segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Casting couch

  Carmindo Mascarenhas Bordalo*

*Professor Catedrático Jubilado*



A horrorosa morte do cronista social Carlos Castro devia ser aproveitada
para a sociedade portuguesa reflectir sobre um dos fenómenos em que assenta:
o chamado *casting couch.*

O *casting couch *é a expressão que traduz o fenómeno da prestação de
favores sexuais em troca de benefícios profissionais.

Castro acabou por sofrer as consequências de se ter envolvido numa situação
extrema de *casting couch.*

É evidente que o rapaz que



o matou queria usar o seu corpo para ascender na carreira artística. Castro
aproveitou isso para conseguir aquilo que, obviamente, não conseguiria de
outra forma: companhia sexual de alguém 44 anos mais jovem.

A situação não é nova, bem pelo contrário: desde tempos imemoriais que
rapazes da província afluem a Lisboa e tornam-se amantes de homens muito
mais velhos. Muitas vezes, com o passar dos anos, essas situações até
evoluem para algo próximo de relações familiares. O actual presidente de um
importante instituto público, privado de condições materiais desde tenra
idade, esteve envolvido num esquema dessa natureza. O ex-presidente de um
importante clube de futebol também. Quem não se quiser fazer de parvo tem de
admitir que estes casos pululam.

Nos anos 50, Carlos Burnay apareceu morto, ao que tudo indica pelas mãos de
um empregado com quem mantinha uma relação do género. Devido a esse caso, na
época, o termo "peixinho do mar" significava homossexual.

Até nas consequências, portanto, o caso não é novo.

O *casting couch* está enraizado em Portugal, como beber vinho ou ver
futebol. A política, o meio artístico e até o mundo universitário estão
pejados disso.

Conto duas histórias a propósito do *casting couch *universitário.

Era eu um jovem assistente a começar carreira quando uma aluna, de forma
anormal para a época, apareceu com um decote verdadeiramente despropositado.
Acabou por passar com um miserável 10, não pela exibição mamária mas porque,
apesar de tudo, não fora das piores. Algumas semanas depois, apareceu-me
antes de uma tarde de exames, vestida de forma ainda mais ousada, com uma
rapariguita envergonhada ao lado. Depois de meio minuto de insinuação
reles, apresentou-me a amiga. Verifiquei depois que era uma das alunas
que ia a exame. Reprovou, pois não dava uma para a caixa. A outra nunca mais
me cumprimentou, certamente ofendida pela desfeita e interrogando-se se os
seus dotes só funcionariam algumas vezes... Sei, contudo, que com outros
docentes funcionava e que em dias de exame oral a moça não dispensava a
indumentária escassa.

Recordo-me de outro episódio, posterior e bem mais grave: uma assistente,
conhecida pela forma escandalosa como se apresentava (o que incluia mostrar
as cuecas ao sentar-se, enquanto se ria descontroladamente), conseguira
sempre belíssimas notas e, logo no início da carreira, era presença assídua
em cursos, conferências, grupos de trabalho, etc.. Felizmente nunca lhe dei
aulas, mas admirava-me como é que uma pessoa, em tão pouco tempo, ascendera
tão depressa, promovida por exigentes colegas meus como se de uma
estrela internacional se tratasse. Para mais porque era sabido que, quando
abria a boca sem um papel à frente só dizia banalidades. A resposta não
tardou: uma vez vi um conhecido académico deste País deixá-la de noite junto
a casa dela, ajudando-a a tirar a mala de viagem da bagageira do carro. Era
um Domingo à noite.

Se isto é assim nas Universidades, imagine-se nos estúdios de televisão e
nos camarins dos modelos.

Não acham estranho que haja tanta incompetência no nosso País?

Não acham estranho que haja sempre tudo para os mesmos?

A explicação é tantas vezes igual e assim será enquanto não houver Justiça
que funcione.

Carlos Castro foi apenas um caso com desfecho extremo.



sábado, 29 de janeiro de 2011

Para quando uma rebelião?

Reencaminhem, p.f., ao maior nº de contactos possível!

    É imperioso e urgente que o nº máximo possível de Portugueses
    tomem conhecimento destas vergonhas!!!
    Verdadeiro crime social!!! (entre muitos outros).

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    Folha salarial da Fundação Cidade de Guimarães

    Folha salarial (da responsabilidade da Câmara Municipal) dos
    administradores e de outros figurões, da Fundação Cidade de
    Guimarães, criada para a Capital da Cultura 2012:

    -  Cristina Azevedo - Presidente do Conselho de Administração:
        14.300 ? (2 860 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 500 ?
    por reunião
    -  Carla Morais - Administradora Executiva
        12.500 ?  (2 500 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 300 ?
    por reunião
    -  João B. Serra - Administrador Executivo
        12.500 ? mensais + Carro + Telemóvel + 300 ? por reunião
    -  Manuel Alves Monteiro - Vogal Executivo
         2.000 ? mensais + 300 ? por reunião

    Todos os 15 componentes do Conselho Geral, de entre os quais se
    destacam Jorge Sampaio, Adriano Moreira, Diogo Freitas do Amaral e
    Eduardo Lourenço, recebem 300 ? por reunião, à excepção do
    Presidente (Jorge Sampaio) que recebe 500 ?.

    Em resumo: 1,3 milhões de Euros por ano, em salários. Como a
    Fundação vai manter-se em funções até finais de 2015, as despesas
    com pessoal deverão ser de quase 8 milhões de Euros !!!
    Reparem bem: Administradores ganhando mais do que o PR e o PM !

    Esta obscenidade acontece numa região, como a do Vale do Ave, onde
    o desemprego ronda os 15 % !!!
    Alguem acredita em leis anti-corrupção feita por corruptos?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Efeito de recochete

O director chama a sua secretária e diz:

-Vanessa querida, tenho um seminário na Argentina por uma semana e quero
que me acompanhe. Por favor faça os preparativos para a viagem

A secretária liga para o marido:

- João! Vou viajar para o estrangeiro com o director durante uma semana,
cuida-te querido!

O João liga para a amante:

- Elvira, filha. A bruxa vai viajar para o estrangeiro durante 1 semana,
vamos estar juntos, minha princesa ...

No momento seguinte, a amante liga para casa de um menino a quem dá
explicações particulares:

- Luizinho, esta semana estou com muito trabalho e não vou poder dar-lhe
as explicações....

A criança liga para o seu avô:

- Avozinho, esta semana não tenho explicações, a professora vai estar
muito ocupada. Vamos passar a semana juntos?

O avô, chama imediatamente a secretária:

Vanessa - Suspenda a viagem, vou passar a semana com o meu neto que não
vejo há um tempo, por isso não vamos participar no seminário. Cancele
por favor a viagem e o hotel.

A secretária liga para o marido:

-  Ouve, João querido! O idiota do director mudou de ideias e acabou de
cancelar a viagem.

O marido liga para a amante:

- Amorzinho, desculpe! Não podemos passar a semana juntinhos! A viagem
da bruxa foi cancelada.

A amante liga para o menino a quem dá aulas particulares:

- Luizinho, alteração de planos: afinal esta semana teremos explicações
como de costume.

A criança liga ao avô:

Avô! A estúpida da minha professora ligou a dizer-me que afinal terei
explicações. Desculpe mas assim não poderemos ficar juntos esta semana.

O avô liga para a secretária:

Bom Vanessa - O meu neto acabou de me ligar a dizer que não vai poder
ficar comigo essa semana. Portanto dê seguimento à viagem para a Argentina .

O homem 140%


Não me admira muito a facilidade com que Cavaco Silva se deixou enredar na armadilha do BPN. Pode-se pensar que foi falta de previsão da sua parte, mas eu acho que foi antes falta de visão: Cavaco Silva acha-se genuinamente acima e imune ao que considera "baixa política". E baixa política, para ele, pode ser muita coisa, mesmo aquilo que é perfeitamente legítimo e normal na luta política. A sua pretensão é a de andar à chuva sem se molhar, fazer política fingindo-se acima dela. Ainda na recente mensagem de Ano Novo, referiu-se aos "agentes políticos", como se deles não fizesse parte. E antes execrou a pestífera espécie dos "políticos profissionais", como se os dezassete anos que leva de funções políticas públicas tivessem sido desempenhados a título gracioso. E o mesmo em relação ao desdém que vota à "política partidária", como se não tivesse chefiado durante dez anos um partido político.
Não admira, assim, que, desenterrado o assunto BPN, Cavaco Silva tenha reagido conforme a sua natureza política, em três diferentes e sucessivos andamentos: indignação majestática, desconsideração política e intimidação senhorial. Na primeira fase, achou que lhe bastaria dizer que seria preciso que alguém "nascesse duas vezes" para conseguir ser tão honesto como ele - uma resposta à medida da superioridade moral que atribui a si mesmo, mas contraproducente, visto que reconhecia que o assunto BPN era uma questão de honestidade. Na segunda fase, achou (como no caso da "conspiração das escutas", engendrada entre Belém e o "Público"), que se podia contentar com explicações que não vinham ao caso e nada interessavam: que consultassem a sua declaração de rendimentos (que não contém respostas a nada do que está em causa); que aplicou as suas poupanças em quatro bancos (o que só seria relevante saber se nos outros três tivesse obtido lucros tão extraordinários e fulminantes como no BPN); que se tratava de "poupanças de uma vida de trabalho" (como se o que importasse fosse conhecer a origem do dinheiro investido e não a razão do dinheiro acrescentado); e que pagou todos os impostos devidos pela operação BPN (impostos insignificantes e cujo pagamento, deduzido à cabeça pelo banco, ninguém questionara). Enfim, na terceira fase - a das ofensas - deu homem por si para acusar Alegre de "campanha suja", "indecente", "ignóbil", "cobarde", "desonesta" e de "baixa política". E para concluir que "já tinha esclarecido tudo o que havia a esclarecer". Pelo menos, vá lá, sempre reconheceu que alguma coisa havia a esclarecer.
Não sei ainda que desenvolvimentos terá este assunto nos próximos dias. Mas hoje, quinta-feira, dia em que escrevo este texto, duas coisas são claras para toda a gente: que, ao contrário do que afirma, Cavaco Silva não esclareceu nada do que interessava esclarecer e que já todos entendemos a razão para tal. Mas, como o assunto é, evidentemente, político, convém começar por responder a duas objecções políticas prévias dos defensores de Cavaco Silva.
A primeira tem a ver com a oportunidade do tema: porque é que o assunto só agora desceu à praça pública, porque é que um negócio particular, ocorrido entre 2001 e 2003, só agora surge questionado? Porque o negócio só foi conhecido em 2009, através de uma notícia deste jornal, embora já fosse falado à boca-pequena muito antes disso; porque, entretanto, o BPN foi nacionalizado e transformou-se num caso criminal, com as responsabilidades financeiras a cargo dos contribuintes; e porque, obviamente, estamos em campanha eleitoral e Cavaco Silva é candidato.
Isso remete-nos para a segunda questão prévia, que é a da legitimidade dos pedidos de explicações ao candidato-Presidente. Será isso apenas parte de uma campanha suja e desonesta? Não creio: será que, se se tivesse descoberto, durante a campanha presidencial americana, que Obama tinha conseguido uma taxa de lucro astronómica e rapidíssima com investimentos num dos bancos intervencionados pelo governo federal com o dinheiro dos contribuintes, isso não teria sido tema das eleições americanas? Ou se se tivesse descoberto o mesmo acerca de um negócio entre Gordon Brown e um dos bancos ingleses que o Governo teve de nacionalizar para evitar a falência? E se, por acréscimo, os bancos em causa fossem geridos na altura por amigos políticos ou pessoais de Obama ou Gordon Brown? E se, porventura, se descobrisse que tinha sido por ordens directas de um desses amigos e presidente do banco que eles tinham conseguido esse negócio da China? Em que democracia do mundo é que isto não seria tema de campanha e em qual é que ao candidato em causa bastaria responder que era preciso nascer duas vezes para ser tão honesto como ele? Ao contrário do que Cavaco Silva gostaria, não lhe basta declarar que não é político para se poder comportar como se o não fosse.
A questão é esta: em teoria, qualquer um de nós (vá-se lá saber como...), podia ter valorizado em 140% e em menos de dois anos um investimento no BPN, e não devia explicações a ninguém. Mas quem exerce o mais alto cargo do Estado, quem, validando uma decisão nefasta do Governo, teve a responsabilidade de nacionalizar o BPN, chutando para cima de nós uma factura que neste momento vai já em 500 euros por cidadão (e muito mais para os que verdadeiramente pagam impostos) devia, pelo menos, sentir-se incomodado por ele próprio ter ganho uma pequena e instantânea fortuna onde todos nós perdemos, sem culpa alguma. E, sobretudo, quando hoje já é claro que, com um banco paralelo e 'virtual' numa garagem e outro banco de fachada em Cabo Verde, o BPN foi roubando os depositantes em benefício de alguns accionistas e outros privilegiados. E que tudo isto acabou num caso criminal escabroso como não há memória em Portugal. Bem pode Cavaco, para desviar as atenções do essencial, questionar a gestão pública e posterior do BPN ou tentar comparar a situação à dos bancos ingleses nacionalizados: uma coisa são as eventuais falhas da actual gestão pública do BPN ou os danos causados nos bancos ingleses por práticas de gestão irresponsáveis e aventureiras; outra coisa são as consequências das actividades criminosas ocorridas no BPN, sob a presidência de um amigo político do Presidente.
Com tantos anos na "política profissional", Cavaco Silva não devia esquecer algumas das regras do jogo: que, na política, a única coisa que não se pode matar é o passado, que a vingança se serve fria e que não se deve desafiar quem nos pode atingir. Ao optar, soberbamente, por achar que ninguém se atreveria a questionar o seu passado com o BPN, ao imiscuir-se na última campanha das legislativas, lançando graves suspeitas contra o Governo com a história inconcebível das escutas inventadas, e ao não hesitar em atacar, para se defender, a actual administração do BPN e da CGD (onde estão amigos e membros da sua comissão de honra), Cavaco Silva pôs-se a jeito para o que agora lhe sucedeu. O 'aparecimento' do despacho em que Oliveira Costa ordena que se lhe comprem as acções da SLN e onde fixa o extraordinário preço de compra das mesmas, não conseguirá retirar-lhe a reeleição, mas retirou-lhe, e para sempre, coisas que, do meu ponto de vista, são bem mais importantes.
Assim, ficámos a saber, por outra via, duas das respostas que ele se recusou a dar, por si mesmo: quem lhe comprou as acções da SLN e quem fixou arbitrariamente o preço de acções que nem sequer estavam cotadas em bolsa. Foi Oliveira Costa - seu ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ex-membro da sua Comissão de Honra na candidatura de 2005 e financiador da campanha, ex-presidente do BPN e chefe da quadrilha a quem devemos 5000 milhões de euros de responsabilidades financeiras assumidas pelo Estado em nosso nome.
Restam as outras perguntas a que só Cavaco Silva pode responder, mas a que não responderá: quem e como o convenceu, a ele e à família, a investir na SLN, dona do BPN? Como e porquê resolveu sair? Não estranhou uma mais-valia de 75% ao ano? Não lhe passou pela cabeça que isso pudesse ser um negócio de favor à sua pessoa política? Não desconfiou, para mais sendo professor de Finanças, da solidez de um banco que assim remunerava investimentos particulares? Conhece mais algum cliente do BPN que tenha realizado semelhante negócio com o banco? Ou mais alguém que tenha realizado negócio semelhante com qualquer outro investimento financeiro, nessa altura?
Responda ou não, já é tarde de mais.
Nota: Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

Regina Brett, aos 90 anos

    Façam favor de ser felizes. Só revela inteligência.
Partilho, então, com os meus amigos e amigas,



ESCRITO POR REGINA BRETT, 90 ANOS.....

Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me
ensinou.
É a coluna mais requisitada que eu já escrevi.
O meu taxímetro chegou aos 90 em Agosto, então aqui está a coluna mais uma
vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiveres em dúvida, apenas dá o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo a odiar alguém.
4. O teu trabalho não vai cuidar de ti quando adoeceres. Os teus pais e
amigos vão. Mantém o contacto.
5. Paga as tuas facturas do cartão de crédito todos os meses.
6. Tu não tens que vencer todos os argumentos. Concorda para discordar.
7. Chora com alguém. É mais curativo do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem se ficares danado com Deus. Ele aguenta.
9. Poupa para a reforma começando com o teu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, a resistência é em vão.
11. Sela a paz com o teu passado para que ele não estrague o teu presente..
12. Está tudo bem se os teus filhos te vêem chorar.
13. Não compares a tua vida com a dos outros. Tu não tens ideia do que se
passa na vida deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, tu não deverias estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não te preocupes, Deus nunca
pisca.
16. Respira bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Desfaz-te de tudo o que não é útil, bonito e prazenteiro.
18. O que não te mata, realmente torna-te mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só
depende de ti e de mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que tu amas na vida, não aceites NÃO como
resposta.
21. Acende velas, coloca lençóis bonitos, usa lingerie elegante. Não guardes
para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepara-te bastante, depois deixa-te levar pela maré...
23. Sê excêntrico agora, não esperes ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela tua felicidade além de ti.
26. Encara cada "chamado desastre" com estas palavras: Em cinco anos, vai
importar?
27. Escolhe sempre a vida.
28. Perdoa tudo a todos.
29. O que as outras pessoas pensam de ti não é da tua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dá tempo ao tempo.
31. Independentemente se a situação é boa ou má, irá mudar.
32. Não te leves tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredita em milagres.
34. Deus Ama-te por causa de quem Deus é, não pelo o que tu fizeste ou
deixaste de fazer.
35. Não faças auditorias da tua vida. Aparece e faz o melhor dela agora..
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem.
37. Os teus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa no final é que tu amaste.
39. Vai para a rua o dia todo. Milagres estão à espera em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos os nossos problemas numa pilha e víssemos os dos
outros, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Tu já tens tudo o que precisas.
42. O melhor está para vir.
43. Não importa como tu te sintas, levanta-te, veste-te e aparece.
44. Produz.
45. A vida não vem embrulhada num laço, mas ainda é um presente!!!

A crise do sub-prime

Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou gerou a crise americana,
segue breve relato económico para leigo entender...
 
 É assim:
O Ti Joaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos
"fiados"aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da
dose do tintol e da branquinha (a diferença é o preço que os pinguços pagam
pelo crédito).
O gerente do banco do Ti Joaquim, um ousado administrador formado em curso
muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui,
afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao
estabelecimento, tendo o "fiado" dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do
banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro
acrónimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e
conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro
inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Joaquim).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com
fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro
para pagar as contas, e a tasca do Ti Joaquim vai à falência. E toda a
cadeia    pifou.
Viu... é muito simples...!!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Portugal e os cidadãos de primeira

Portugal e os cidadãos de primeira

Por António de Sousa Duarte*

12 de Janeiro de 2011

As mortes de Vítor Alves, capitão de Abril, e do cronista cor-de-rosa
Carlos Castro mostram algumas evidências sobre o país



Separadas por escassas horas, as mortes do coronel Vítor Alves,
"capitão de Abril", e do cronista "cor-de-rosa" Carlos Castro tiveram
o condão de fazer notar uma vez mais algumas evidências sobre Portugal
e os portugueses que nunca será de mais destacar. Na verdade, mesmo
admitindo as macabras circunstâncias em que Castro foi assassinado e
os requintes de malvadez de que foi aparentemente vítima, não parece
normal que tal facto tenha merecido tão esmagadoramente maior espaço
mediático do que o desaparecimento de um dos principais símbolos da
Revolução do 25 de Abril de 1974 e destacado operacional da construção
do processo democrático.

Vítor Alves faleceu domingo, cerca de 36 horas depois da morte, em
Nova Iorque, de um colunista social conhecido por se dedicar há
décadas a analisar os factos da actualidade "cor-de-rosa" nacional.
Considerado em muitas das biografias espontâneas que dele nos últimos
dias chegaram ao nosso conhecimento como "um cidadão de primeira",
Vítor Alves foi um homem probo, sério, rigoroso, sensível que
contribuiu de forma decisiva - antes e depois do dia 25 de Abril de 74
- para o actual regime democrático em Portugal. Vítor Alves, que
integrou, com Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho, a comissão
coordenadora e executiva do MFA (Movimento das Forças Armadas), foi o
autor do primeiro comunicado dirigido à população no dia 25 de Abril e
o militar que foi o porta-voz do Movimento. Mas as exéquias mediáticas
de Vítor Alves foram curtas, muito curtas, se levarmos em conta a
importância do seu legado e o impacte informativo que outros factos da
actualidade suscitaram e de que é exemplo, sublinho, a vaga noticiosa
relativa à morte de Carlos Castro.

O país trocou "um cidadão de primeira" por uma "história de segunda",
mas o desiderato é positivo: chancela-se a morte do militar, político,
ministro e conselheiro da Revolução em rodapés a correr e baixos de
página e atribuem-se honras de Estado... mediático ao assassinato do
cronista (não cronista social como alguns lhe chamam, como se Carlos
Castro e Fernão Lopes fossem páginas do mesmo livro...) e às
incidências macrotrágicas em que foi encontrado o seu corpo após
alegada tortura, castração e assassinato. Mas a responsabilidade de
todo este "estado a que - de novo e citando Salgueiro Maia - chegámos"
não é do povo. Porque não é o povo que edita jornais, blocos
noticiosos, telejornais ou sites. Nem é o povo o responsável por
Marcelo Rebelo de Sousa ter dedicado ontem, no Jornal da TVI, mais
tempo de antena à morte de Carlos Castro do que ao desaparecimento de
Vítor Alves.

*Ex-jornalista, consultor de comunicação, doutorando em Ciência Política