[Corre nas redes sociais. AZ]Assunto: Os silêncios> Um dia bateram-me à porta e anunciaram-me que o governo tinha decidido> cortar-me meio subsí dio de Natal. Apesar de inconstitucional, compreendi o> sacrifício que o Governo me pedia.>> Noutro dia bateram à porta do meu pai e anunciaram-lhe que iam cortar meia> pensão do Natal. Apesar de considerar que era um roubo, ainda admiti, porque> o pais estava em estado de emergência.>> Depois bateram-me à porta e anunciaram que me iam tirar dois meses de> salário e dois meses de pensão ao meu pai. Depois da estupefacção,> resignação.>> A 7 de Setembro, bateram-me à porta para me anunciar que tiravam 7% do> salário para dar 5,75% ao patrão e ficavam com os trocos, em principio para> os cofres da Segurança Social.>> Desta vez fiquei indignado. Achei que estava a ser roubado e que estavam a> transformar os patrões em receptadores do dinheiro roubado.> Em reacção, corri para a rua para protestar.>> Bateram-me mais uma vez à porta e informaram-me de que o ministro das> finanças ia reescalonar as taxas de IRS, de modo a torna-lo mais> progressivo.>> Imaginando que iam poupar os rendimentos mais baixos e taxar fortemente os> mais altos, pensei que o Governo, finalmente, voltava ao trilho da lei.>> Mas para surpresa minha, voltaram a bater-me à porta para me ameaçarem com> aumentos brutais no IMI. A minha indignação transformou-se em ira e> juntei-me ao movimento nacional de resistentes ao pagamento do IMI.>> Ainda mal refeito do choque do IMI, bateram-me novamente à porta para me> mostrarem nos jornais, em grandes parangonas e cinco colunas, os novos> escalões de IRS. Afinal aumentaram as taxas dos rendimentos mais baixos,> menos os dos mais altos e não criaram nenhum escalão para os mais ricos. E a> progressividade do rei dos impostos diminuiu. A minha raiva subiu de tom e> resolvi não mais voltar a votar estou preparado para qualquer acção> revolucionária que apareça. Ao fim e ao cabo eu o meu pai e a minha família> já não temos nada a perder.>> (J. Nunes de Almeida, Ericeira)
> Também Martin Luther King (1929.1968):>> O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos> desonestos, dos sem carácter, dos sem ética. O que mais me preocupa é o> silêncio dos bons.
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