corrupção Rampante
É por demais evidente, basta olhar para a "cara" dos ricos gestores, dos governantes, e seus acólitos, para compreender o que transpiram: falsidade, ganância, fraude...Não há praticamente um caso de corrupção mais que evidente que seja resolvido pelos Tribunais do Regime. Lá volto eu a afirmar: se não fossem os movimentos de libertação coloniais e o PCP, ainda estaríamos (e, pelos vistos, felizes) no "antigamente"...
[Fascist regimes almost always are governed by groups of friends and associates who appoint each other to government positions and use governmental power and authority to protect their friends from accountability. It is not uncommon in fascist regimes for national resources and even treasures to be appropriated or even outright stolen by government leaders.]

14. Eleições Fraudulentas
Não é necessário dar nas vistas, para isso há os "meios de propaganda", os "comentadores do regime"...Aqui, quem comanda, é o Bloco Central, mais dos mesmos,...
[Sometimes elections in fascist nations are a complete sham. Other times elections are manipulated by smear campaigns against or even assassination of opposition candidates, use of legislation to control voting numbers or political district boundaries, and manipulation of the media. Fascist nations also typically use their judiciaries to manipulate or control elections.]

É de certo modo cínico o que se diz de Brevik, também ele um fascista...Isto é, um doente mental....

Quem tiver dúvidas, medite um pouco mais, tenha coragem e sensibilidade, fuja dos sonhos hipnóticos dos meios de propaganda, olhe à sua volta e enfrente a realidade nua e crua! Já somos um Estado Neo-Fascista (esqueceram-se que, agora, não há colónias, portanto, Neo-Fascistas mas pobres)! Bravo!

AZ

sábado, 14 de abril de 2012

Estúdios Tóbis c/acervo da Guerra do Ultramar, tudo "vendido" ao MPLA

Assunto: Estúdios Tóbis c/acervo da Guerra do Ultramar, tudo "vendido" ao MPLA
Será possível uma canalhice deste quilate?Vendam lá os estúdios a quem quiserem mas os arquivos fazem parte duma herança que não pode,nem deve,ser alienada.Há que barrar este autêntico crime.Vamos repassar para toda a gente e pedir a maior divulgação.
Na SIC, jornalistas do programa "O Eixo do Mal" afirmaram que, Miguel Relvas vendeu os Estúdios da Tóbis aos angolanos.
Nos Estúdios da Tobis, está todo o espólio da Guerra do Ultramar...
Àquele maçon e demais camarilha, não lhes chega acabar com o Feriado Nacional de 10 de Junho, como agora vão oferecer este valioso e insubstituível espólio... ao MPLA!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Exijamos a restrição da acção da ASAE, o "braço-armado" do "governo"!

Caros concidadãos,

Já não sei mais o que fazer, não tenho poder algum isoladamente, só posso alertar consciências (as poucas que ainda há activas), tudo o resto está nas "mãos dos deuses". Estamos a empobrecer, porque nos querem ver pobres. A história da humanidade sempre foi um movimento ascencional, não há lugar para recuos, de outro modo voltamos a viver debaixo das pontes, e depois dentro de grutas ou ao relento...A economia deve potenciar o desenvolvimento, quando os ditos "governos" (que hoje mais não são do que usurpadores do aparelho de Estado, de gandulagem ao servido da Banca e Alta Finança), ao cortar a capacidade humana de reinventar o futuro, só podemos esperar miséria, moral e espiritual.

Pois estamos ficando pobres, graças à incompetência, estados mentais regressivos dos "governantes", economistas prenhes de cartilhas comprovadamente erradas (porque manifestamente não compreendem o que se passa, a origem, as causas da tragédia que se abate sobre os povos e que se deve maioritariamente à falta de princípios morais, axiomáticos, da sociedade), devemos todos reclamar, EXIGIR o campo de acção da ASAE.
Porque a ASAE, mais não é do que o braço armado do "governo" no seu desespero para obter financiamento para os seus sócios e mentores.
Num período da nossa história em que tanta gente se vê em sérias dificuldades económicas, em que as famílias se começam a desagregar, em que a pouco indústria colapsa (uma trintena diariamente), em que os pequenos e médios empresários entram em falência (porque a Banca não está para ajudar as PME, nem coisa nenhuma, têm a sua própria agenda, os casinos da alta finança), devemos exigir que a acção da ASAE seja consideravelmente reduzida (porque não se restringe à caça à contrafação e pouco mais?). Se algum agricultor quiser criar cabras ou qualquer outra coisa que o valha, numa tentativa saudável para melhorar a sua situação, lá está a ASAE, "braço-armado do governo", pedindo este imposto, mais aquele, enfim, pedindo tudo o que vier à cabeça daquela espécie de gente... Se algum cidadão, levantando os braços para o trabalho quiser montar uma pequena tasca, lá está, não pode! Lá está a ASAE para fechar a loja. Falando com muita gente em aflição, gente do campo meus vizinhos aqui do Norte, compreende-se o desejo enorme da população querer tomar iniciativas, muito delas de um alcance considerável, a maioria para o sustento familiar. Não pode! Lá está a ASAE para proibir! Meus amigos, o que queremos para o futuro? Se o Brasil, a India, ou qualquer outro país com uma legião de pobres, se o fizesse, seria mais uma tragédia de grandes proporções, viria a ONU, a UNESCO, todas as instituições que os homens inventaram para fazer coisa nenhuma.
Por todos estes motivos, e outros que todos minimamente interessados pela vida sobejamente conhecem, venho aqui

EXIGIR A ACÇÃO DA ASAE, DE MODO A PERMITIR AO POVO SOBREVIVER, TRABALHAR, CONSTRUIR UMA ACTIVIDADE ECONÓMICA QUE DÊ SUSTENTO ÀS SUAS FAMÍLIAS E DINAMIZE A ECONOMIA NACIONAL. VAMOS TODOS EXIGIR A RSTRIÇÃO DA ACÇÃO DA ASAE!!

E porque foi criada a ASAE? Bom, não sei ao certo, seguramente a estupidez dos nossos "governantes", mas talvez haja outro motivos e este video que vos deixo embaixo possa esclarecer um pouco mais. Parabéns ao nosso "governo", parabéns para aqueles que foram e aqueles que ficaram, pois são os mesmos...Como a História de Portugal os julgará? Ah, somos muito "disciplinados" e "ordeiros". Terão direito pela certa a uma medalha por altos serviços prestados à Pátria! Pois que não se ouve alma de historiador, nem sociólogo, clamando por justiça, pensando peloa sua própria cabeça, como bem viu Fernando Pessoa, todos pensam em grupo...Ouve-se apenas aquele vozear de "comentadores" (com muita lábia e boa memória para reter conteúdos de "dossiers") e "governantes" (os tais ao serviço "do que não tem nome"), vozear melodioso e hipnótico, tal qual se diz quando se descobre algum "serial killer". Matam e ninguém dá por eles. Afinal até são bons vizinhos...
AZ.

A Doença da Disciplina

[Hoje, que tanto se enaltece a "disciplina" do povo português, que cumprimos as directivas da Tróica com sentido de responsabilidade (claro, como lhes é tão conveniente...), quando se diz que somos um povo muito trabalhador quando "vamos lá para fora",..., quando de modo tão convenientemente se diz que o povo é tão "ordeiro",...convido o leitor a ler este texto de alguém que disse "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena". AZ]

A Doença da Disciplina - Um texto de Fernando Pessoa

Das feições de alma que caracterizam o povo português, a mais irritante é, sem dúvida, o seu excesso de disciplina. Somos o povo disciplinado por excelência. Levamos a disciplina social àquele ponto de excesso em que cousa nenhuma, por boa que seja — e eu não creio que a disciplina seja boa — por força que há-de ser prejudicial.
Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército de que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando, por um milagre de desnacionalização temporária, pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento, ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa, porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção da sua crítica.


Parecemo-nos muito com os alemães. Como eles, agimos sempre em grupo, e cada um do grupo porque os outros agem.
Por isso aqui, como na Alemanha, nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco. Como os alemães, nós esperamos sempre pela voz de comando. Como eles, sofremos da doença da Autoridade — acatar criaturas que ninguém sabe porque são acatadas, citar nomes que nenhuma valorização objectiva autêntica como citáveis seguir chefes que nenhum gesto de competência nomeou para as responsabilidades da acção. Como os alemães, nós compensamos a nossa rígida disciplina fundamental por uma indisciplina superficial, de crianças que brincam à vida. Refilamos só de palavras. Dizemos mal só às escondidas. E somos invejosos, grosseiros e bárbaros, de nosso verdadeiro feitio, porque tais são as qualidades de toda a criatura que a disciplina moeu, em quem a individualidade se atrofiou.
Diferimos dos alemães, é certo, em certos pontos evidentes das realizações da vida. Mas a diferença é apenas aparente. Eles elevaram a disciplina social, temperamentalmente neles como em nós, a um sistema de estado e de governo; ao passo que nós, mais rigidamente disciplinados e coerentes, nunca infligimos a nossa rude disciplina social, especializando-a para um estado ou uma administração. Deixamo-la coerentemente entregue ao próprio vulto integral da sociedade. De aí a nossa decadência!
Somos incapazes de revolta e de agitação. Quando fizemos uma "revolução" foi para implantar uma coisa igual ao que já estava. Manchamos essa revolução com a brandura com que tratamos os vencidos. E não nos resultou uma guerra civil, que nos despertasse; não nos resultou uma anarquia, uma perturbação das consciências. Ficamos miserandamente os mesmos disciplinados que éramos. Foi um gesto infantil, de superfície e fingimento.
Portugal precisa dum indisciplinador. Todos os indisciplinadores que temos tido, ou que temos querido ter, nos têm falhado. Como não acontecer assim, se é da nossa raça que eles saem? As poucas figuras que de vez em quando têm surgido na nossa vida política com aproveitáveis qualidades de perturbadores fracassam logo, traem logo a sua missão. Qual é a primeira coisa que fazem? Organizam um partido.. . Caem na disciplina por uma fatalidade ancestral.
Trabalhemos ao menos — nós, os novos — por perturbar as almas, por desorientar os espíritos. Cultivemos, em nós próprios, a desintegração mental como uma flor de preço. Construamos uma anarquia portuguesa. Escrupulizemos no doentio e no dissolvente. E a nossa missão, a par de ser a mais civilizada e a mais moderna, será também a mais moral e a mais patriótica.
Fernando Pessoa
in "Oganizem-se!A Gestão segundo Fernando Pessoa", Ed. Filipe S. Fernandes (Oficina do Livro, Cruz Quebrada, 2007)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Exigimos menos Estado!


[Corre nas redes sociais. AZ]
Governo Português


3 governos (um no continente e dois nas ilhas)
333 total de deputados no continente e ilhas
308 càmaras
4259 freguesias
1770 vereadores
30000 carros
4000 fundações e associações
50 assessores em Belém
1284 serviços e institutos públicos

Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados equivalentes à Alemanha, teria de reduzir mais de 50%


O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CAPACIDADE PARA CRIAR RIQUEZA SUFICIENTE, PARA ALIMENTAR ESTA CORJA!


Joana d' Arc e o momento histórico actual

Joana d' Arc e o momento histórico actual.

A França já viveu momentos históricos com semelhanças com a actualidade. Houve uma mulher formidável que uniu um país dilacerado por guerras internas, e invadido pelo exército de Inglaterra.
Joana d' Arc dizia-se animada por forças do Além, mas, em minha opinião, a sua força, era uma força moral. O que hoje nós precisamos todos, em Portugal (terra de bandidagem desde há séculos , e por isso empobrecemos e vivemos à sombra do que fomos) e no mundo, é de gente animada por princípios morais, éticos, e um grande amor pelo seu país. Ela chegou a Orleans montada num cavalo branco, com um estandarte branco com a inscrição "Jesus-Maria". E enviou este ultimato aos britânicos:

"Jesus, Maria! King of England and you Duke of Bedford, you call yourself regent of the Kingdom of France; you, William de la Pole, Sir Talbot, and you, Sir Thomas Skills, who call yourself lieutenant of the aforesaid Duke of Bedford; render your count to the King of Heaven. Surrender to the Maid who was sent from God, the King of Heaven, the keys to all the good cities you have taken and violated in France. She has come here from God to proclaim the blood royal. She is entirely ready to make peace if you are willing to settle accounts with her, provided that you give up France and pay for having occupied her. If you do not do so, I am commander of the armies and in whatever place I shall meet your French allies, I shall make them leave it. Whether they wish it or not. And if they will not obey, I shall have them all killed. I am sent from God, the King of Heaven, to test you out of all friends, body for body. And if they wish to obey, I shall have mercy on them. And believe firmly, that the King of Heaven will send the Maid more force than you will ever know how to achieve with all of your souls on her and on her good men-at-arms. And in the exchange of blows we shall see who has the better right from the King of Heaven."

Ela pediu às suas tropas a palavra de honra de que ela, única mulher num exército de homens, fosse respsitada, que todos fossem respeitados, até o inimigo. Princípios morais que devem animar um exército. A batalha foi tão horrível, dramática, Joana ficou ferida, ao terceiro dia os dois exércitos destroçados, Joana de pé, de ambos os lados as tropas se fitavam, horrorizados, até que o exército britânico se retirou, como que por um efeito cósmico. Joana assim ganhou. A vitória moral, que todos necessitamos, procurando mudar as nossas consciências e clamando por um mundo novo, limpo desta gente corrupta e amoral que governa e lidera o mundo. que faz do mundo um lugar imundo, um esterco moral e espiritual. Princípios morais, nova atitude mental.
AZ

terça-feira, 10 de abril de 2012

Brinde do Ministério das Finanças...

[Momento Zen. AZ]
NOTA: Caso não receba em casa, reclame o seu brinde numa Repartição das Finanças perto de si...
 O Ministério das Finanças, acaba de anunciar que vai enviar um brinde especial a todos os contribuintes que
pagarem os seus impostos dentro do prazo.
O brinde, um exclusivo apara-lápis de design único, poderá ser colocado na mesa de trabalho para servir de lembrete constante dos serviços a que os impostos do país nos dão direito.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Guerra às petrolíferas!

Caros concidadãos!
As grandes companhias petrolíferas continuam a sua despudorada acção contra o cidadão. Embora o petróleo abunde por tudo quanto é país, só falta haver poços de exploração off-shores ao largo de Portugal e debaixo do Convento de Mafra, elas continuam  a aumentar os preços dos combustíveis (e, com eles, todos os outros produtos). Tal como já se faz em França, aqui vos proponho o seguinte esquema de defesa da população:
ATÉ AO FINAL DO ANO, NÃO COMPREM COMBUSTÍVEIS NA BP E NA GALP!
Estas petrolíferas ver-se-ão na obrigação de baixar os seus preços, incitando a uma verdadeira concurrência.

Caros concidadãos, há que começar a agir em uníssono. Passem esta mensagem aos vossos amigos e vocês próprios sigam esta regra a preceito.

AZ 

25 de Abril...Portugal morreu

[Circula nas redes sociais e dá para reflectir...AZ] 
- terroristas ávidos de sangue e chamaram-lhe descolonização...exemplar!
- Mataram Portugal, hipotecando a soberania do País a Bruxelas e chamaram-lhe desenvolvimento...
- Mataram o orgulho de se ser português, levando o País à banca rota, hipotecando-o ao FMI e chamaram-lhe investimento...
- Mataram a classe politica digna desse nome, dando lugar a corruptos e mentirosos e chamaram-lhe democracia parlamentar...
- 37 anos de ditadura democrática conseguiram destruir 800 anos de história e matar o nosso País.
Muito obrigado, 25 de Abril !!!
MAS CHEGOU A HORA DE DIZER BASTA......
Sei que os tais ditos socialistas e pseudo intelectuais me vão chamar, pelo menos PARVO, mas se tens ainda vergonha na cara passa e faz andar este e-mail.

sábado, 7 de abril de 2012

Consultas gratuitas de clínica geral

Consultas gratuitas de clínica geral

Exmo(a). Senhor(a),

A União Humanitária dos Doentes com Cancro presta consultas de clínica geral gratuitas e abertas a toda a população, todas as quartas-feiras.

Conscientes de que o êxito desta valência depende unicamente da sua divulgação, de modo a que todos os doentes tenham conhecimento e assim oportunidade de beneficiar deste apoio, face aos nossos escassos meios (pois todos os apoios que a União presta são inteiramente gratuitos), vimos pelo presente apelar à sua solidariedade e, desde já, muito agradecer:
· A divulgação desta notícia por todas as pessoas do seu conhecimento, familiares e amigos.
· O reenvio deste e-mail para todos os seus contactos pessoais, com o objectivo de que, mediante uma grande rede de solidariedade na Internet, esta notícia chegue ao conhecimento de toda a população.
Para um completo conhecimento da União Humanitária dos Doentes com Cancro, muito agradecemos a visita ao nosso site, em
www.doentescomcancro.org <http://www.doentescomcancro.org/>, um site completo e interactivo, com toda a informação sobre os apoios
gratuitos a doentes com cancro e seus familiares, o cancro, a legislação, o tabagismo e as últimas notícias de âmbito oncológico.

Colabore com a União nesta nobre causa.
O cancro, pela sua dimensão - a segunda causa de morte no nosso país e a primeira no grupo etário entre os 35 e os 64 anos - é uma doença e uma problemática que a todos diz respeito e que só poderá ser vencido com a mobilização de toda a sociedade.
Gratos pela sua solidariedade, subscrevemo-nos com estima e elevada consideração,

Luís Filipe Soares

*União Humanitária dos Doentes com Cancro*

Presidente da Direcção

Tel.: 213940302

Camisa Vermelha

[Momento Zen. Corre nas redes sociais. AZ]

 CAMISA VERMELHA

 NAPOLEãO BONAPARTE, DURANTE SUAS BATALHAS USAVA SEMPRE UMA CAMISA DE
 COR VERMELHA.

 PARA ELE ERA IMPORTANTE PORQUE, SE FOSSE FERIDO, NA SUA CAMISA
 VERMELHA NãO SE NOTARIA O SANGUE E OS SEUS SOLDADOS NãO SE
 PREOCUPARIAM E TAMBéM NãO DEIXARIAM DE LUTAR.

 TODA UMA PROVA DE HONRA E VALOR.


 CENTENAS DE ANOS MAIS TARDE, CAVACO SILVA USA SEMPRE CALçAS CASTANHAS.

Texto de Isabel do Carmo

[Eis um texto escrito por alguém que alerta para o mesmo problema, a falta de um mínimo de decência na "classe política nacional", filhos do estado-novo...AZ]

Texto de Isabel do Carmo.

O primeiro-ministro anunciou que íamos empobrecer, com aquele desígnio de falar "verdade", que consiste na banalização do mal, para que nos resignemos mais suavemente. Ao lado, uma espécie de contabilista a nível nacional diz-nos, como é hábito nos contabilistas, que as contas são difíceis de perceber, mas que os números são crus. Os agiotas batem à porta e eles afinal até são amigos dos agiotas. Que não tivéssemos caído na asneira de empenhar os brincos, os anéis e as pulseiras para comprar a máquina de lavar alemã. E agora as jóias não valem nada. Mas o vendedor prometeu-nos que... Não interessa.

Vamos empobrecer. Já vivi num país assim. Um país onde os "remediados" só compravam fruta para as crianças e os pomares estavam rodeados de muros encimados por vidros de garrafa partidos, onde as crianças mais pobres se espetavam, se tentassem ir às árvores. Um país onde se ia ao talho comprar um bife que se pedia "mais tenrinho" para os mais pequenos, onde convinha que o peixe não cheirasse "a fénico". Não, não era a "alimentação mediterrânica", nos meios industriais e no interior isolado, era a sobrevivência.

Na terra onde nasci, os operários corticeiros, quando adoeciam ou deixavam de trabalhar vinham para a rua pedir esmola (como é que vão fazer agora os desempregados de "longa" duração, ou seja, ao fim de um ano e meio?). Nessa mesma terra deambulavam também pela rua os operários e operárias que o sempre branqueado Alfredo da Silva e seus descendentes punham na rua nos "balões" ("Olha, hoje houve um ' balão' na Cuf, coitados!"). Nesse país, os pobres espreitavam pelos portões da quinta dos Patiño e de outros, para ver "como é que elas iam vestidas".

Nesse país morriam muitos recém-nascidos e muitas mães durante o parto e após o parto. Mas havia a "obra das Mães" e fazia-se anualmente "o berço" nos liceus femininos onde se colocavam camisinhas, casaquinhos e demais enxoval, com laçarotes, tules e rendas e o mais premiado e os outros eram entregues a famílias pobres bem - comportadas (o que incluía, é óbvio, casamento pela Igreja).

Na terra onde nasci e vivi, o hospital estava entregue à Misericórdia. Nesse, como em todos os das Misericórdias, o provedor decidia em absoluto os desígnios do hospital. Era um senhor rural e arcaico, vestido de samarra, evidentemente não médico, que escolhia no catálogo os aparelhos de fisioterapia, contratava as religiosas e os médicos, atendia os pedidos dos administrativos ("Ó senhor provedor, preciso de comprar sapatos para o meu filho"). As pessoas iam à "Caixa", que dependia do regime de trabalho (ainda hoje quase 40 anos depois muitos pensam que é assim), iam aos hospitais e pagavam de acordo com o escalão. E tudo dependia da Assistência. O nome diz tudo. Andavam desdentadas, os abcessos dentários transformavam-se em grandes massas destinadas a operação e a serem focos de septicemia, as listas de cirurgia eram arbitrárias. As enfermarias dos hospitais estavam cheias de doentes com cirroses provocadas por muito vinho e pouca proteína. E generalizadamente o vinho era barato e uma "boa zurrapa".

E todos por todo o lado pediam "um jeitinho", "um empenhozinho", "um padrinho", "depois dou-lhe qualquer coisinha", "olhe que no Natal não me esqueço de si" e procuravam "conhecer lá alguém".

Na província, alguns, poucos, tinham acesso às primeiras letras (e últimas) através de regentes escolares, que elas próprias só tinham a quarta classe. Também na província não havia livrarias (abençoadas bibliotecas itinerantes da Gulbenkian), nem teatro, nem cinema.

Aos meninos e meninas dos poucos liceus (aquilo é que eram elites!) era recomendado não se darem com os das escolas técnicas. E a uma rapariga do liceu caía muito mal namorar alguém dessa outra casta. Para tratar uma mulher havia um léxico hierárquico: você, ó; tiazinha; senhora (Maria); dona; senhora dona e... supremo desígnio - Madame.

Os funcionários públicos eram tratados depreciativamente por "mangas-de-alpaca" porque usavam duas meias mangas com elásticos no punho e no cotovelo a proteger as mangas do casaco.

Eu vivi nesse país e não gostei. E com tudo isto, só falei de pobreza, não falei de ditadura. É que uma casa bem com a outra. A pobreza generalizada e prolongada necessita de ditadura. Seja em África, seja na América Latina dos