segunda-feira, 19 de setembro de 2011

João Domingos Bomtempo

Mas que não fiquemos com a ideia errada de que não tivemos os nossos génios da música e temos alguns poucos na actualidade. Autêntico milagre num país onde ainda hoje é interdito pensar e criar..."Interdito", não no sentido de imposto por lei, (na realidade é uma lei escôndita), mas porque quem é autêntico, quem pensa por si, e não enlouquece nesse processo, é severamente esmagado na sociedade portuguesa actual. Julgo que quem vive em Portugal poderá compreender o que digo, quem vive fora do país dificilmente terá alguma percepção deste fenómeno.
Mas gostaria de lembrar aqui João Domingos Bomtempo, um génio que tivemos a felicidade de ter nascido entre nós (embora filho de pai italiano músico). Foi Domingos Bomtempo o autor das primeiras sinfonias lusas (ou portuguesas, se recordarmos o conflito que referi em mensagem anterior). Depois de Giuseppe Verdi, convido os meus leitores a ouvirem este excerto da Sinfonia nº 2 e o excerto da sua obra maior, o Requiem de Camões.
Mas também tivemos Fernando Lopes-Graça (ouçam este excerto da História Trágico-Marítima), ou Joly Braga Santos (Virtue Lusitanae), enfim, tantos outros...
Com este simples convite blogoesférico, permitam-me que aqui recorde um distinto filósofo Inglês, Jacob Bronowsky. Ele chamou à nossa atenção que a distância entre o poder e o povo, entre o conhecimento e o povo, conduz ao fim da civilização. Que todos tenhamos presente nos nossos espíritos que uma civilização é mantida desde que seja assegurado: o auto-conhecimento, a consciência de si próprio, enquanto ser (being); tenhamos acesso à experiências das artes e à explicação das ciências (que apesar de ter aberto a Caixa de Pandora não pode ser responsabilizada pelo mau uso dados por alguns humanos)...

Abrãao Zacuto.

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