Sobre o Declíneo do Estado. Parte II-Os meios de Propaganda
Abrãao M. Zacuto
Como foi aludido em nosso texto anterior (vd. Sobre o Declíneo do Estado-Parte I), com o desenvolvimento das armas nucleares e a evolução sofrida pelas leis internacionais, dificultando ou impedindo a sua expansão, as energias do Estado volveram-se para dentro, num processo caminhando agora até aos seus limites insuportáveis pelos cidadãos.
Usando até à exaustão as ferramentas que possui, impostos (que certamente irá explorar ad nauseam se a Sociedade Civil não tiver lucidez para se proteger, a História o dirá!), estatísticas, controladores de tráfego (e chegará o dia em que teremos implantes sub-cutâneos aplicados em seres humanos), polícia, ASAE, prisões, tribunais ao seu serviço (e de modo algum ao serviço da Justica!), educação compulsória, guerras, os mass media, desde a Segunda Grande Guerra o Estado tem destruído ou enfraquecido todas as instituições com que a sociedade civil sempre conviveu ao longos dos séculos, erigindo-se como a autoridade máxima em comando sobre a vida das pessoas. Estou certo de que o próximo grande combate da história será entre o Estado e a Sociedade Civil.
Em países como Portugal, e no espaço lusófono que partilha qualidades e defeitos comuns, este sistema alimenta-se na partidocracia, alimenta-se com os seus partidos e respectivos acólitos. Através dos seus mecanismos internos e não por mérito absoluto, ou pelo exemplo de vida e trabalho na sociedade, os políticos da casa sobem até ao poder absoluto. Os grandes escritórios de advogados, criados pelo sistema, são agora a guarda pretoriana do actual regime fascista prevalecente em Portugal.
Estranhamente, como é possível a sustentação deste sistema pérfido de exploração do homem pelo homem? Pois ele é possível, é sustentável, com os "meios de comunicação social", nova designação para o que na verdade mais não é do que "Propaganda"! As bases teóricas para a exploração dos meios de comunicação foram estabelecidos por um sobrinho de Sigmund Freud, um tal Edward Bernays, nascido na Áustria e que foi viver para os USA. Bernays usou pela primeira vez a psicologia humana e as ciências socias para desenvolver campanhas publicitárias persuasivas.
Estranhamente, como é possível a sustentação deste sistema pérfido de exploração do homem pelo homem? Pois ele é possível, é sustentável, com os "meios de comunicação social", nova designação para o que na verdade mais não é do que "Propaganda"! As bases teóricas para a exploração dos meios de comunicação foram estabelecidos por um sobrinho de Sigmund Freud, um tal Edward Bernays, nascido na Áustria e que foi viver para os USA. Bernays usou pela primeira vez a psicologia humana e as ciências socias para desenvolver campanhas publicitárias persuasivas.
Citemos aqui uma passagem do famoso livro de Bernays, Propaganda [1]:
The conscious and intelligent manipulation of the organized habits and opinions of themasses is an important element in democratic society. Those who manipulate thisunseen mechanism of society constitute an invisible government which is the trueruling power of our country… We are governed, our minds are molded, our tastesformed, our ideas suggested, largely by men we have never heard of.
Outra obra de Bernays cujo título diz tudo sobre o seu propósito intitula-se "Crystallizing Public Opinion" [2]. Esta livro abalou o mundo nas suas bases, foi a inspiração de Joseph Goebels na construção da tragédia do holocausto, e ensinou Goebbels a cativar o sentimento dos alemães para a causa Nazi...Consta que a admiração de Joseph Goebbels por Bernays era de tal ordem que até no gabinete ostentava uma fotografia do Bernays, um judeu... Com o filme "Jud Süss", Goebbles finalmente conquistou a opinião alemã para a Solução Final.
A Propaganda também é usada pelos Norte-Coreanos para justificarem o seu regime brutal. No vídeo embaixo compreende-se a intenção, e estou certo que os espíritos mais independentes reconhecerão aí também as suas verdades...
O filme Jud Suss Jud é uma ficção baseada num julgamento que envolveu um funcionário do tribunal de Wurtemburg. O que de facto aconteceu foi contado na forma de um "conto moral", partindo de um inocente jovem camponês, endividado, representando de facto a situação económica mais comum na Alemanha da época. A namorada tenta salvá-lo do credor pelos meios mais perigosos, e o credor, na verdade parece ter sido um tal Joseph Süß Oppenheimer , acabou preso numa jaula no centro da praça da cidade medieval onde decorre a trama. Este e outros filmes nazis foram confiscados pelos Norte-Americanos e levados para os USA, constando que os próprios soldados apreciavam este tipo gráfico de filme, as autoridades receando o pior, que os soldados americanos fossem ganhos para a causa nazi [3]...
Por todos estes motivos ocultos que aqui procuramos trazer a luz, compreende-se que nesta altura é crucial que o actual regime neo-fascista instalando-se em Portugal, se procure controlar os meios de comunicação em todos os seus recantos, privatizando a RTP, privatizando tudo o que é possível, sempre na lógica de favorecer os amigos, garantir a sustentação do regime, e escravizar a população...
REFERÊNCIAS:
[1] Edward Bernays, Propaganda
[2] Edward Bernays, "Crystallizing Public Opinion"
[3] Propaganda. Part 1, site OpenSalon.comhttp://open.salon.com/blog/rw005g/2010/08/24/propaganda_part_i_bernays_and_goebbels
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